Descaso com a Comissão
de Direitos Humanos explica a ascensão de pastor
A indicação do Pastor
Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados gerou protestos e ganhou o noticiário nos
últimos dias. Algo inédito até ontem para uma comissão que jamais foi tratada como
prioridade pelos partidos políticos.
A distribuição do comando das
comissões segue o tamanho da bancada de cada legenda; cada líder partidário
escolhe quais comissões sigla deve presidir. Segundo reportagem do site Congresso
em Foco, a Comissão de Direitos Humanos foi a penúltima a ser escolhida pelos
líderes partidários na última semana. Ou seja, outras 19 comissões eram
consideradas mais importantes.
Líder do PSC, André Moura (PSC-SE)
disse a CartaCapital que presidir a Comissão não era uma prioridade
nem para a sua legenda. “Não foi o PSC que quis a comissão, a gente só obedeceu
ao regimento. Nós gostaríamos de permanecer presidindo, como a gente presidiu
nos últimos anos, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Mas não foi
possível,” diz o deputado. Devido à escolha dos líderes, o PSC trocou lugares
em outras comissões e tem cinco titulares e três suplentes na Comissão de
Direitos Humanos e Minorias.
Pastores e militantes
Na distribuição das vagas dentro dos
partidos, militantes de minorias, de um lado, e religiosos, de outro, foram os
que mostraram mais interesse em participar. Isso se refletiu na reunião que
elegeu Marco Feliciano nesta quinta-feira 7.
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Entre os deputados conhecidos pela
atuação junto a minorias estão Erika Kokay (PT-DF), Jean Wyllys (Psol-RJ) e
Luiza Erundina (PSB-SP). Eles se retiraram da comissão por não concordar que
manifestantes fossem impedidos de entrar na sala em que a escolha foi
oficializada.
Dentro da sala, Jair Bolsonaro
(PP-RJ), defensor da ditadura, e líderes evangélicos como Pastor Eurico
(PSB-PE) e Takayama (PSC-PR) defendiam suas posições, mesmo que alguns deles
não tivessem direito a voto e fossem suplentes. São agora maioria num dos
principais espaços de discussão sobre a diversidade, tão combatida, no País.
Bolsonaro deu o tom de como o grupo será comandado a partir de agora: “Não
assistiremos mais aqui seminário LGBT infantil, com crianças sendo estimuladas
uma a fazer sexo com a outra.”
Abaixo, a lista de todos os que
votaram na eleição de Marco Feliciano na comissão. Foram 11 votos a favor e um
em branco (o voto foi secreto):
PSC:
André Moura (PSC-SE)
Antônia Lúcia (PSC –AC)
Costa Ferreira (PSC-MA)
Lauriete (PSC-ES)
Marcos Feliciano
(PSC-SP)
Stefano Aguiar (PSC-MG)
PSD:
Liliam Sá (PSD-RJ)
PR:
Anderson Ferreira
(PR-PE)
PSB:
Pastor Eurico (PSB-PE)
PDT:
Marcos Rogério (PDT-RO)
PV:
Henrique Afonso (PV-AC)
PSL:
Dr. Grilo (PSL-MG)
Reproduzido
de Carta
Capital
07 mar 2013
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