quinta-feira, 28 de abril de 2011

Consumismo e Infância: teatro infantil tem “trailer” com publicidade


Teatro infantil é um programa ótimo para quem tem filhos pequenos.  As crianças ficam quase hipnotizadas com a encenação de atores ali, ao vivo e a cores. Quando eu era pequena, assistir a uma peça era um acontecimento. A magia estava em tudo: na entrada do teatro, sempre coberto de glamour por mais capenga que fosse, nos três sinais que tocavam anunciando o início do espetáculo.

Hoje, sou mãe de uma menina muito querida de 4 anos. Ela começou a freqüentar peças de  teatro aos 2 e meio. Não foram muitas, é verdade. Mas algumas muito legais, em espaços alternativos voltados para o público infantil.

Há duas semanas fomos pela primeira vez a um teatro mais pop, em um shopping de São Paulo. Se arrependimento matasse... Depois de 15 minutos rodando pelo estacionamento (parece pouco, mas engolindo fumaça é uma eternidade!), subimos até a praça de alimentação, onde fica o tal teatro. Caos. Mal dava para andar.

Pensei: “na hora que entrarmos vai passar”. Doce ilusão. Com cadeiras amontoadas, sentamos lá no fundo, em uma espécie de puxadinho, onde dava para ver mais cabeça do que palco. Daí, a grande decepção... Desce uma tela de plasma do teto e começa a sessão comercial. Uma publicidade atrás da outra: carro, celular, sabão em pó.

Aquele não é lugar de passar publicidade. Grande parte dos comerciais era voltada ao público adulto. E daí? Minha filha estava sentadinha ali ao meu lado, sendo exposta a tudo. E a peça era infantil! Nem fui avisada para poder me prevenir.

Esse é um daqueles casos em que nos sentimos verdadeiramente invadidos e desrespeitos pelos apelos mercadológicos. Nada contra publicidade. Eu reconheço que algumas são ótimas! Só que, em primeiro lugar, não fomos ao teatro para ver publicidade. São espaços culturais, onde deveríamos consumir sim, mas consumir cultura e entretenimento.  Depois, minha filha, de apenas 4 anos, que é espertíssima mas ainda não tem senso crítico, ficou assistindo àquilo sem nem entender para que servia.  Foi a prova concreta de que crianças não estão preparadas para enfrentar os apelos comerciais.

Reproduzido de Consumismo e Infância

Sugestões para a mídia: o que é notícia e o que não é?


Sugestões para a mídia
Por Koldo Campos Sagaseta

A solidariedade se especula, o amor se compra, a justiça se herda, a paz se impõe, o progresso se saqueia. Vive-se em nome da morte e se mata em nome da vida. Precisamos recuperar essas palavras, esses velhos conceitos que nos fazem humanos, essas palavras que temos esquecido.

Sabemos que o jogador de baralho engana no jogo como sabemos que o prestidigitador tira um coelho branco da cartola com truques. Mas não é o mesmo saber disso do que descobri-lo. Constatar como se engana, vê-lo, provoca uma impressão muito mais consistente e reflexiva que o mero fato de saber que há um truque.

Tampouco ignoramos que a grande mídia mente. Averiguar como fazem isso, que instrumentos usam para urdir a patranha, de que ferramentas se valem para nos servir o engano, acrescentaria a esse conhecimento uma percepção muito mais transcendente e funda.

Com independência dos interesses que determinam o que é notícia e o que não é, consideração que precisaria de um capítulo aparte, a mídia emprega infinidade de técnicas para manipular as nossas impressões, emoções e critérios, e conseguir que secundemos o recusemos as suas propostas dependendo de seu interesse.

Desde a notícia que não é verdade à verdade que não é notícia, são inumeráveis os procedimentos que utilizam para que nem só para que pensemos igual, senão que o pensemos da mesma forma.

Eis aí a importância de que os meios alternativos incluam todo dia nas suas páginas algum espaço dedicado a nos revelar os enganos, os truques aos que apela a grande mídia para merecer a nossa credibilidade. Alguns jornais eletrônicos já o fazem ou até tem seções fixas sobre o assunto, mas é urgente que neste desmonte da patranha se envolvam mais meios e o façam todo dia. Como seria oportuno que quando um meio seja surpreendido transformado em latrina, igual que se faz com alguns tópicos, se anexe a habitual cronologia de seus excrementos para que a fetidez alerte até o mais cândido leitor.

Inclusive, poderiam se estabelecer prêmios anuais à Latrina Multimídia em algumas de suas mais características versões: à mentira mais elaborada, ao silêncio mais sonoro, ao melhor erro infográfico… E as habituais homenagens por sua longa carreira de sucesso a algumas meritórias empresas do mercado.

Não é a única seção que sugiro. Outro espaço que faz tempo requer a sua cotidiana presença nos jornais, seja no lugar do horóscopo ou da cotação da Bolsa, é o dicionário.

Sugerencias para los medios de comunicación
Por Koldo Campos Sagaseta

La solidaridad se especula, el amor se compra, la justicia se hereda, la paz se impone, el progreso se saquea. Se vive en nombre de la muerte y se mata en nombre de la vida.Necesitamos recuperar esas palabras, esos viejos conceptos que nos hacen humanos, esas palabras que hemos ido olvidando.

Sabemos que el tahúr hace trampas en el juego como sabemos que el prestidigitador saca un conejo blanco de su mágica chistera valiéndose de trucos, pero no es lo mismo saberlo que descubrirlo.

Constatar cómo se hace la trampa, verla, provoca una impresión mucho más consistente y reflexiva que el mero hecho de saber que hay truco.

Tampoco ignoramos que los grandes medios de comunicación nos mienten. Averiguar cómo lo hacen, qué instrumentos usan para urdir la patraña, de qué herramientas se valen para servirnos el engaño, añadiría a ese conocimiento una percepción mucho más trascendente y honda.

Con independencia de los intereses que determinan qué es noticia y qué no lo es, consideración que necesitaría un especial apartado, los medios emplean infinidad de técnicas para manipular nuestras impresiones, emociones y criterios, y conseguir que secundemos o rechacemos sus propuestas según sea su interés.

Desde la noticia que no es verdad a la verdad que no es noticia, son innumerables los procedimientos que utilizan para que no sólo pensemos lo mismo sino que lo pensemos de la misma forma.

De ahí la importancia de que los medios de comunicación alternativos incluyan todos los días en sus páginas algún espacio dedicado a revelarnos las trampas, los trucos a los que apelan los grandes medios para merecer nuestra credibilidad. Algunos periódicos electrónicos ya lo están haciendo y hasta tienen secciones fijas sobre el particular, pero urge que en este desmontaje de la patraña, se involucren más medios y lo hagan todos los días. Como sería oportuno que cuando un medio sea sorprendido transformado en letrina, al igual que se hace en algunos temas, se anexe la habitual cronología de sus excrementos para que la fetidez alerte hasta al más cándido lector.

Incluso, podrían establecerse premios anuales a la Letrina Multimedia en algunas de sus más características versiones: A la mentira más elaborada, al silencio más sonoro, al mejor error infográfico… Y los consabidos homenajes por su larga y exitosa carrera a algunas meritorias empresas del mercado.

No es la única sección que sugiero. Otro espacio que hace tiempo requiere su cotidiana presencia en los periódicos, sea en lugar del horóscopo o de la cotización de la Bolsa, es el diccionario.

Leia o texto completo na página do Desacato clicando aqui.

Fórum Século XXI: Jornalismo para a Democracia, Ecologia e Cidadania


Fórum Século XXI . Democracia . Ecologia . Cidadania

Consideramos que os veículos de imprensa devem assumir um papel fundamental na transformação da sociedade brasileira. Este papel é o de informar para a Cidadania. Acreditamos no mundo e nas pessoas. Somos otimistas com o rumo da história. Procuramos exercitar com nossas matérias e artigos o interesse pelo auto-conhecimento e saúde, além da melhoria do nível da cidadania. Através de linguagem acessível, procuramos influir para elevar a Qualidade de Vida e a qualidade da informação que chega aos cidadãos.

Acreditamos na possibilidade de uma sociedade sustentável com vistas à prosperidade e a justiça social. Temos consciência, contudo, de que os recursos da Terra são finitos e logo teremos que buscar outras formas de vivermos e progredirmos. Apoiamos o crescimento da atividade Eco-Turística, principalmente, porque esta exige a sustentabilidade que necessitamos.

Estamos em uma região bastante biodiversa - A Mata Atlântica - em meio a inúmeros Parques Estaduais e APAS. Nossa circulação se dá no eixo da Estrada SERRAMAR que liga Nova Friburgo ao litoral, estrada que beira o rio Macaé, o mais puro do Estado do Rio de Janeiro. Neste contexto, procuramos nos abrir às discussões e práticas ecológicas e humanistas. O crescimento e a disseminação do Fórum Século XXI dependem das empresas e também dos cidadãos que vierem a colaborar como divulgadores, assinantes e parceiros.

Veículos de imprensa só progridem quando a sociedade assim decide com seus patrocínios, investimentos e prioridades. Cidadania é prioridade. Meio Ambiente é prioridade. Mudança de comportamento é prioridade. É nisto que apostamos!

Reproduzido do Portal Fórum Século XXI . Nova Friburgo



Leia também "Existem questões complexas que precisam ser revistas no desenvolvimento econômico", por Dib Curi, clicando aqui.

Ensaio fotográfico de Jonathan Hobin: as crianças não são mais protegidas pelo horror da notícia e da mídia


"A influência das mídias no mundo infantil

Pesquisas comprovam que a mídia mais presente na vida das crianças é a televisão. A maioria delas acha que assistir TV é uma brincadeira. Muitas vezes sim, mas, como diz o velho ditado popular: “Nem tudo que brilha é ouro”. Existem certos horários e programas de TV que nem é bom elas estarem por perto para assistir, vista a infinidade de horrores que essa mídia traz – pois o público infantil projeta fantasias trazendo-as para o mundo real. Dito isso, não são recentes essas preocupações e indagações dos adultos em relação ao poder da imagem, das possíveis influências da violência televisiva e também dos jogos eletrônicos.

Baseado nessa linha de pensamento, o fotógrafo canadense Jonathan Hobin fez um ensaio querendo mostrar esse mundo cruel, onde as crianças não são mais protegidas pelo horror da notícia e da mídia. Revela ainda como as crianças já brincam de ser “gente grande”. A tragédia de 11 setembro nas Torres Gêmeas, a morte de Diana e American Idol são alguns dos temas apresentados nesta incrível série. Confira:"

Reproduzido de ClicRBS
28 abr 2011

Veja as fotografias do ensaio na página do ClicRBS clicando aqui.

In the Playroom by Jonathan Hobin 

"In the Playroom" is a metaphor for the impossibility of a protective space safe from the reach of modern media. The quizzical disposition of youth and the pervasive nature of the media are symbolically represented in my images through tableau-vivant re-enactments of the very current events that adults might wish to keep out of their child’s world. Just as children make a game of pretending to be adults as a way to prepare and ultimately take on these roles in later life, so too do they explore things that they hear or see, whether or not they completely understand the magnitude of the event or the implications of their play.

Reproduzido de Behance Network
2010

Veja álbuns na página de Jonathan Hobin clicando aqui.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Coletivo Espectro Alternativo: juventude a favor do Direito Humano à Comunicação


Somos uma organização popular juvenil de diferentes realidades com responsabilidade social, que levantamos a bandeira a favor do Direito Humano à Comunicação, pois vivemos numa sociedade midiada, ou seja, a mídia é formadora de conceitos e de opinião.

O Coletivo Espectro Alternativo tem como objetivo mudar a realidade através da mídia, sendo que alternativa, livre, em pé de igualdade sem intenções de dominação ou qualquer tipo de discriminação, a fim de provocar uma opinião crítica.

Atuamos com atividades sócio-educativas pela valorização dos menos favorecidos, na promoção da cultura regional e local em produções de mídia livre. Atuamos como assessoria de comunicação de instituições e apoiamos organizações juvenis para contribuir na formação midiática e político-social.

Como mídia alternativa e livre, produzimos áudios-visuais, impressos de divulgação, poesias/cordéis, fotografia, jornais e fanzines.

Conheça o Blog Coletivo Espectro Alternativo clicando aqui, e o seu fanzine clicando aqui.


Direito à informação como dever do Estado


Frente parlamentar lembra que é dever do estado garantir acesso da população à informação

O direito à liberdade de expressão e a uma efetiva prática comunicacional – plural e livre – é condição básica e essencial de toda e qualquer democracia. Para que esta exista e aconteça de fato, o estado deve garantir que os meios de comunicação zelem pela qualidade e pluralidade da informação permitindo que a opinião pública tome conhecimento das questões e temas que envolvem a esfera pública de seu país.

Os meios de comunicação são uma espécie de veículo para a democracia e participação popular, não por acaso, em qualquer ditadura a primeira coisa a ser feita é censurar, controlar e monopolizar os meios de comunicação, uniformizando as ideias e cerceando qualquer tipo de crítica ou reflexão. Pensando em todas essas questões, a iniciativa da Câmara dos Deputados em criar a “Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular” em parceria com entidades da sociedade civil é de total pertinência e importância.

A atual situação dos meios de comunicação brasileiros é marcada por uma uniformização dos conteúdos, por um controle das propriedades dos meios nas mãos de poucas pessoas e por uma cultura da manipulação e do privilégio que, beneficiadas pelo manto sagrado da liberdade de expressão, no fundo, apenas afastam as chances de uma real liberdade de expressão e de um legítimo direito à comunicação, que às empresas de comunicação da atualidade não seriam nem um pouco interessantes.

Diante do sistema midiático que temos, não podemos considerar o Brasil como um país onde vigora de fato uma efetiva democracia. A participação popular não é interessante para o cartel midiático que aqui se instalou, o que eles querem, de fato, é, como bem disse Mino Carta, zelar por uma democracia sem povo e posar de guardiões dessa.

A sorte é que personalidades públicas como Luiza Erundina, dentre outros parlamentares, que lideram e apoiam iniciativas como essa, de criar uma Frente Parlamentar pelo direito à comunicação, ainda existem na cena política nacional e contribuem para lembrar que “é dever do Estado desenvolver ações no sentido de garantir que o maior número possível de cidadãos possa produzir, disseminar e acessar informações e cultura”, como disse Luiza Erundina.

Além de reconhcer o dever do estado nessa questão, a Frente não exclui a população, muito pelo contrário. Talvez, a parte mais importante do nome do movimento seja justamente aquela composta pelas últimas palavras, “com participação popular”. Aí sim começa-se a falar a linguagem da democracia. Por isso, representam todos os parlamentares envolvidos com a Frente um oásis de lucidez em tempos de tanta secura democrática!

Veja trecho de texto escrito por Luiza Erundina, deputada federal do PSB por São Paulo, e reproduzido pelo blog Vi o Mundo:

Luiza Erundina, no Brasil Econômico: Liberdade de Expressão

Por Luiza Erundina

A Câmara dos Deputados lança, hoje, a “Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular”. É uma iniciativa de parlamentares, em parceria com entidades da sociedade civil, e visa a promover ações que assegurem o direito à liberdade de expressão e o direito à comunicação.

O direito à liberdade de expressão, previsto no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos artigos 5º e 220 da Constituição Federal, enfrenta hoje dois tipos de obstáculos que demonstram a necessidade e justificam a criação desta Frente.
O primeiro está em ações de órgãos do poder público e de entes privados que cerceiam o exercício dessa liberdade pelos cidadãos e cidadãs brasileiros. É preciso, pois, que se criem mecanismos permanentes para denunciar e combater tais ações.

O segundo obstáculo diz respeito à falta de regulação do nosso sistema de comunicação e de políticas públicas que promovam e garantam a liberdade de expressão e o direito à comunicação.

Atualmente, as condições para o exercício dessa liberdade e o respeito a esse direito são muito desiguais, visto que os canais de mídia, elementos indispensáveis à efetivação desse direito, estão concentrados nas mãos de poucos grupos, cuja prática impõe limites à liberdade de expressão em nosso país, além de ser fortemente marcada pela prevalência de interesses privados em detrimento do interesse público.

Assim, não basta denunciar e combater ações que atentem contra a liberdade de expressão; é preciso também propiciar meios para que todos os cidadãos e cidadãs brasileiros tenham plenas condições de exercê-la. (Texto Completo).

Reproduzido de Educação Política - Mídia, Educação e Cultura - Por Glauco Cortez
26 abr 2011

"Casa dos Autistas": Comédia MTV dezmerecendo o 10 em humor


Deputado do RS aciona Ministério Público contra programa da MTV Brasil

Na sketch, que busca ser uma sátira do Casa dos Artistas do SBT, o dia-a-dia as pessoas com disfunção global do desenvolvimento é retratado.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) ingressou, nesta segunda-feira (25), com uma representação no Ministério Público Federal para que sejam tomadas providências com relação a um quadro do Programa Comédia MTV, chamado “Casa dos Autistas”. Nasketch, que busca ser uma sátira do Casa dos Artistas do SBT, o dia-a-dia as pessoas com disfunção global do desenvolvimento é retratado, a partir de uma visão particular dos humoristas do canal musical.

No documento, o deputado classifica o “Casa dos Autistas” como um programa discriminatório que explora de maneira preconceituosa a imagem das pessoas com transtornos globais do desenvolvimento. A representação do deputado Pimenta está baseada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da qual o Brasil é signatário. O texto da Declaração diz que “os Estados Partes proibirão qualquer discriminação baseada na deficiência e garantirão as pessoas com deficiência igual e efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer motivo”.

Reproduzido de D24am
25 abr 2011

Leia mais sobre a repercussão desse esquete deznecessário clicando aqui, em Autismo "Uma lição de vida" ali,  e a Carta de Repúdio no Blog "Estou Autista", de Luiz Kakaki Junior acolá. Mais em "Rever os meios" clicando aqui, e no Blog "Botecoterapia" clicando aqui.

Assine em Petição pública o Abaixo-assinado contra o Programa MTV Casa dos Autistas clicando aqui.

Leia declarações de Marcelo Adnet sobre o Programa: "sempre fui contra esta cena" clicando aqui e ali.

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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Nasce a #FrenteCom


Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação

"191 parlamentares e mais de 70 entidades lançaram ontem na Câmara Federal a frente que vai defender as propostas pelo direito à comunicação e à liberdade de expressão aprovadas na I Conferência Nacional de Comunicação em dezembro passado (2009).

A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (#Frentecom) foi lançada terça-feira (19 abr 2011), em Brasília, dando continuidade ao processo de mobilização nacional por uma mídia democrática e uma legislação atualizada.

Com subsídios de toda sociedade brasileira, reunidos na I Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009, a Frente vai qualificar o debate no Congresso Nacional com propostas e análises aprofundadas da estrutura de comunicação no Brasil. Pra começar, será necessário reformular o chamado marco regulatório dessa área estratégica.

As tarefas da Frente não foram criadas agora. Seu compromisso primeiro é fazer cumprir a Constituição Nacional, aprovada em 1988, defendendo a regulamentação os artigos dedicados à comunicação. É preciso também reativar o Conselho Nacional de Comunicação, que nunca funcionou, e regionalizar a participação da sociedade, através de Conselhos Estaduais e Municipais.


Para democratizar, a comunicação não poderá mais ser vista como um mero negócio, mas um direito das pessoas em particular e da sociedade em geral de utilizar os meios necessários para sua livre expressão, de contar com um sistema público de comunicação que zele pelo acesso de todos à informação de qualidade, que estimule, produza e distribua produções de interesse social, e assegure o compromisso com a veiculação de conteúdos não discriminatórios nas midias públicas ou de empresas.

(...) Tanto na I Confecom, como agora, na construção da #FrenteCom, as empresas de comunicação foram convidadas a participar e a contribuir. Mas o tema assusta os proprietários dos grandes meios e estes, nas duas vezes, utilizaram a grande imprensa para atacar o processo, afirmando que regulação da comunicação no Brasil implica em censura. Em 2009, mesmo sob enorme pressão dessas empresas, que preferem continuar gerindo a comunicação como um negócio privado, o interesse no debate público apareceu com força em uma infinidade de pequenos meios alternativos, nos sites, blogs e redes sociais na internet, e acabaram conferindo à Confecom uma representatividade nacional. Todos os Estados tiveram sua sociedade civil representada por delegados articulados com o movimento conjunto pela democratização do setor.


A história se repete. As entidades da sociedade civil continuam ampliando sua adesão à FrenteCom. Mas assim como na Confecom, as únicas associações de empresas que aceitaram o convite para participar da #FrenteCom foram a AlterCom, de mídias alternativas e pequenos empresários, e a Andijor-SP, que representa os jornais do interior paulista. A Abert e outras entidades que representam os maiores negócios da comunicação no Brasil ficaram novamente de fora do processo. Sem no entanto conseguir impedí-lo."

Contatos: frentecom@yahoo.com.br

Rita Freire

Leia o texto completo, por Rita Freire, na página Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, clicando aqui.

Vídeo do lançamento da #frentecom na página do Canal Comunitário clicando aqui.

Violência na TV: quais são os limites do jornalismo televisivo?


Violência em horário impróprio

Por Flávia Péret em 29/3/2011

Uma indignação profunda me motiva a escrever este texto. Nos últimos 15 dias assisti na TV (precisamente Rede Globo, Jornal Nacional e Jornal da Globo) a matérias sobre tentativas de assalto seguidas de assassinato que foram gravadas por circuitos de segurança interna e, posteriormente, exibidas. Cenas de execuções sumárias, imagens violentas, veiculadas em horário impróprio para crianças e adolescentes.

Na primeira matéria, um rapaz universitário, em São Paulo, é abordado por dois homens ao chegar em casa à noite. Depois de uma confusão que não entendi totalmente, os assaltantes vão embora, o rapaz volta para fechar o portão, um dos bandidos reaparece e atira na cabeça dele. Na imagem, vemos o corpo caindo, o sangue e, minutos ou segundos depois, os pais apavorados que vêm ao encontro do filho morto. Toda a cena foi filmada pela câmera particular da família e reproduzida (com autorização de quem?) pelas redes de TV.

Nas imagens de hoje (23/3), outro jovem é a vítima, agora de policiais militares (acho que de Bélem). O jovem é abordado, levado para um canto na rua e, de repente, um policial dispara em direção ao corpo do rapaz, ele balança e o tiro parece atingir a barriga. Nesse momento, decido que não vou continuar vendo as imagens e mudo de canal.

Imagens assustadoras

Legalmente, a mídia pode exibir essas imagens? Existe um código de ética que trata da questão? Por que a mídia exibe e reproduz essas imagens? Por que é preciso mostrar a morte? Por que precisamos conviver com essas imagens? Conviver, sim, porque enquanto faço minha aula de ginástica uma TV ligada mostra o assassinato do rapaz em São Paulo. Não tenho o direito de desligar a TV, como fiz hoje em casa. Mostrar a morte, além de desrespeito com os familiares, é uma banalização da violência. Acho que esse assunto merece uma discussão mais profunda, cuidadosa e ética.

Quais são os limites – limite não é censura – do jornalismo televisivo? Qual o futuro do telejornalismo num contexto cada vez mais fotografado, vigiado, filmado? A lógica do furo? Da "melhor" imagem? Da informação "completa"? Do direito à informação? E quando os cinegrafistas são "substituídos" por câmeras que funcionam 24 horas e gravam tudo? É preciso mostrar tudo? Não mostrar a morte é esconder que vivemos num país cada dia mais violento? Mostrar reiteradamente assassinatos tem alguma função, além de criar paranoia e medo na população? Precisamos ver assassinatos como esses para acreditar que eles existem?

Peço desculpa pelos erros e informações incompletas, escrevi no calor da hora, uma espécie de desabafo, espero que vocês de alguma forma possam reverberar essas questão. Por que o cinema (um certo tipo de cinema) discute tanto essas questões e o jornalismo não? As implicações éticas de uma imagem, as representações e ideologias que as imagens engendram e reproduzem, as construções parciais e frágeis de mundo que sustentam, o modo como jornalismo tem lidado com essas imagens me assusta profundamente.


Saiba mais sobre a Classificação Indicativa para telejornais e programas noticiosos no debate online promovido pelo Ministério da Justiça, clicando aqui.

Leia também o texto “Novela sexual: indicada para crianças e jovens?” na Revistapontocom clicando aqui.



Revistapontocom: Dossiê midiaeducação



"O que é midiaeducação? Um conceito? Uma ideia? A sua grafia escrita junta ou separada traduz algum significado? Existiria outro termo que definiria melhor a interface entre a educação e a mídia? Trata-se de um novo campo de estudo? A revistapontocom dá prosseguimento à publicação da primeira parte do Dossiê midiaeducação, na qual publica entrevistas com professores, estudiosos e pesquisadores sobre o tema. A cada semana, uma nova entrevista. Um novo olhar. Uma nova perspectiva sobre a interface mídia e educação.

Para a OSCIP Planetapontocom, midiaeducação é um conceito que se traduz em um trabalho educativo sobre os meios, com os meios e através dos meios. Sobre os meios, refere-se ao estudo e análise dos conteúdos presentes nos diferentes meios e suas linguagens. Com os meios, trata-se  do uso dos meios e suas linguagens como ferramenta de apoio às atividades didáticas. E através dos meios, diz respeito a produção de conteúdos curriculares para e com os meios, em sala de aula e, também, a educação a distância ou virtual, quando o meio se transforma no ambiente em que os processos de ensino-aprendizagem ocorrem.

Afonso Albuquerque, Paulo Carrano, Ismar de Oliveira, Regina de Assis, Eduardo Monteiro, Inês Vitorino, Monica Fantini, Gilka Girardello, Rita Ribes, Nilda Alves, Guaracira Gouvêia são alguns dos nossos convidados/entrevistados da série. Nesta semana, você confere a entrevista concedida pela professora Rosália Duarte, do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Mídia e Educação (Grupem), Rosália resgata a assinatura da Declaração de Grunwald, de 1982, na Alemanha, como ponto de partida para a discussão sobre midiaeducação."

Confira as entrevistas por Marcus Tavares, na Revistapontocom, clicando aqui.

Guy Debord: Sociedade do espetáculo


"Espetáculo: essa continua sendo a face mais visível da sociedade

Vez ou outra é bom relembrar certas ideias e conceitos que ajudam a lançar luz sobre o tempo presente e delinear os contornos do futuro. Uma dessas ideias é a que trabalha com o conceito de Sociedade do Espetáculo, pensado pelo escritor francês Guy Debord. Poucas teorias talvez reflitam tão bem nossos tempos de uma “modernidade moderna”.


O espetáculo alimenta-se e é alimentado pela anulação crescente do ser humano diante de um mundo tão cheio de coisas, imagens e pessoas. Alimenta-se do fácil, do descartável, daquilo que te endurece no lugar de te fazer conhecer por você mesmo, no lugar de te libertar. O espetáculo é o sintoma da pressa, da falta de tempo, da aceleração em que se converteram os nossos dias insanos e neuróticos.

O excesso do espetáculo é a melhor imagem para a falta do ser humano. É tanta luz, é tanta voz, tanto som, que diante dele ficamos cegos, mudos, surdos, e é exatamente isso que essa sociedade espera de nós! Para Debord, apenas a realização da arte, da poesia, da utopia, seria capaz de nos libertar!

Guy Debord em seu antifilme Sociedade do Espetáculo (1973) demonstra que a Revolução pode sim trazer a liberdade. Os Situacionistas, ou seja, aqueles que criam situações que propiciam o avanço e a materialização dos conceitos libertários conseguiriam pela proliferação de sua prática neutralizar o controle e o efeito nocivo que a televisão, o cinema e os gandes meios de comunicação exercem sobre as massas. O fim dessa repressão psicológica e física sobre o povo representaria a realização da arte, da poesia, da utopia. (descrição do vídeo no You Tube)."

Reproduzido da página de Educação Política: mídia, economia e cultura - por Glauco Cortez

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