segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os Mervais, Doras e Mirians da vida e o que constitui a opinião pública nacional


Os  Mervais, Doras e Mirians da vida e o que constitui a opinião pública nacional

Educação & Política
Glauco Cortez
30 abril 2012

Opinião pública nem sempre é um conceito fácil de exprimir, visualizar e localizar precisamente. Isso porque há nele algo de abstrato, afinal, qual é de fato a opinião pública brasileira, por exemplo, a opinião que traduz o que pensa a maioria dos brasileiros sobre diversos assuntos?

Sobre isso, um interessante texto de Mino Carta, publicado pela Carta Capital, expõe que nossa opinião pública certamente não seria aquela dos Mervais, Doras e Mirians da vida, referindo-se a Merval Pereira, Dora Kramer e Miriam Leitão. No máximo, eles representam os seus leitores ou aqueles que concordam com o que eles dizem, mas a opinião pública brasileira, para Mino, nem seria aquela que de fato tem contato com a mídia nativa e que, na ocasião de uma eleição, por exemplo, vota sem necessariamente sofrer influência desta última.

Poderíamos discurtir alguns pontos, pensando que a influência dessa mídia é sim expressiva em diversas camadas sociais, no entanto, muitos continuam dedidindo seus destinos políticos quase que por instinto, por uma preferência ou outra, não abalada pelos discursos de Mervais e Mirians…

Mino é preciso ao afirmar o tipo de opinião pública que tais discursos de Mervais e Mirians querem personificar. Justamente o discurso que foi e vai contra as mudanças importantes para o país, quem é adepto da democracia sem povo e de um país de 20 milhões de brasileiros, o discurso mais egocêntrico possível.

Radiografar a opinião pública brasileira é sem dúvida um desafio, mas não é difícil identificar qual é o perfil da opinião pública que responde à mídia nativa e seu “jornalismo onírico” (que faz dos seus sonhos verdade). Sobre este, restam poucas ou nenhuma dúvida.

Veja trecho do texto:

Opinião pública, o que é?

Por Mino Carta

Pergunto aos meus reflexivos botões qual seria no Brasil o significado de opinião pública. Logo garantem que não se chama Merval Pereira, ou Dora Kramer, ou Miriam Leitão. Etc. etc. São inúmeros os jornalistas nativos que falam em nome dela, a qual, no entanto, não deixa de ser misteriosa entidade, ou nem tão misteriosa, segundo os botões.

A questão se reveste de extraordinária complexidade. Até que ponto é pública a opinião de quem lê os editorialões, ou confia nas elucubrações de Veja? Digo, algo representativo do pensamento médio da nação em peso? Ocorre-me recordar Edmar Bacha, quando definia o País -como Belíndia, pouco de Bélgica, muito de Índia. À época, houve quem louvasse a inteligência do economista. Ao revisitá-la hoje, sinto a definição equivocada.

Os nossos privilegiados não se parecem com a maioria dos cidadãos belgas. A Bélgica vale-se da presença de uma burguesia autêntica, culta e naturalmente refinada. Trata-se de tetranetos da Revolução Francesa. Só para ser entendido pelos frequentadores do Shopping Cidade Jardim em São Paulo: não costumam levar garrafas de vinho célebre aos restaurantes, acondicionadas em bolsas de couro relampejante, para ter certeza de uma noite feliz. Até ontem, antes do jantar encharcavam-se em uísque.

Em contrapartida, a minoria indiana, sabe das coisas e leu os livros. Já a maioria, só se parece com a nossa apenas em certos índices de pobreza, relativa ou absoluta. No mais, é infelicitada por conflitos, até hoje insanáveis, étnicos e religiosos. Nada de Bélgica, tampouco de Índia. Nem por isso, a diferença, ainda brutal, existe entre brasileiros ricos e pobres, embora desde o governo Lula tenha aumentado o número de remediados.

Leia o texto completo de Mino Carta na Carta Capital clicando aqui.

Reproduzido de Educação e Política por Glauco Cortez
30 abr 2012

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