quinta-feira, 26 de setembro de 2013

FNDC: fortalecendo a luta pela democratização da comunicação


FNDC: fortalecendo a luta pela democratização da comunicação

A XVII Plenária Nacional do Fórum terminou neste domingo com a aprovação de novo estatuto social e ato público de apoio ao Marco Civil da Internet

Com ampla representatividade, terminou hoje, 22, a XVII Plenária Nacional do FNDC, em Brasília. No encontro  foi  aprovado o novo estatuto social da entidade, que possibilitará o fortalecimento da luta nos estados e facilitará o ingresso de atores sociais importantes.

Para Rosane Bertotti, coordenadora geral do FNDC, as mudanças na estrutura, organização e participação, aprovadas no encontro, fortalecem a entidade e robustecem a luta pelo direito a comunicação.  "O debate do estatuto é resultado do processo da político de crescimento do FNDC. E fortalecer o FNDC é fortalecer a luta". Ela explica que o Fórum já vinha de um processo de ampliação nos últimos meses.

“A ampliação do FNDC com certeza já é resultado das ações de junho (manifestações nas ruas), que trouxe com muita clareza o tema da democratização da comunicação, mas também  também é resultado do crescimento e do amadurecimento do Fórum e das lutas que vem construindo ao longo da história”.

Nos últimos meses o Fórum recebeu centenas novas afiliações. A Plenária refletiu esse crescimento, com a representatividade de 18 estados,  a inscrição de 34 delegados dos comitês estaduais e 28 das entidades nacionais. Atualmente a entidade conta com 235 entidades afiliadas.

“O evento correspondeu às expectativas, cumpriu seu papel. Apenas quatro delegados não vieram. Acho que foi uma das maiores plenárias da entidade em termos de representatividade dos estados”, disse.

A Plenária votou pela intensificação da coletas de assinaturas do Projeto de Lei da Mídia Democrática, ação da campanha “Para Expressar a Liberdade”. “Vamos às ruas principalmente em outubro, mês da democratização da comunicação, para ampliar o debate com a sociedade, reverberando assim em novas assinaturas do Projeto de Lei”, explicou. Os participantes trouxeram à Brasília as listas de assinaturas coletadas nos estados. O FNDC, que coordena a campanha, divulgará, em breve, o resultado da 1ª coleta nacional.

Marco Civil da Internet

A XVII Plenária Nacional teve em seu encerramento um ato público de apoio ao Marco Civil da Internet, que contou com a participação de Laura Tresca (Artigo 19) e vídeo de apoio do Deputado Federal Alessandro Molon (PT/RJ), relator do projeto de lei no Congresso Nacional. Também foi aprovada pela Plenária uma moção de apoio à aprovação do projeto.

Moções

A XVII Plenária do FNDC aprovou moções de apoio ao Projeto de Lei (PL) n.º 5.921/01, que proíbe a publicidade e a propaganda para a venda de produtos infantis; de apoio à Empresa Pernambucana de Comunicação; de apoio aos trabalhadores da Fitratelp - Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviço de Telecomunicações e moção de apoio e solidariedade à Rádio Terra Livre.

Foram aprovadas também moções de repúdio à demissão de dirigentes sindicais na Abril Educação, de repúdio às operadoras de telefonia fixa, móvel e serviço de internet, além das moções de repúdio contra as arbitrariedades do Governo Estadual à Rede Minas, de repúdio ao PL n.º  478, de 2007 (Estatuto do Nascituro), e contra a violência praticada por policiais aos manifestantes e aos profissionais de comunicação.

Também foi aprovada moção em repúdio à criminalização das rádios comunitárias e de Jerry de Oliveira, dirigente da sessão paulista da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), que pode ser condenado à pena de 5 anos e 2 meses de prisão por resistir à tentativa de apreensão de equipamentos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Também foram aprovadas monções de apoio à regulamentação da radiodifusão, de repúdio  ao  PL 5.992/2013 e apoio à regionalização da produção de conteúdo e à diversidade, e de apoio à implementação de Conselhos Estaduais de Comunicação.

Dentre outras, a plenária aprovou também moção de repúdio à Lei da Terceirização (PL n.º 4330) assim como ao leilão do Pré-sal. 

A próxima plenária do FNDC deverá ser  realizada entre março e abril de 2014, com votação dos novos quadros de direção da entidade.

Por Raquel de Lima, para o FNDC

Reproduzido de FNDC

22 set 2013

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Os números não mentem: maioria quer democracia na mídia - Lalo Leal


Os números não mentem: maioria quer democracia na mídia

Pesquisa revela que não é a qualidade que define a audiência das TVs, mas a falta de opção. E que, apesar da propaganda contrária da imprensa, a maioria quer a democratização da mídia

Lalo Leal
14/09/2013

O debate em torno da democratização da comunicação acaba de ganhar um reforço importante. Uma pesquisa sobre o tema promovida pela Fundação Perseu Abramo permite agora discutir o papel da mídia em cima de dados concretos. Sabia-se, por exemplo, que a TV aberta – apesar do avanço da internet – continuava sendo o meio mais utilizado pelos brasileiros para informação e entretenimento. Agora temos números: 94% fazem isso, 82% deles todos os dias.

À frente da internet e dos jornais, empatados em 43%, está o rádio, com 79% (69,2% ouvem diariamente). Presente nas regiões mais remotas do país e nas grandes cidades, sua voz é ouvida por ribeirinhos na Amazônia e pelos motoristas presos nos congestionamentos urbanos, com uma força político-eleitoral que ainda está para ser medida.

A pesquisa teve caráter nacional e ouviu 2.400 pessoas, com margem de erro que varia de dois a cinco pontos percentuais. Soube-se por ela que 57% dos brasileiros leem jornais, mas quase a metade (46,2%) só lê o do bairro ou da cidade em que mora. Muito atrás aparece o segundo jornal mais lido: o Extra, com 5,9%. Os jornalões – Folha de S.Paulo (4,5%), O Globo (3,1%) e  O Estado de S. Paulo (3%), com leitores concentrados no Sudeste – revelam não ter a projeção nacional por eles apregoada. Entre as revistas o dado é preocupante: 76% leem esse tipo de publicação, dos quais 50,2%, a Veja. Conhecendo a linha editorial da revista fica clara a necessidade de uma alternativa capaz de contrabalançar os efeitos negativos que ela causa à sociedade.

Na internet, o Facebook (38,4%) e o Twitter (25,5%) são os preferidos dos brasileiros. Os portais de notícias – Globo (16,7%), UOL (12,6%), Terra (7,3%) – vêm depois: seis em cada dez entrevistados dizem buscar informações e notícias nesses sites, reforçando a convicção de que a internet é responsável pelo declínio dos jornais impressos.

Quanto ao conteúdo, não há uma percepção de que os meios de comunicação, quando tratam de política e economia, defendam os interesses da população. Só 7,8% acreditam nisso. Os demais dizem que eles defendem os interesses dos próprios donos (34,9%), dos que têm mais dinheiro (31,5%) e dos políticos (20,6%).


Em relação à TV, a pesquisa concretiza o que os estudiosos já inferiam. A maioria dos brasileiros (71,2%) não sabe que as emissoras de rádio e TV são concessões públicas. E quando passam a ser perguntados sobre o que veem na tela mostram uma clareza maior: 43% dizem não se ver representados na TV e 25% se consideram retratados negativamente. Grande parte avalia às vezes ou quase sempre como desrespeitoso o tratamento dado à mulher (64%), aos nordestinos (63%) e aos negros (66%) nos programas das emissoras.

O remédio está na regulação dos meios. Os entrevistados concordaram com essa necessidade, mostrando que a campanha sistemática da mídia, comparando regulação à censura, surte pouco efeito. Deveria haver mais regras para o funcionamento das TVs para 71%. E na opinião de 77,2% deveriam ser estabelecidas e aplicadas por um órgão ou conselho representativo da sociedade, como ocorre em vários países democráticos.

A maioria (entre 50,9% e 65,8%) se manifestou contra a veiculação de palavrões, a exposição gratuita do corpo da mulher, de imagens de cadáveres, de crueldade com animais, de nudez e sexo, violência e morte e de uso de drogas. Também se mostrou contrária a cenas de violência e de humilhação de gays e lésbicas, assim como ao humor que ridiculariza as pessoas. E mais: 88,1% não querem propaganda de bebida alcoólica na TV.

São dados que não aparecem no Ibope e não têm nada a ver com audiência. A pesquisa revela como é enganosa a afirmação de que a TV mostra o que as pessoas querem ver. Veem, na verdade, por falta de opção ou para não deixar a casa silenciosa.

Reproduzido de Revista do Brasil

14 set 2013

Acesse a pesquisa da Fundação Perseu Abramo clicando aqui.

domingo, 22 de setembro de 2013

FNDC lança livro de Venício A. Lima sobre os Conselhos Estaduais de Comunicação


FNDC lança livro de Venício A. Lima sobre os Conselhos Estaduais de Comunicação

Para o jornalista e professor aposentado da UnB, os colegiados, garantidos pela Constituição, são ferramentas fundamentais na luta pela democratização da comunicação

O livro “Conselhos de Comunicação Social - A interdição de um instrumento da democracia participativa” é leitura obrigatória para os militantes pela democratização da comunicação para a ampliação e defesa dos colegiados nos estados. A contribuição de Venício A. Lima ao FNDC traz um mapeamento atualizado dos estados que têm, e os que ainda não têm Conselhos previstos em suas Constituições Estaduais. A obra será lançada neste sábado (21/9/13), em Brasília, no primeiro dia da XVII Plenária Nacional da entidade.

Mais do que mapear, o professor faz um histórico dos Conselhos de Comunicação e da resistência na criação desses colegiados nos estados e nacionalmente. Para ele, os Conselhos estão no rol das maiores bandeiras e instrumentos para a democratização da comunicação no país. “Os Conselhos Estaduais são uma bandeira visível e viável politicamente, não só de mobilização, mas como debate, em nível estadual, das questões relacionadas à comunicação”, disse, em entrevista ao FNDC.  Para o autor, eles têm papel essencial na abertura de espaços para a fiscalização e contribuição social, necessários para a democracia.

Atualmente, apenas dez unidades de federação incluíram a criação dos Conselhos estaduais de comunicação em suas respectivas constituições: Amazonas, Pará, Alagoas, Bahia, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – e a Lei Orgânica do Distrito Federal. Os outros 17 estados desobedecem ao princípio constitucional que exige a simetria entre os institutos jurídicos da Constituição Federal e as Constituições dos Estados.  As UFs são obrigadas a criar os Conselhos, inspirados no artigo 224 da Constituição Federal, que criou o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.

A publicação trata da interdição histórica das formas participativas democráticas da Constituição Federal nas políticas públicas de comunicação: desde a Carta Magna, passando pela I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), até os dias de hoje. “A Constituição, não só em nome da maior participação popular, mas também por questões administrativas, dá aos Conselhos de outros setores, como a educação e a saúde, a possibilidade de decisões relativas à formulação, acompanhamento, avaliação e acompanhamento de diversas politicas públicas”.

Para ele, existe uma clara diferença em relação à Comunicação: “A área de Comunicação acabou não sendo contemplada como ocorreu com outras áreas que lidam com direitos fundamentais. Não foi contemplada por que não conseguiu ser aprovada no processo constituinte com o mesmo processo. Acabou apenas como órgão consultivo do Congresso Nacional”.

No livro, o professor aborda a polêmica “inconstitucionalidade dos Conselhos de comunicação”, apontada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) após a aprovação de projeto que recomendava a criação de um conselho de comunicação no Ceará, em 2010. Para a OAB, as Assembleias Legislativas não possuíam competência para legislar sobre políticas públicas de comunicação, tarefa privativa do Congresso Nacional. “Faço um desafio no texto, quero que apontem qual proposta de Conselhos Estaduais de Comunicação propõem legislar na área. Elas estão espelhadas no Artigo 224, ou seja, são órgãos meramente auxiliares”.

Resistência

No livro, Venício diz que o mote geral para o ciclo de reações à Confecom e à criação do Conselho Estadual do Ceará, foi dado por editoriais, artigos e matérias publicadas nos principais jornais e reproduzidas em todo o país. Ele apresenta exemplos emblemáticos, como a matéria da Folha de S. Paulo (25/10/2010) “Mais 3 Estados têm projetos para monitorar a mídia – Depois do CE, BA, AL e PI se preparam para implantar órgãos de controle”.

“As diferentes propostas de se criar os Conselhos entre o início dos anos 90 e o final de 2010, passaram praticamente despercebidas aos olhos dos grupos de mídia comercial hegemônicos no país. No entanto, a realização da 1ª. Confecom, em dezembro de 2009, e a aprovação do Projeto de Indicação nº 72.10 pela Assembleia Legislativa do Ceará, entre o 1º e o 2º turnos da eleição presidencial de 2010 (19 de outubro), despertaram os adversários e deram início a um incrível ciclo de reações no qual se acusa as propostas de se originarem exclusivamente na Confecom; de pretender “controlar” os meios de comunicação; e de serem, in limine, inconstitucionais”, escreve na publicação.

Estes mesmos grupos de comunicação, que há anos são dominados por menos de dez famílias, usaram os mesmos argumentos que usam hoje em seus editoriais e artigos, para formar opiniões sobre a criação de um Marco Regulatório da Comunicação, ou mais especificamente, do Projeto de Lei de Iniciativa Popular que propõe a regulação do setor da radiodifusão, a Lei da Mídia Democrática.  À época, diziam que os Conselhos Estaduais constituíam ameaça à “à livre manifestação de expressão e à liberdade de imprensa”.

Venício destaca que esses grupos de comunicação consolidaram seus interesses privados no setor, tratando a coisa publica como se fosse privada.  Por isso a resistência histórica da implementação de instrumentos de participação popular no setor, para ele, decisivo para o fortalecimento da democracia. “Os Conselhos já são instrumentos consolidados em setores, mas ainda lutam para respirar quando o tema é a garantia do direito à liberdade de expressão, reiteradamente condicionada pelo poder econômico”, termina.

Para o FNDC, o livro é considerado estratégico. “Entender a história e ter a situação atualizada da implantação dos Conselhos é essencial para o movimento social. Nós realizamos essa parceria com o professor Venício por entender que é uma publicação importante para construir estratégias na luta pela democratização da comunicação”, explicou Rosane Bertotti, Coordenadora Geral da entidade.

...

Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG


Redação FNDC


Reproduzido de FNDC

domingo, 1 de setembro de 2013

Crónica Viva: ¿Qué interculturalidad?


¿Qué interculturalidad?

Julio Torres Pallara

Este mes del año nuevo andino y de la festividad del Inti Raymi, en medio de la penumbra publicitaria mercantil turística que se propaga y que nos distrae, sustrayéndonos del verdadero significado de estas celebraciones, es oportuno hacernos algunas preguntas: ¿Quiénes somos y cuál es nuestro origen?, ¿Qué hacemos en este espacio y tiempo? ¿Hacia qué destino marchamos? Quizás así podamos comprender en nuestra condición de ser los otros, la nueva mirada occidental desde su versión intercultural.

Orientándonos en nuestro Uku Pacha, nos encontraremos inevitablemente con la invasión de los españoles a nuestra patria grande el Tawantinsuyo, con la invasión de los españoles, portugueses, ingleses y otras etnias occidentales a nuestro continente Abya Yala.

Entonces, debemos comprender que los pobladores de este continente somos parte de un territorio invadido, pueblos y culturas casi exterminadas, donde en lo que queda del Tawantinsuyo, en el Perú, Bolivia, Ecuador, Argentina, Chile y Colombia, en el macizo andino después de casi cinco siglos los descendientes de los Inkas seguimos resistiendo a la arremetida occidental que procura aún la extinción de toda cultura que no sea la de ellos.

Esta realidad, nos llama a enjuiciar la falsa historia que nos han enseñado en la escuela, historia escrita por los propios invasores, por sus escribas de ayer y de hoy.

Por tanto, desde la tecnología y ciencia que nos transmiten los monumentos arqueológicos, los tejidos, la cerámica, la orfebrería, la astronomía, la hidráulica, la genética de productos alimenticios y medicinales, el arte, las vivencias culturales, saberes que testimonian el Sumaq Kawsay como objetivo estratégico del hombre andino; y fundamentalmente desde la trascendencia del Taky Onqoy resistencia ideológica emprendida por nuestros antepasados al proceso civilizatorio de los invasores, hoy debemos acrecentar nuestra voluntad para el estudio y la investigación, no sólo de la historia, sino fundamentalmente del pensamiento, de la concepción que tuvieron nuestros antepasados del cosmos y de su propia existencia, es decir de su filosofía.

De ese modo podremos liberarnos de la filosofía occidental que los españoles impusieron a nuestros antepasados en nombre de su rey y Dios.

De hecho esta conducta y proceder de los occidentales, se explica desde el principio fundamental de su filosofía, que es la unidad, a partir de la cual emanan todas las cosas existentes en el universo y por tanto deben retornar a ella.

En la concepción occidental la unidad es la esencia univoca, síntesis divina de la existencia y reveladora de la verdad, por tanto está fuera de toda determinación cognoscible y considerada inefable, infinita y dogma irrefutable.

En la filosofía occidental el hombre es sustraído de su terrenalidad, de su cosmos; considerando a todo lo que existe en la naturaleza como recurso apropiable.

Por su parte en el hombre se separa el mundo de la razón y el mundo sensible, valorando al primero e identificándolo con la creación de la cultura, competencia que sólo ellos poseían (incluso sólo los varones occidentales), segregando al segundo e identificándolo con la sub humanidad característica asignada a los pueblos invadidos (incluso a las mujeres occidentales); de ahí su concepción machista, etno y culturocentrista, excluyente y depredador.

Por esta filosofía racionalista a pesar del discurso humanista, en esta era de la sociedad del conocimiento o post industrial, los poseedores del poder del mercado han implementado estrategias de enajenación y hasta de sub humanización, de aprovechamiento de la diversidad para acrecentar el individualismo y la libertad de pensar según el libreto mediático que difunden en los medios. Es más las personas son valoradas por su competencia para generar utilidades como recurso y su capacidad para consumir los productos ofertados en el mercado, exaltándose los paradigmas de la competitividad, la eligibilidad, el consumismo, que generan de manera extrema el oportunismo, el egoísmo, el odio, el derroche y la contaminación.

Todo este conjunto de males, han puesto en crisis a la humanidad, demostrando la insostenibilidad de dicho pensamiento, muy a pesar del reconocimiento forzado de la diversidad y pluriculturalidad en el mundo, que les ha motivado plantear la interculturalidad.

Interculturalidad que en su acepción más sana, se considera como el dialogo entre culturas.

Sin embargo, desde nuestro lado debe surgir la interrogante, ¿será posible establecer ese diálogo intercultural entre la cultura occidental del norte desarrollado y las culturas de los países del sur subdesarrollado entre ellos la cultura andina? y ¿qué pretenden los occidentales con la interculturalidad?

Dado las características y la crisis del pensamiento de los occidentales, las estrategias para resolver sus problemas, como siempre requieren del trabajo, de los recursos naturales y los mercados de los pueblos del sur; de tal manera que con este nuevo discurso lo único que pretenden es seguir manteniéndonos asimilados y desvinculados de nuestra terrenalidad, para que su nuevo dios el dinero siga reinando en el mercado paraíso del lucro, la corrupción y la injusticia.

Frente a este panorama en nuestra condición de pueblo invadido ¿cuál debe ser nuestra repuesta a esta propuesta de interculturalidad?; sólo caben dos salidas:
Uno, asimilarnos a occidente e imitar todas sus manifestaciones tal como lo venimos haciendo ya.

Dos, asumir nuestra terrenalidad, nuestra condición bio-cultural y sanarnos sacudiéndonos de todo lo adverso de la cultura occidental.

Por la segunda opción, que nos conducirá a la libertad con identidad e integrado a nuestra comunidad y madre tierra, se requiere previamente afirmarnos en nuestra cultura en el contexto del mundo globalizado y pluricultural.

En ese sentido al visionar nuestro Hanan Pacha, en la complejidad e incertidumbre cósmica, nos aguarda el nuevo Pacha Kuty de la humanidad, que se está emprendiendo desde este Kay Pacha, en un inmenso esfuerzo para volver a transitar por el gran Qhapaq Ñan, el camino de la sabiduría andina, la escuela de los nuevos Qhapaq Kuna.

Al respecto tomando en cuenta el legado cultural andino y lo que señala Javier Lajo en su libro Qhapaq Ñan la Ruta Inka de Sabiduría, se concluye que el pensamiento del hombre andino del Tawantinsuyo se sostuvo en una concepción de que, todo lo que existe en el cosmos ha sido parido, es decir, el origen cosmogónico primigenio es la paridad, y no la unidad como en occidente.

De la paridad de la materia y energía, hace aproximadamente 14 mil millones de años surgió el espacio y el tiempo, y todo lo que en ella está evolucionando como resultado de la complementariedad proporcional en el suceder del desorden y el orden, del caos y la armonía, en un permanente proceso de expansión del cosmos, regido por las Leyes:

Del Yanantin, de la Paridad Complementaria, generadora de nuestra existencia.

Del Tinkuy, de la Oposición Proporcional, generadora del cambio, del movimiento, de la dinámica, de la evolución.

Del Pachatussan, de la Vincularidad entre el tiempo pasado y el tiempo futuro, entre el espacio de adentro y el espacio de afuera.

Del Chekalluwa, del Equilibrio o Justo Medio, que corresponde a las condiciones más adecuadas de la tierra donde surge la vida, estrechamente relacionado con el ángulo de inclinación óptima del eje de la tierra.

De ahí que el hombre andino, piensa que todo lo que existe en el mundo tiene vida y da vida; y el objetivo estratégico de su propia existencia es el Sumaq Kawsay, para cuya consecución debe previamente lograr el Allin Yachay y el Allin Munay que genera su Allin Ruway.

Por dicha razón y en el propósito de reivindicar la sabiduría de nuestros antepasados, en este tiempo como integrantes de una comunidad y de la madre tierra, por la educación debemos lograr:

El buen saber, que nos permita visionar, crear, construir, innovar, criar.

El buen querer o buen sentimiento, que nos permita querer y amar, ser honestos y respetuosos, poniendo la tecnología y la ciencia al servicio de la humanidad sin atentar contra la naturaleza.

Provisto de esos saberes y sentimientos lograremos el buen hacer, que nos permita hacer bien nuestro trabajo, para luego alcanzar el buen vivir, el Sumaq Kawsay para vivir en armonía con los miembros de nuestra comunidad y con todos los seres de la madre tierra.

Esta es la filosofía que el hombre andino, los herederos de la Cultura Inka, debemos ofrecer como alteridad a la Filosofía Occidental, sólo de ese modo el diálogo intercultural será proporcional y complementario.

Reproduzido de Crónica Viva por Juan Misael

27 jul 2013

Comentário de Filosomídia:

Em tese, creio que os significados e razões da “interculturalidade”, “etnoeducação”, “educação multicultural”, “educação indígena”, “educação intercultural” etc. nascem, a princípio, como explicações de passos dados na compreensão, no reconhecimento e respeito às “conquistas” e lutas “rexistentes” das “minorias culturais” fazendo frente à quase eliminação total pela “cultura dominante”. Contidas nas cartas internacionais de direitos humanos escritas ao longo da história dessa sociedade ocidental hegemônica em que vivemos, os artigos mais ou menos des-respeitados valem um “freio” ao trator avassalador e acachapante de interesses de domínio do mundo por uma auto-intitulada elite que se move por seus interesses de controle e exploração de tudo e de todos.

No campo da “formação” das novas gerações a história legitimada, e aprendida nos livros didáticos, dão conta de explicar como se formaram os sistemas educacionais doutrinadores, desde a Ratio Studiorum jesuíta até os mais recentes planos nacionais de educação sob o manto de interesses maiores que separa o regional e local como “folclore”, como manifestação de cultura inferior a ser tolerada para que certa ordem mundial se estabeleça a garantir a “paz” mundial.

Tanto na relação de exploração/dominação econômica quanto na da libertação de toda forma de opressão pelas vias da “educação” a partir dos pressupostos da “razão” ocidental, houve “rexistências” (resistir para existir no Bem Viver) ao longo dos séculos, quando diversas culturas e povos outrora subjugados mantiveram suas tradições pelas vias da Sabedoria Ancestral a guiar seus próprios passos nos des-caminhos do mundo que foi se globalizando.

Nesse contexto dos interesses “ocidentais” e rexistência das culturas andinas, a questão central no campo da Educação na luta por um projeto civilizatório da humanidade, se dá para partir em direções diametralmente opostas em sentido e direção ao mundo que queremos para nós todos e para as gerações futuras. Assim, de dentro dos sistemas nacionais de Educação surgem as escolas de pensamento que podem ser/ter sentido de “integração”, de “aculturação”, de libertação, de livre-pensamento e auto-determinação dos povos criando atritos necessários a lapidar o conceito ocidental de “nações”, dando um passo à frente e dois atrás, ou dois à frente e talvez um atrás sobre qual é o papel da escola.

A escola ayllu ou a escola ocidental do be-a-bá; a escola da libertação e da sabedoria ou a escola da reprodução do saber legitimado pelas elites econômicas?

Como garantir a existência de escolas como a Warisata, ou das escolas batizadas de interculturais dentro do sistema vigente? Será pela luta por legitimá-las como de direito dos povos ancestrais pelas vias daquelas cartas dos direitos humanos e “indígenas”? As constituições nacionais latino-americanas atuais dão conta de satisfazer os interesses no mais das vezes contraditórios com as aspirações dos povos de Abya Yala, ou Outro Mundo há que nascer da derrocada de sistemas que já não conseguem mais abarcar ou impulsionar sonhos a se realizar pelo impulso de uma sabedoria quase esquecida?

O “mal necessário” da “interculturalidade” en-coberto e des-estabilizando a ordem mundial, tolerado como aquiescência da cultura hegemônica vigente ao outrora subjugado e sem voz, cederá passo a passo, conquista à re-conquista do direito à determinação dos povos e à cosmovisão e formas de existir e re-criar a vida para o Bem Viver a partir de conceitos sagrados e libertadores da consciência humana.

Pessoalmente, creio que o século XXI assistirá as mais profundas transformações, que já começaram a sacolejar as ideias, formas de expressão e os alicerces em que se construíram impérios nesse continente que aponta ao sul. O “inter”, ou aquele que “é” entre o micro e o macrocosmo - o ser humano - re-descobrirá sua cosmocidadania e re-vira-voltará tudo com todos, dando verdadeiros passos re-evolutivos a se manifestarem em todos os campos do saber/fazer desse Outro Tempo/Espaço, libertando cada um para mil e uma outras conexões com o outro a se estabelecerem, co-movendo a todos por todas as direções para todos os quatro cantos do mundo. Algo assim, como a Sabedoria Ancestral se tornando um presente que re-humaniza tudo e todos.

Somos ao mesmo Tempo/Espaço herdeiros e, responsáveis por ampliar essas vozes ancestrais e as fronteiras dessa sabedoria por todos os en-cantos do universo, e além, sempre des-cobrindo. Somos Novos Inkas navegando “pelo infinito de nossa mútua compreensão”*.

Leo Nogueira Paqonawta

Também publicado em Emíndio
* Estesia, Rabindranath Tagore.