Pesquisa da
Fundação Perseu Abramo coletou 2.400 entrevistas, com pessoas a partir de 16
anos nas áreas urbana e rural de 120 municípios, pelas cinco regiões do País.
Com objetivo
de investigar a opinião da população brasileira sobre os meios de comunicação,
a Fundação Perseu Abramo realizou pesquisa sobre temas como o grau de
concentração da mídia e sobre o regime de concessões das TVs e rádios, além da
penetração da internet nos lares.
De acordo com
a pesquisa, 34% dos entrevistados acreditam que quando tratam de política e
economia, os meios de Comunicação no Brasil costumam defender seus próprios
interesses. Além disso, 65% das pessoas não concordam com tudo que os veículos
de comunicação publicam.
Para o
deputado federal Fernando Ferro (PT/PE), a pesquisa apresenta dados que revelam
a falta de comprometimento da mídia com as questões sociais em detrimento a
fatores que geram lucros. “Essa opinião da população surpreende e vai ao
encontro da necessidade de uma democratização da mídia. E aqueles que se
achavam formadores de opinião, tem que ter uma nova visão crítica da população”
afirmou Ferro.
Janary
Damacena
Portal do PT
Portal do PT
Acesse a
pesquisa clicando aqui.
Reproduzido
de PT
24 ago 2013
Consumo de mídias
Esse item
identificou que mídias a população mais acessa e para que tipo de informação
acessa cada uma delas. O domínio da TV aberta é total, com 94% assistindo,
sendo 83% diariamente. Rádio em segundo: 79% ouvem rádio, mas apenas 55% de
forma diária. 43% leem jornais, 43% acessam internet, 37% assistem TV Fechada e
24% leem revistas.
Há ainda um
predomínio de jornais “populares” e locais. Para se informar sobre o país e o
mundo, mais pessoas usam a internet do que as que usam preferencialmente
jornais. Ambos são superados nos dois quesitos pela TV Aberta e pelo rádio, mas
superam TV Fechada e as revistas semanais.
Nos sites em
que os entrevistados navegam, fica clara a predominância dos grupos de
comunicação que controlam outras plataformas de mídia. Em primeiro e segundo
lugares aparecem Facebook (38,4%) e Google (25,5%), seguidos pela Globo
(16,7%), UOL (12,6%) e Terra (7,3%). A leitura de “Blogs” foi citada por 1,2%,
ao que se pode acrescentar uma fatia da porcentagem de “Outros”, que representa
7,9%.
Os dados
apontam ainda que poucas pessoas se informam por revistas, mas, dentre elas,
mais de 50% leem a Veja. Em segundo lugar vem a Isto É, com 12,5%, seguida pela
Época (11,6%) e pela Caras (10,7%). A Carta Capital aparece com 0,5%, e a Caros
Amigos com 0,2%.
Fica clara a
força da internet na transmissão de informações sobre fatos que extrapolam o
nível local. Essa é a potencialidade mais bem explorada pelos que a utilizam
como fonte de informação, e tende a enfraquecer o poder de influência das grandes
emissoras de televisão no que se refere ao relato de fatos – não
necessariamente, ao menos em um primeiro momento, em relação ao consumo de
entretenimento.
O fato de a
internet estar ocupando esse espaço de informações nacionais e internacionais
poderia coloca-la em disputa discursiva com os conglomerados de comunicação que
controlam jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão, mas o que
acontece é que, em vez de disputa, o que há é reforço. A possibilidade de
disputa é limitada na medida em que os sites mais acessados seguem o mesmo tipo
de linha discursiva, veiculam o mesmo de discurso, já que são representantes
dos mesmos grupos econômicos. Está demonstrado, nos dados da Fundação Perseu
Abramo, que a internet não foi ainda capaz, portanto, de democratizar
verdadeiramente o debate social, já que também ali o poder econômico e político
oligárquico mantém sua capacidade de domínio e hegemonia total.
Em relação às
revistas, não há dúvida de que há um grande vácuo de discurso de esquerda.
Apenas duas publicações entre as referidas nos dados apresentados mantêm esse
perfil, e somam nada mais do que 0,7% de leitores, contra 50,2% apenas da Veja.
O fato de as revistas, em seu conjunto, não manterem grande porcentagem de
leitores – 24%, o menor percentual entre as seis mídias – é relevante, mas
ainda assim é preocupante o controle desse mercado editorial por publicações de
discurso conservador – e até mesmo ultra-conservador – e por publicações de
banalidades e que costumam reforças estereótipos e imaginários perigosos, como
Caras, Contigo, Tititi e Capricho.
Há, em todos
os setores midiáticos, um domínio quase absoluto dos conglomerados empresariais
e do discurso de direita e/ou apolítico. Mesmo na internet essa realidade não
se apresenta de forma diferente. Indicações de que é urgente a necessidade de
avançar na desconstrução do modelo de mídia que sustenta esse controle e no
fortalecimento da mídia contra-hegemônica enquanto alternativa real de discurso
e construção social.
Reproduzido
de Jornalismo
B
19 ago 2013
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