Franklin e a Ley de Medios: nada além da Constituição
Na abertura do III Encontro de Blogueiros em Salvador, o Ministro da Comunicação do Governo Lula e autor de uma excelente Ley de Medios que o Acorda Bernardo engavetou, criou a palavra de ordem que, daqui para a frente, deverá orientar a batalha de todos os que querem um marco regulatório que democratiza a comunicação brasileira: “nada além da Constituição”.
Tudo o que nos queremos está lá, disse ele.
Não queremos nada que fira a Constituição.
Não queremos monopólio.
A Constituição proíbe o monopólio.
Não queremos que político – que tenha “foro privilegiado” - tenha monopólio.
A Constituição proíbe isso.
Queremos conteúdo local, regional ?
A Constituição também quer.
Não gostamos de vender horário, já que tevê é uma concessão ?
A Constituição proíbe.
Lutamos pelo direito de resposta ?
A Constituição exige o direito de resposta.
Essa foi a linha de raciocínio do Franklin.
Lutar pelo que presecreve a Constituição significa também lutar pela Liberdade de expressão, que a Constituiçãao assegura – como bem lembrou o Ministro Ricardo Lewandowski na frase que enviou ao III Encontro:
“A Constituição Federal, nos artigos 5o., incisos IV e IX, e 220, garante o direito individual e coletivo à manifestação do pensamento, à expressão e à informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, independentemente de licença e a salvo de toda restrição ou censura”.
Quando o PiG (essa expressão não é do Franklin) diz que lutar pela liberdade de expressão é uma ameaça a liberdade de imprensa, cabe perguntar: eles lutaram pela liberdade de imprensa quando mais ela foi ameaçada ?
Eles se insubordinaram contra a Censura ?
Que autoridade moral têm eles ?
Eles não estão mais sozinhos para inventar a bolinha de papel, tentar esconder o áudio do Policarpo (Franklin não o citou nominalmente, provavelmente por uma questão de higiene).
Os blogueiros sujos têm que tomar deles a bandeira da Constituição.
Ainda mais que a reforma do Marco Regulatório é inevitável.
E, para evitar um “rachuncho”, é preciso “otimismo, determinação e inteligência”, disse ele.
Inteligência significa ampliar o espaco de atuação desses grilos falantes, que somos nós, os blogueiros sujos.
Evitar o “rachuncho” significa impedir que o Marco Regulatório seja construído numa reunião dos donos da Globo (ele não citou nominalmente), os representantes das telefônicas e três ou quatro parlamentares.
Isso seria um rachuncho.
O debate tem que ir para a rua, para o Congresso.
Repactuar.
Porque não estão em jogo apenas interesses econômicos, empresariais, mas políticos também.
Em tempo: sobre a batalha do Professor Fábio Konder Comparato para fazer o Congresso regulamentar os artigos da Constituição que tratam da Comunicação, leia aqui a última vitória que ele obteve.
Paulo Henrique Amorim
Foto: Franklin Martins (ao lado de Emiliano José): "nada além da Constituição"
Reproduzido de Conversa Afiada
26 mai 2012
Blogueiros decidem celebrar o Dia da Constituição
No III Encontro dos Blogueiros Sujos de Salvador, o blogueiro sujo de Goiás, o Mamede, que nutre especial afeição pelo governador Marconi Perillo, fez uma proposta arrebatadoramente apoiada pelo plenário:
Celebrar o Dia da Constituição.
A Constituição Cidadã, de 1988, foi promulgada em 5 de outubro.
Nesta data, ou perto dela, o Barão de Itararé, de acordo com solene promessa feita ali pelo presidente Miro Borges, promoverá um evento, virtual ou não, para tomar a Constituição da mão do PiG (*).
Desde esse III Encontro, o lema dos blogueiros sujos, que lutam por uma Ley de Medios, passou a ser “Nada além da Constituição”.
Tudo se deve a brilhante exposição do ex-Ministro Franklin Martins, que, na abertura do Encontro mostrou que tudo – ou quase tudo – do que queremos já está na Constituição.
Agora, é preciso obrigar o Congresso a regulamentar os capítulos referentes à Comunicação da Constituição de 88.
Como há algum tempo tenta o professor Fábio Comparato.
E enfiar a Constituição pela goela abaixo do PiG (*).
Reproduzido de Conversa Afiada . Paulo Henrique Amorim
27 mai 2012
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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