E-mail aberto de Amor e Gratidão rasgados...
Ô Menina Célia querida...
São tantos de nós nesse mundo que estamos realmente sozinhos,
que não amamos nem somos amados...
mas poucos e raros que conhecemos essa solidão que habita suavemente contigo,
que te faz companhia como uma Dama Silenciosa e discreta a te inspirar,
trazendo de mansinho, à cada hora dos longos dias, as Luzes do Alto ...
Ninguém te colocou nas alturas que você mesma não tenha alcançado por sua leveza,
tal qual uma gota iluminada de pólen daquele Quinto Lótus que subiu aos ares para fecundar corações,
levar Esperança e Alegria aos Quatro Cantos do Mundo,
juntando-se às ondas de preces de outros poucos e, no mais das vezes,
aos tantos gritos dos humilhados e perdidos que clamam, injustamente,
Justiça aos Céus...
Quem é que, nesses jardins mal espalhados pela Terra,
não seria grato ao dom que você amadureceu como Jardineira semeando palavras,
cuidando para que o gérmen daquele solene Fiat Lux brotasse do peito de cada criança
que corresse entre os canteiros as alamedas do mundo?
Você, com sua meninice cheia de e-ternuridades,
não foi nossa Anja protetora e guia marcando os roteiros
a fim de que todos nós encontrássemos, naquela Árvore,
o Menino que falava de Paz e pás para que revolvêssemos nossos corações?
Você não encheu de minhocas sorridentes nossas cabeças
a transformar a esterilidade de nossos sentimentos e pensamentos
em ações que fertilizassem cada palmo de nossas Vidas?
Dali, daquela altura, à meio passo entre a Terra e o Céu
onde você flutua nessa rara dignidade,
onde o Silêncio quase absoluto só é cortado pela Canção Infinita do Cosmo
não se esqueça de nós que vamos nos desviando dessas cantigas e caminhos...
Seja sempre essa Estrela Ascendente a nos apontar que
o que É lá em cima É também enraizado dentro do nosso peito
à espera da "Revelação"...
Você que "traduziu em flores" essa imensidão dos "caminhos ensolarados"
receba nosso beijo quando mal ousamos tocar seus pés
quando passa seguindo Aquele barbudo de olhos mansos
que lhe oferece o próprio bastão para te amparar na estrada de pedras
que a ignorância e tristeza espalham à sua frente...
Ele, que também foi tão solitário na Sua via sacra, agora mais que nunca
vem ao seu encontro para transmutar a cruz do dia a dia
em estaca a amparar o peso dos anos de dedicação,
porque seu pomar de poesia são mil galhos oferecendo flores e frutos,
perfumes e sombra refrescante aos caminheiros e passantes...
Que seu Amor sem medidas nos conceda a benção de um sorriso
quando olharmos que temos na concha de nossas mãos tantas cicatrizes
quanto a certeza de que transformaremos cada linha áspera
naquela pérola preciosa que brilha entre seus dedos de Jardineira, Poetisa...
Nessa jóia ofuscada pela Luz que se desprende de sua vida e palavras,
cheias de encantamento e tantas belezas ,
deixamos cair uma pequena lágrima de saudade, e gratidão...
Menina que sempre foi Criança, obrigado por você cantar o amanhecer e nos apontar o caminho iluminado...
Obrigado por você ser tão linda, assim, Menina... nós te agradecemos...
E, eu, um de seus irmãos-filhos-netos-amigos-das-estrelas,
um grãozinho de poeira entre as praias da Ilha de todos os Desterros
que vai encontrando seu Peabiru,
para seguir até o Lago da Origem da Criação,
subir a Grande Montanha e, finalmente saltar ao Coração do Mundo...
Para me soltar ao Coração das Estrelas...
Eu te encontro Lá... em breve... para a Vida em Plenitude...
onde habita a Luz Final.
Leopoldo
O Nawta
Um comentário:
Célia Laborne Tavares é tudo o que você escreveu e ainda mais... Ela MERECE as suas palavras de admiração, que traduzem o que nós, (também seguidores , leitores, estudantes) aprendemos com ela. Você a descreve com seu conhecimento, luz e sensibilidade. E sei que, apesar disso, as palavras são limitadas... pois, para escrever assim é necessário sentir. E sentir é muito mais do que se pode definir. Muito obrigada por compartilhar o Amor e a Gratidão, "rasgados" em mil estrelas e mais algumas... Você é O Nawta, também um poeta e mestre que nos inspira e faz refletir. Todos nós, desde os mais simples e humildes, mestres uns dos outros.
Um abraço
Marise
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