terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Escola: Espaço/Tempo de Des-cobertas Brincânticas


Escola: Espaço/Tempo de Des-cobertas Brincânticas

Querida comunidade escolar do Beatriz,

Desde nossa chegada à Escola, em 30 de maio de 2012, desenvolvemos tarefas gratificantes e prazerosas a partir da Sala Informatizada, quando procuramos dar uma feição a que ela fosse um centro irradiador e agregador das possibilidades de vivências desafiadoras na relação Educação e Comunicação, objetivando a inclusão das pessoas e da Escola em geral de maneira criativa, autônoma e responsável na construção de um mundo melhor.

Além de todas as atividades próprias da Sala Informatizada, como o agendamento de atividades no espaço, auxílio na instrumentalização do uso de equipamentos, orientação nas consultas, elaboração de relatórios etc. também procuramos abri-la e disponibilizá-la - como direito de cada um e de todos - às pessoas que con-vivem na Escola, como funcionários e pais, e também aos alunos durante os horários de recreio e almoço, para que cada vez mais se inteirassem das possibilidades de uso dos recursos digitais na formação pessoal e profissional com finalidades educacionais e também de entretenimento e lazer, bem como para propiciar o desenvolvimento da sensibilidade estética, da crítica embasada no bom senso e propositiva, da ética engajada aos valores humanos, da liberdade de expressão e pluralidade de ideias, sonhos e ideais na ampliação das funções da própria Sala e sua transformação em um Espaço/Tempo de manifestação cultural, artística, comunicacional e educacional.

Essa experiência, muito rica e gratificante, também propôs reflexões sobre o papel do professor responsável pela Sala Informatizada não tão apenas como um “auxiliar de sala”, mas como um “Coordenador Mídia-Pedagógico” que articula com os segmentos da comunidade, e apresenta proposições para a superação de barreiras nessa relação Educação e Comunicação em outros pensares e fazeres para a prática pedagógica colaborando para a plena cidadania de todos, em especial das crianças e adolescentes.

Na ampliação desse papel e da obrigação do coordenador da Sala Informatizada, implementamos o Blog da Escola, aprofundando por esse canal de comunicação uma outra possibilidade de dar a informação sobre os acontecimentos no ambiente escolar em suas múltiplas faces, convidando que os demais profissionais se juntassem na elaboração de um “diário virtual” que não só apenas veiculasse informações sobre as atividades, mas que fosse um ambiente onde os alunos pudessem se expressar pela leitura e escrita, e expressar suas descobertas no percurso dessa jornada de aprendizado tão indissociável de seu próprio protagonismo no estabelecimento do roteiro muito pessoal ou coletivo com os colegas de turma.

Sempre incentivando a participação de todos na apresentação de sua própria maneira de ser, ver, perceber e se expressar, editamos 50 vídeos que estão disponíveis no Youtube e indicados no Blog da Escola e Secretaria Municipal de Educação, além de outros que foram postados no álbum “Vídeos” da página de Facebook e, milhares de outros que registram passagens memoráveis das mil e uma atividades vividas ao longo desses meses.

As dezenas de milhares de fotos postadas na página de Facebook clicaram momentos inesquecíveis que levaremos para sempre nos olhos e na retina espiritual, dizendo do orgulho e alegria, ressaltando nesses instantâneos a alegria dos seres envolvidos nas lições escolares, na concentração e expansão entre o concentrar nos estudos e o expandir nas horas de brincar, nos encontros para discutir e participar das decisões que dão rumo à Escola, e na própria descoberta desse maravilhoso processo individual e coletivo que envolve tantas forças e dedicação, lutas e sofrimentos, dores e amores, interesses e saberes, ilusões e sonhos no que nós mesmos chamamos de Escola como Espaço/Tempo de vivências para a afirmação da (cosmo)cidadania de todos, muito mais que um simples lugar da ação/reação de ensino e aprendizagem.

Nas páginas da Escola nas redes sociais os “cabeçalhos” expressaram cenas desse trajeto, lido e escrito por este profissional e ser humano con-vivendo com o outro, com o diferente, com o singular. Foram 43 fotos de capa/cabeçalho que “catam” e “contam” uma história linda das crianças e jovens, dos pais, familiares e responsáveis, dos funcionários e professores comprometidos com uma Educação de qualidade, humanizadora e “beatrizficada” no sentido de registrar as atividades escolares e extra-curriculares, as cenas do cotidiano escolar na singeleza e espontaneidade dos alunos e alunas, bem como da comunidade escolar no cotidiano dos afazeres.

A Menina Mafalda trouxe o Boi de Mamão, a Maricota e a Bernúncia que des-cobriram tantos personagens que também se reuniram à história, e o passarinho tão vibrante e cantante nos céus e jardins da Escola que se tornou o mascote e símbolo do bem-te-ver e bem-te-querer, re-conhecendo as crianças e jovens como seres capazes de cantar e en-cantar suas próprias histórias nas inumeráveis páginas de um conto com mil e um capítulos de peripécias sem fim no Grande Livro da Vida do Beatriz entre suas gentes, flora e fauna, em palavras e atitudes de bem perceber, bem ver, bem falar e bem ouvir cada voz em sua singularidade. Bem-te-vi... canta do ninho em sua Árvore de Protetor daquela floresta com todas as suas histórias desde tempos imemoriais, desde antes que os primeiros europeus chegaram com suas novidades para poder enriquecer a vida dos que aqui moravam em harmonia com a natureza.

A sugestão do logotipo da Escola também foi percebida, lida e escrita nessa história, que crescendo e amadurecendo nos seus traços vai de “uma escola de leitores” a “uma escola de leitores e escritores”, porque a história e o protagonismo de cada um dos sujeitos na unidade escolar esboçam e desenham, num símbolo, uma ideia e concepção de mundo, que se vai desbravando na medida dos passos que são dados na contínua reflexão e ação na re-leitura e re-escritura das razões da Escola e de cada ser que segue com ela e com todos numa viagem sem fim de des-cobertas e re-velações.

Os suportes da leitura (azul) e da escrita (vermelho) são os mapas traçados e traçando roteiros possíveis e impossíveis nessa viagem maravilhosa e fantástica na realização do sonho de ser criança, adolescente, pai e mãe, de ser profissional que não perde o rumo quando se tem o amor que dá direção à bússola que aponta o rumo para as Estrelas (Cruzeiro do Sul), desde o Pantanal à Via Láctea no nosso bairro galáctico, e além no infinito mar de tudo a ser aprendido, apreendido, vivido, con-vivido nessa e-ternuridade.

A estrelada bandeira brasileira que fora estilizada com os dizeres, nome e cores vermelha e azul do Beatriz que marcou uma simbologia da Escola transformou-se numa proposta que significasse essa trajetória que teve tantas vidas envolvidas nas buscas e entregas pela excelência educacional. Da Bandeira Nacional que também tivera retirado do dístico a expressão “Amor” (por princípio) e deixados a “Ordem” (por base) e “Progresso” (por finalidade), quisemos traduzir novamente esse sentimento que move a todos de mil e uma formas diferenciadas na Bandeira da Escola Beatriz desfraldada no topo dos corações e agitando-se dentro de cada um dos reunidos nessa verdadeira epopeia educacional, dessa verdadeira saga nos mares das compreensões nos caminhos do mundo em que nos co-movemos juntos. Do “Amor” e os compromissos e responsabilidades que decorrem dele, dessa realidade necessária e observável, tangível, cada um dá o que tem, recebe o que pode, vive quem o quer.

Compreende-se aqui o “Amor” como força poderosa de uma Sabedoria Superior - muito mais que a mera realidade eletromagnética - que move e co-move o universo, do micro ao macrocosmo, das partículas subatômicas na sua infinita pequenitude, passando pela corrida de uma única e simples célula em busca de outra para gerar outra vida, às grandezas imensuráveis das galáxias formando cordões de luzes multicores pelos espaços/tempos e além deles. Como Lei da Vida e instinto nos diversos planos de existência e manifestação na matéria, no reino humano se traduz por energia criadora que move ou de-move à harmonia com o cosmo em todas as suas expressões.

Em nosso perceber, Amar e des-amar é questão de escolha, de vontade, de boa-vontade, é questão fundamental para seguir na Educação e na Escola com os pés firmes e decididos a seguirem na rota das harmonizações, com as mãos dispostas a fazer contatos e conexões que estabelecemos em respeito ao outro em sua singularidade, com os corações entre-laçando-se e alinhavando pontos iluminados bordando flores nas vivências em comunhão e alegria com-partilhados de uns para com os outros, alongando os galhos de uma Árvore que tem raízes na Terra e abre os braços aos Céus espalhando perfumes e sementes para que re-nasçam e cresçam outras irmãs em bosques que se ampliam no além. Jardins da Infância dos que se fazem meninas e meninos des-cobridores nessa história de todos nós...

Tudo isso ganhou um significado mais profundo - com um toque de cores douradas - quando descobrimos do aniversário de 50 anos da Escola chegando, convocando a todos para uma reflexão dos passos dados ao longo dessa história, para levantar esforços e voos a ainda mais profundas ou necessárias transformações àqueles que têm o dever de profissionais a defender, proteger e ampliar os direitos das crianças e adolescentes no âmbito das possibilidades a serem dadas e vividas na Escola.

Os desafios para o Bem Viver no mundo contemporâneo são propostos nesse cinquentenário pela própria Vida a convocar para que todos se encontrem na descoberta da plenitude de seus direitos inalienáveis, e na responsabilidade do dever de cada um para que os bem-aventureiros presentes no Barco da Educação continuem sua jornada ampliando roteiros, chamando outros a subirem a bordo, deixando alguns nos diversos portos que dão rumo a vários outros caminhos que se entrecruzam em órbitas de circulares a elipses cada vez mais distantes e abrangentes no universo de infinitas possibilidades de ensino, aprendizagem e, enfim, de descobertas de si mesmo e do outro, dos vários mundos possíveis a bem viver.

As milhares de curtidas, de visualizações, de acessos, de comentários e compartilhamentos, as incontáveis alegrias despertadas, sentidas e vividas na Escola e nas redes sociais são os marcos felizes no roteiro e nas vidas desses descobridores a quem nos juntamos para expressar a gratidão pela acolhida e gentileza com que fomos recebidos na Escola Beatriz.

Nos en-cantos desse mundo real e virtual as cicatrizes também são marcas indeléveis, mas maravilhosas expressões, na pele e no coração, de quem se atreveu a ir com coragem e peito aberto a descobrir nos recônditos de cada ser as feições originais e singulares do Amor que nos une e reúne para amarmos cada vez mais e além de nossas limitações e ignorância, porque como diz o poeta de Itabira das Minas Geraes, “esse o nosso destino: amor sem conta!”

Assim, o dever do “amor sem conta” nos chama, agora, a outras descobertas e possibilidades. E, deixamos essa frota de seres beatrizficados para seguir noutros rumos marcados pelas estrelas coloridas, com a alegria explodindo o peito em mil e uma sementes iluminadas a indicarem portos de chegada e de partidas nessa viagem de infinitudes pela e-ternuridade, sempre bem vendo e bem querendo os outros e a criação.

Agora, outras páginas se abrem brancas, alvas e sorridentes para outros autores escreverem suas vivências, e registrem seus pensamentos e sentimentos, suas percepções que elevem e realcem a dignidade de cada um e de todos nas histórias que podemos relatar como de um diário de Amor que humaniza nossas próprias vidas e nossas relações. Os sonhos mais profundos e belos de cada um podem sobrepujar e deixar no perdão, e no esquecimento, as horas de infelicidades rascunhadas em nossas atitudes e afirmações des-amorosas e des-gentis para com o próximo no Livro da Vida.

Nesse cinquentenário a Era de Ouro do Beatriz chega com renovadas possibilidades e esperanças para que sejam vividas as alegrias mais simples e puras colorindo os peitos em color-ações que abençoem, orientem e inspirem a comunidade escolar à dignidade de seres humanos em sua plenitude. É hora de escolhas, de tomar decisão, é o outro Espaço/Tempo de Des-cobertas e assumir posição de qual lado estamos, seja do lado in-volutivo ou do e-volutivo, momento de aprender a “não andar com os pés no chão” seguindo além de todas as fronteiras, dando vida a tudo com as mãos...

Despeço-me do Beatriz com um aceno de “até breve”, e entrego o leme dessas tarefas das artes e peripécias pelos mil e um re-en-cantos da Escola a outros que venham a apresentar as maravilhosas cenas cotidianas nas suas lindezas, cores e formas tão peculiares, que fazem dessa encosta do Sertão do Pantanal um porto tão cheio de vida e histórias a registrar de maneira indelével dentro do peito.

“Me leva para sempre, Beatriz, me ensina a não andar com os pés no chão”... “para sempre é sempre por um triz” cantam os outros poetas e, assim agradeço a todos e a todas com os quais eu mesmo me descobri mais amoroso e humano nesse percurso que foi de histórias tão lindas, que para sempre levarei em minhas boas recordações em honra e Sabedoria.

Feliz Ano de Novas Dádivas nesse Espaço/Tempo de outras mágicas e transcendentais des-cobertas que chega para todos, e um beijo de profunda gratidão às crianças e jovens tão queridos, aos pais, aos funcionários, aos que são seres lindos dessa história que levarei para sempre dentro do peito.

Despeço-me também com esse vídeo, como uma homenagem a todos os “escolares” entre todas essas lindas histórias, inspirado no Artista que tanto amou ao semelhante, e aquele menino em especial com seu olhar indagador e, com certeza, refletindo o azul dos céus pintados com tanta belezura, à semelhança do pálio aberto em Estrelas que re-evoluciona acima de todas as nossas inquietudes, convidando a que amemos sem conta cada criança e cada jovem, cada pai e mãe, cada tia e tio, avô e avó, cada amigo e cada colega professor nessa história do Beatriz... Noite Estrelada que precede o novo amanhecer...

Obrigado, do fundo de meu coração... alegre, choroso e saudoso...

Das Meninas e dos Meninos de meus olhos uma lágrima cai, por um triz... e, sigo, para sempre beatrizficado...

Mil e um beijos nessa vida com todas as suas belezuras e mensagens...

Leo

Noite de Dia de Reis
06 de janeiro de 2014

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