Escola: Espaço/Tempo de Des-cobertas Brincânticas
Querida comunidade escolar do Beatriz,
Querida comunidade escolar do Beatriz,
Desde nossa
chegada à Escola, em 30 de maio de 2012, desenvolvemos tarefas gratificantes e
prazerosas a partir da Sala Informatizada, quando procuramos dar uma feição a
que ela fosse um centro irradiador e agregador das possibilidades de vivências desafiadoras
na relação Educação e Comunicação, objetivando a inclusão das pessoas e da
Escola em geral de maneira criativa, autônoma e responsável na construção de um
mundo melhor.
Além de todas
as atividades próprias da Sala Informatizada, como o agendamento de atividades
no espaço, auxílio na instrumentalização do uso de equipamentos, orientação nas
consultas, elaboração de relatórios etc. também procuramos abri-la e
disponibilizá-la - como direito de cada um e de todos - às pessoas que
con-vivem na Escola, como funcionários e pais, e também aos alunos durante os
horários de recreio e almoço, para que cada vez mais se inteirassem das
possibilidades de uso dos recursos digitais na formação pessoal e profissional
com finalidades educacionais e também de entretenimento e lazer, bem como para
propiciar o desenvolvimento da sensibilidade estética, da crítica embasada no
bom senso e propositiva, da ética engajada aos valores humanos, da liberdade de
expressão e pluralidade de ideias, sonhos e ideais na ampliação das funções da
própria Sala e sua transformação em um Espaço/Tempo de manifestação cultural,
artística, comunicacional e educacional.
Essa
experiência, muito rica e gratificante, também propôs reflexões sobre o papel
do professor responsável pela Sala Informatizada não tão apenas como um
“auxiliar de sala”, mas como um “Coordenador Mídia-Pedagógico” que articula com
os segmentos da comunidade, e apresenta proposições para a superação de
barreiras nessa relação Educação e Comunicação em outros pensares e fazeres
para a prática pedagógica colaborando para a plena cidadania de todos, em
especial das crianças e adolescentes.
Na ampliação
desse papel e da obrigação do coordenador da Sala Informatizada, implementamos
o Blog da Escola, aprofundando por esse canal de comunicação uma outra
possibilidade de dar a informação sobre os acontecimentos no ambiente escolar
em suas múltiplas faces, convidando que os demais profissionais se juntassem na
elaboração de um “diário virtual” que não só apenas veiculasse informações
sobre as atividades, mas que fosse um ambiente onde os alunos pudessem se
expressar pela leitura e escrita, e expressar suas descobertas no percurso
dessa jornada de aprendizado tão indissociável de seu próprio protagonismo no
estabelecimento do roteiro muito pessoal ou coletivo com os colegas de turma.
Sempre
incentivando a participação de todos na apresentação de sua própria maneira de
ser, ver, perceber e se expressar, editamos 50 vídeos que estão disponíveis no
Youtube e indicados no Blog da Escola e Secretaria Municipal de Educação, além
de outros que foram postados no álbum “Vídeos” da página de Facebook e,
milhares de outros que registram passagens memoráveis das mil e uma atividades
vividas ao longo desses meses.
As dezenas de
milhares de fotos postadas na página de Facebook clicaram momentos inesquecíveis
que levaremos para sempre nos olhos e na retina espiritual, dizendo do orgulho
e alegria, ressaltando nesses instantâneos a alegria dos seres envolvidos nas
lições escolares, na concentração e expansão entre o concentrar nos estudos e o
expandir nas horas de brincar, nos encontros para discutir e participar das
decisões que dão rumo à Escola, e na própria descoberta desse maravilhoso
processo individual e coletivo que envolve tantas forças e dedicação, lutas e
sofrimentos, dores e amores, interesses e saberes, ilusões e sonhos no que nós
mesmos chamamos de Escola como Espaço/Tempo de vivências para a afirmação da
(cosmo)cidadania de todos, muito mais que um simples lugar da ação/reação de
ensino e aprendizagem.
Nas páginas
da Escola nas redes sociais os “cabeçalhos” expressaram cenas desse trajeto,
lido e escrito por este profissional e ser humano con-vivendo com o outro, com
o diferente, com o singular. Foram 43 fotos de capa/cabeçalho que “catam” e
“contam” uma história linda das crianças e jovens, dos pais, familiares e
responsáveis, dos funcionários e professores comprometidos com uma Educação de
qualidade, humanizadora e “beatrizficada” no sentido de registrar as atividades
escolares e extra-curriculares, as cenas do cotidiano escolar na singeleza e
espontaneidade dos alunos e alunas, bem como da comunidade escolar no cotidiano
dos afazeres.
A Menina
Mafalda trouxe o Boi de Mamão, a Maricota e a Bernúncia que des-cobriram tantos
personagens que também se reuniram à história, e o passarinho tão vibrante e
cantante nos céus e jardins da Escola que se tornou o mascote e símbolo do bem-te-ver
e bem-te-querer, re-conhecendo as crianças e jovens como seres capazes de
cantar e en-cantar suas próprias histórias nas inumeráveis páginas de um conto
com mil e um capítulos de peripécias sem fim no Grande Livro da Vida do Beatriz
entre suas gentes, flora e fauna, em palavras e atitudes de bem perceber, bem
ver, bem falar e bem ouvir cada voz em sua singularidade. Bem-te-vi... canta do
ninho em sua Árvore de Protetor daquela floresta com todas as suas histórias desde
tempos imemoriais, desde antes que os primeiros europeus chegaram com suas
novidades para poder enriquecer a vida dos que aqui moravam em harmonia com a
natureza.
A sugestão do
logotipo da Escola também foi percebida, lida e escrita nessa história, que
crescendo e amadurecendo nos seus traços vai de “uma escola de leitores” a “uma
escola de leitores e escritores”, porque a história e o protagonismo de cada um
dos sujeitos na unidade escolar esboçam e desenham, num símbolo, uma ideia e
concepção de mundo, que se vai desbravando na medida dos passos que são dados
na contínua reflexão e ação na re-leitura e re-escritura das razões da Escola e
de cada ser que segue com ela e com todos numa viagem sem fim de des-cobertas e
re-velações.
Os suportes
da leitura (azul) e da escrita (vermelho) são os mapas traçados e traçando
roteiros possíveis e impossíveis nessa viagem maravilhosa e fantástica na
realização do sonho de ser criança, adolescente, pai e mãe, de ser profissional
que não perde o rumo quando se tem o amor que dá direção à bússola que aponta o
rumo para as Estrelas (Cruzeiro do Sul), desde o Pantanal à Via Láctea no nosso
bairro galáctico, e além no infinito mar de tudo a ser aprendido, apreendido,
vivido, con-vivido nessa e-ternuridade.
A estrelada
bandeira brasileira que fora estilizada com os dizeres, nome e cores vermelha e
azul do Beatriz que marcou uma simbologia da Escola transformou-se numa
proposta que significasse essa trajetória que teve tantas vidas envolvidas nas
buscas e entregas pela excelência educacional. Da Bandeira Nacional que também
tivera retirado do dístico a expressão “Amor” (por princípio) e deixados a
“Ordem” (por base) e “Progresso” (por finalidade), quisemos traduzir novamente
esse sentimento que move a todos de mil e uma formas diferenciadas na Bandeira
da Escola Beatriz desfraldada no topo dos corações e agitando-se dentro de cada
um dos reunidos nessa verdadeira epopeia educacional, dessa verdadeira saga nos
mares das compreensões nos caminhos do mundo em que nos co-movemos juntos. Do
“Amor” e os compromissos e responsabilidades que decorrem dele, dessa realidade
necessária e observável, tangível, cada um dá o que tem, recebe o que pode, vive
quem o quer.
Compreende-se
aqui o “Amor” como força poderosa de uma Sabedoria Superior - muito mais que a
mera realidade eletromagnética - que move e co-move o universo, do micro ao
macrocosmo, das partículas subatômicas na sua infinita pequenitude, passando
pela corrida de uma única e simples célula em busca de outra para gerar outra
vida, às grandezas imensuráveis das galáxias formando cordões de luzes
multicores pelos espaços/tempos e além deles. Como Lei da Vida e instinto nos
diversos planos de existência e manifestação na matéria, no reino humano se
traduz por energia criadora que move ou de-move à harmonia com o cosmo em todas
as suas expressões.
Em nosso
perceber, Amar e des-amar é questão de escolha, de vontade, de boa-vontade, é
questão fundamental para seguir na Educação e na Escola com os pés firmes e
decididos a seguirem na rota das harmonizações, com as mãos dispostas a fazer
contatos e conexões que estabelecemos em respeito ao outro em sua singularidade,
com os corações entre-laçando-se e alinhavando pontos iluminados bordando flores
nas vivências em comunhão e alegria com-partilhados de uns para com os outros,
alongando os galhos de uma Árvore que tem raízes na Terra e abre os braços aos
Céus espalhando perfumes e sementes para que re-nasçam e cresçam outras irmãs
em bosques que se ampliam no além. Jardins da Infância dos que se fazem meninas
e meninos des-cobridores nessa história de todos nós...
Tudo isso
ganhou um significado mais profundo - com um toque de cores douradas - quando descobrimos
do aniversário de 50 anos da Escola chegando, convocando a todos para uma
reflexão dos passos dados ao longo dessa história, para levantar esforços e voos
a ainda mais profundas ou necessárias transformações àqueles que têm o dever de
profissionais a defender, proteger e ampliar os direitos das crianças e
adolescentes no âmbito das possibilidades a serem dadas e vividas na Escola.
Os desafios
para o Bem Viver no mundo contemporâneo são propostos nesse cinquentenário pela
própria Vida a convocar para que todos se encontrem na descoberta da plenitude
de seus direitos inalienáveis, e na responsabilidade do dever de cada um para
que os bem-aventureiros presentes no Barco da Educação continuem sua jornada
ampliando roteiros, chamando outros a subirem a bordo, deixando alguns nos
diversos portos que dão rumo a vários outros caminhos que se entrecruzam em
órbitas de circulares a elipses cada vez mais distantes e abrangentes no universo
de infinitas possibilidades de ensino, aprendizagem e, enfim, de descobertas de
si mesmo e do outro, dos vários mundos possíveis a bem viver.
As milhares
de curtidas, de visualizações, de acessos, de comentários e compartilhamentos,
as incontáveis alegrias despertadas, sentidas e vividas na Escola e nas redes
sociais são os marcos felizes no roteiro e nas vidas desses descobridores a
quem nos juntamos para expressar a gratidão pela acolhida e gentileza com que
fomos recebidos na Escola Beatriz.
Nos en-cantos
desse mundo real e virtual as cicatrizes também são marcas indeléveis, mas
maravilhosas expressões, na pele e no coração, de quem se atreveu a ir com
coragem e peito aberto a descobrir nos recônditos de cada ser as feições
originais e singulares do Amor que nos une e reúne para amarmos cada vez mais e
além de nossas limitações e ignorância, porque como diz o poeta de Itabira das
Minas Geraes, “esse o nosso destino: amor sem conta!”
Assim, o
dever do “amor sem conta” nos chama, agora, a outras descobertas e
possibilidades. E, deixamos essa frota de seres beatrizficados para seguir
noutros rumos marcados pelas estrelas coloridas, com a alegria explodindo o
peito em mil e uma sementes iluminadas a indicarem portos de chegada e de
partidas nessa viagem de infinitudes pela e-ternuridade, sempre bem vendo e bem
querendo os outros e a criação.
Agora, outras
páginas se abrem brancas, alvas e sorridentes para outros autores escreverem
suas vivências, e registrem seus pensamentos e sentimentos, suas percepções que
elevem e realcem a dignidade de cada um e de todos nas histórias que podemos
relatar como de um diário de Amor que humaniza nossas próprias vidas e nossas
relações. Os sonhos mais profundos e belos de cada um podem sobrepujar e deixar
no perdão, e no esquecimento, as horas de infelicidades rascunhadas em nossas
atitudes e afirmações des-amorosas e des-gentis para com o próximo no Livro da
Vida.
Nesse
cinquentenário a Era de Ouro do Beatriz chega com renovadas possibilidades e
esperanças para que sejam vividas as alegrias mais simples e puras colorindo os
peitos em color-ações que abençoem, orientem e inspirem a comunidade escolar à
dignidade de seres humanos em sua plenitude. É hora de escolhas, de tomar decisão,
é o outro Espaço/Tempo de Des-cobertas e assumir posição de qual lado estamos,
seja do lado in-volutivo ou do e-volutivo, momento de aprender a “não andar com
os pés no chão” seguindo além de todas as fronteiras, dando vida a tudo com as
mãos...
Despeço-me do
Beatriz com um aceno de “até breve”, e entrego o leme dessas tarefas das artes
e peripécias pelos mil e um re-en-cantos da Escola a outros que venham a
apresentar as maravilhosas cenas cotidianas nas suas lindezas, cores e formas
tão peculiares, que fazem dessa encosta do Sertão do Pantanal um porto tão
cheio de vida e histórias a registrar de maneira indelével dentro do peito.
“Me leva para
sempre, Beatriz, me ensina a não andar com os pés no chão”... “para sempre é
sempre por um triz” cantam os outros poetas e, assim agradeço a todos e a todas
com os quais eu mesmo me descobri mais amoroso e humano nesse percurso que foi
de histórias tão lindas, que para sempre levarei em minhas boas recordações em
honra e Sabedoria.
Feliz Ano de
Novas Dádivas nesse Espaço/Tempo de outras mágicas e transcendentais
des-cobertas que chega para todos, e um beijo de profunda gratidão às crianças
e jovens tão queridos, aos pais, aos funcionários, aos que são seres lindos
dessa história que levarei para sempre dentro do peito.
Despeço-me também
com esse vídeo, como uma homenagem a todos os “escolares” entre todas essas
lindas histórias, inspirado no Artista que tanto amou ao semelhante, e aquele
menino em especial com seu olhar indagador e, com certeza, refletindo o azul
dos céus pintados com tanta belezura, à semelhança do pálio aberto em Estrelas
que re-evoluciona acima de todas as nossas inquietudes, convidando a que amemos
sem conta cada criança e cada jovem, cada pai e mãe, cada tia e tio, avô e avó,
cada amigo e cada colega professor nessa história do Beatriz... Noite Estrelada
que precede o novo amanhecer...
Obrigado, do
fundo de meu coração... alegre, choroso e saudoso...
Das Meninas e
dos Meninos de meus olhos uma lágrima cai, por um triz... e, sigo, para sempre beatrizficado...
Mil e um beijos
nessa vida com todas as suas belezuras e mensagens...
Leo
Noite de Dia
de Reis
06 de janeiro de 2014
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