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sábado, 19 de março de 2016
sábado, 25 de outubro de 2014
Revista Veja - Uma farsa óbvia e mal ensaiada
Uma farsa óbvia e mal ensaiada
Paulo Moreira Leite
24 de outubro de 2014
Golpe midiático do doleiro Yousseff, que
admite que não pode provar o que diz, dará mais argumentos à regulamentação da
mídia
Numa tradição
que confirma a hipocrisia das conversas de palanque sobre alternância de poder,
os escândalos eleitorais costumam ocorrer no país sempre que uma candidatura
identificada com os interesses da maioria dos brasileiros ameaça ganhar uma
eleição.
Não tivemos
“balas de prata” — nome que procura dar ares românticos a manobras que são
apenas sujas e vergonhosas — para impedir as duas eleições de Fernando Henrique
Cardoso nem a vitória de Fernando Collor. Mas tivemos tentativas de golpes
midiáticos na denúncia de uma ex-namorada de Lula em 1989; no terror financeiro
contra Lula em 2002; na divulgação ilegal de imagens de reais e dólares
clandestinos dos aloprados; e numa denúncia na véspera da votação, em
2010, para tentar comprometer Dilma Rousseff com dossiês sobre adversários do
governo.
Em outubro de
2014, quando a candidatura de Dilma Rousseff avança em direção às urnas com uma
vantagem acima da margem de erro nas pesquisas de intenção de voto, VEJA chega
às bancas com uma acusação de última hora contra a presidente e contra Lula.
Comentando o teor da reportagem, Lula declarou ao 247:
— A VEJA é a
maior fábrica de mentiras do mundo. Assim como a Disney produz diversão para as
crianças, a VEJA produz mentiras. Os brinquedos da Disney querem produzir
sonhos. As mentiras da VEJA querem produzir ódio, disse ao 247.
O mais novo
vazamento de trechos dos múltiplos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff
expressa uma tradição vergonhosa pela finalidade política,
antidemocrática pela substância. Não, meus amigos. Não se quer informar a
população a partir de dados confiáveis. Também não se quer contribuir com um
único grama para se avançar no esclarecimento de qualquer fato comprometedor na
Petrobrás. Sequer o advogado de Yousseff reconhece os termos do depoimento.
Tampouco atesta sua veracidade sobre a afirmação de que Lula e Dilma sabiam das
“tenebrosas transações” que ocorriam na empresa, o que está dito na capa da
revista.
Para você ter
uma ideia do nível da barbaridade, basta saber que, logo no início,
admite-se que só muito mais tarde, através de uma investigação completa, que
ninguém sabe quando irá ocorrer, se irá ocorrer, nem quando irá terminar,
“se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são culpadas.”
Não é só.
Também se admite que Yousseff “não apresentou provas do que disse.”
Precisa mais?
Tem mais.
Não se ouviu o
outro lado com a atenção devida, nem se considerou os argumentos contrários com
o cuidado indispensável numa investigação isenta.
O que se quer é
corromper a eleição, através de um escândalo sob encomenda, uma farsa óbvia e
mal ensaiada. Insinua o que não pode dizer, fala o que não pode demonstrar,
afirma o que não conferiu nem pode comprovar.
Só o mais
descarado interesse pelos serviços políticos-eleitorais que poderia prestar na
campanha presidencial permitiu a recuperação de um personagem como Alberto
Yousseff. Recapitulando: há uma década ele traiu um acordo de delação premiada
numa investigação sobre crimes financeiros, e jamais poderia ter sido levado a
sério em qualquer repartição policial, muito menos numa redação de jornalistas,
antes que cada uma de suas frases, cada parágrafo, cada palavra, fosse
submetida a um trabalho demorado de investigação. Até lá, deveria ser colocada
sob suspeita. Mas não. Um depoimento feito há 48 horas, contestado pelo
advogado, por um cidadão que não é conhecido por falar a verdade, virou capa de
revista. Que piada.
Isso ocorre
porque vivemos num país onde, 30 anos depois do fim da ditadura militar, os
inimigos do povo conquistaram direito a impunidade. Esse é o dado real.
Sabemos, por
exemplo, que se houvesse interesse real para investigar e punir os casos de
corrupção seria possível começar pelo mensalão do PSDB-MG, pelo propinoduto do
metrô paulista, pela compra de votos da reeleição.
As vítimas
daquilo que se pode chamar de erros da imprensa, mesmo quando se trata de
fabricações, não merecem sequer direito de resposta — no caso mais recente, o
ministro Gilmar Mendes segurou uma sentença contra a mesma VEJA com base numa
decisão liminar. Olha só.
Num país onde
as instituições são respeitadas e os funcionários públicos cumprem deveres e
obrigações, a Polícia Federal não poderia deixar-se usar politicamente dessa
maneira, num comportamento que compromete os direitos de cada cidadão e ordem
republicana.
Diante da
incapacidade absoluta de enfrentar um debate político real, com propostas e
projetos para o país, o que se pretende é usar uma investigação policial para
ganhar pelo tapetão aquilo que não se consegue alcançar pelas urnas — o único
caminho honesto para a defesa de interesses num regime democrático. Num país
onde a alternância no poder nunca passou do revezamento entre legendas
cosméticas, em 2014 os conservadores brasileiros são obrigados a encarar o
horizonte de sua quarta derrota eleitoral consecutiva, a mais dolorosa entre
todas. Depois de falar de alternância no poder, talvez fosse o caso de falar em
alternância de métodos, não é mesmo?
Imaginando que
estavam diante de uma campanha próxima de um passeio, com uma adversária
enfraquecida e sem maiores talentos oratórias, salvaram-se, por um triz, do
vexame de ficar de fora do segundo turno.
A verdade é que
não há salvação, numa democracia, fora do voto. Toda vez que se procura
interferir na vontade do eleitor através de atalhos, o que se produz são
situações de anormalidade democrática, onde o prejudicado é o cidadão.
Essas
distorções oportunistas cobram um preço alto para a soberania popular. Não há almoço
grátis — também na política.
O exercício de
superpoderes políticos tem levado a Polícia Federal a se mobilizar para se
transformar numa força autônoma, que escolhe seu diretor-geral que não presta
contas a ninguém a não a ser a seus próprios quadros.
O melhor
exemplo de uma organização capaz de funcionar dessa maneira foi o FBI
norte-americano, nos tempos de John Edgar Hoover. Instalado durante longos 49
anos no comando da organização, Hoover colecionava dossiês, fazia chantagens e
perseguições a políticos à direita e à esquerda. Agia por conta própria e
também atendia pedidos que tinha interesse em atender — mas recusava aqueles
que não lhe convinham. Era o chefe de uma pequena ditadura policial. Lembra de
quem usava essa palavra?
Da mesma forma,
os golpes midiáticos só podem ocorrer em países onde os meios de comunicação
têm direito a atirar primeiro para perguntar depois, atingindo cidadãos e
autoridades que não tem sequer o clássico direito de resposta para recompor as
migalhas de uma reputação destruída pela invencionice e falta de escrúpulos.
Não custa lembrar. Graças a um pedido de vistas providencial do ministro do STF
Gilmar Mendes, VEJA deixou de cumprir um direito de resposta em função da
publicação de “fato sabidamente inverídico.”
A imprensa erra
e fabrica erros sem risco algum, o que só estimula uma postura arrogância e
desprezo pelos direitos do eleitor. Imagine você que hoje, quando a própria
revista admite que publicou uma denúncia que não pode provar, é possível
encontrar colunistas que já falam em impeachment de Dilma. Está na cara
que eles já perderam a esperança de eleger Aécio.
Mas cabe
respeitar o funcionamento da Justiça, o prazo de investigações e tudo mais. Ou
vamos assumir desde já que o golpe midiático é golpe mesmo?
Com esse comportamento,
a mídia brasileira prepara o caminho de sua destruição na forma que existe
hoje. Como se não bastassem os números vergonhosos do Manchetômetro, que
demonstram uma postura parcial e tendenciosa, o golpe da semana só fará
aumentar o número de cidadãos e de instituições convencidos de que a
sobrevivência da democracia brasileira depende, entre outras coisas, que se
cumpra a legislação que regula o funcionamento da mídia. Está claro que este
será um debate urgente a partir de 2015.
Reproduzido de Paulo
Moreira Leite
24 out 2014
Comentário de Filosomídia:
Com certeza que
Dilma deveria criar um programa super especializado dentro do Mais Médicos:
Mais Psiquiatras! Essa turma - da #VejaBandida, Rede
Globo, PSDB e companhia - merece atendimento prioritário! Taca-le camisa de
força neles!
Fonte: Estadão
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
IV Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais: 16, 17 e 18 de maio em São Paulo
IV
Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais
Nesta
sexta-feira (16/05/14), às 11h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
participa da abertura do 4º Encontro Nacionalde Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorrerá nos dias 16, 17 e 18 de
maio no Hotel Braston, em São Paulo. O evento será transmitido ao vivo no site
do Instituto Lula.
Esta
é a segunda participação de Lula no encontro. Em 2011 ele esteve no 2º Encontro
Nacional dos Blogueiros, em Brasília. Enquanto presidente, Lula concedeu a
primeira entrevista coletiva na história do Brasil a um grupo de blogueiros, em
novembro de 2010. Em abril deste ano, já como ex-presidente, Lula voltou a
participar de uma coletiva
com Blogueiros.
Às
18h, em nova atividade da Caravana Horizonte Paulista, Lula e o ex-ministro
Alexandre Padilha participam de plenária com a militância no Lar São Vicente de
Paulo, em Sorocaba. O evento terá transmissão ao vivo no site da Caravana
Horizonte Paulista.
4º Encontro Nacional de Blogueiros e
Ativistas Digitais
Local:
Hotel Braston
Rua
Martins Fontes, 330 - Consolação, São Paulo/SP
Horário:
11h
Plenária com a militância
Local:
Lar São Vicente de Paulo
Av.
Betânia - 1255, Sorocaba/SP
Horário:
18h
Link
da transmissão clicando aqui.
Reproduzido
de Instituto
Lula
16
mai 2014
sábado, 19 de abril de 2014
Íntegra da transcrição e vídeo da coletiva de Lula aos blogueiros 2014
Íntegra
da transcrição da coletiva de Lula aos blogueiros
Apr
17, 2014
Primeiro
mandatário a conceder entrevista a blogueiros, em 2009, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva participou de nova coletiva no último dia 8 de abril.
Entre assuntos abordados, eleição, manifestações, democracia, PT, Petrobras,
economia, saúde, Copa do Mundo, mensalão e Reforma Política.
Leia
mais em “Dilma
é a melhor pessoa para vencer as eleições”, diz Lula em entrevista a blogueiros.
Neste link também estão disponíveis os vídeos e áudio completo da entrevista.
José
Chrispiniano – Bom dia presidente, bom dia blogueiros, blogueira, nossa
representante feminina. O presidente Lula foi, em novembro de 2010, o primeiro
presidente a dar uma coletiva exclusiva para jornalistas de internet, para
blogueiros. E agora, mais de três anos depois da Presidência, a gente retoma
aqui no Instituto Lula pra fazer este bate-papo com vocês, essa coletiva.
A
dinâmica vai ser a seguinte: uma pergunta para cada um, uma rodada, com algumas
perguntas vindas do Twitter e do Facebook, e depois, se der tempo (a ideia é
ter uma hora e meia), a gente abre rodada livre aqui, tá legal?
Quem
começou essa coletiva, em 2010, foi o Rovai. A gente vai começar de novo essa
pergunta com Renato Rovai, da Fórum. Deixa eu só apresentar as outras pessoas
presentes: tá a Conceição Lemes, do Vi o Mundo; o Altamiro Borges, do Blog do
Miro; o Miguel do Rosário, do Blog Cafezinho; o Marco, do Sul 21; o Rodrigo
Viana, do Escrevinhador; Fernando Brito, do Tijolaço; Eduardo Guimarães, do
Blog da Cidadania, e o Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo. Rovai:
Lula
– Deixa… Antes de ter a primeira pergunta, Chrispiniano, deixa eu fazer um
pequeno introdutório aqui, pra saber por que é que nós estamos conversando
somente agora, depois de quase quatro anos, ou seja… Há muito tempo que o companheiro
Franklin vem defendendo que eu desse uma entrevista para os blogueiros. Há
muito tempo. E eu sempre tive muito cuidado, porque não é fácil o papel de ser
ex-presidente. Você tem que ter todo um cuidado de não dar palpite nas pessoas
que estão governando. Ou seja, às vezes é preciso mais tranquilidade, mais
reflexão do que quando você estava na Presidência. Ou seja, como se comportar
você pra não interferir no exercício do mandato da pessoa que está governando.
Sobretudo quando essa pessoa foi indicada por você, foi eleita com o teu apoio.
Muitas vezes eu fico imaginando que tem políticos que não gostam de eleger
sucessor, porque é mais fácil ser oposição. Então, tem político que fica
trabalhando, “bom, não vou eleger meu sucessor; deixar o adversário ganhar,
porque eu começo a fazer oposição no dia seguinte”.
Leia
a íntegra da entrevista clicando aqui.
Reproduzido
de Instituto
Lula
Em entrevista a
blogueiros, Lula descarta ser candidato, pede debate politizado sobre Petrobrás
e defende Constituinte e regulação da mídia - 08 de abril de 2014
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Nota de repúdio sobre a ESCRAVIDÃO MIDIÁTICA nos tempos atuais da farsa do “stand up News” telejornalístico da Rede Globo
Nota de repúdio sobre a ESCRAVIDÃO
MIDIÁTICA nos tempos atuais da farsa do “stand up News” telejornalístico da
Rede Globo
Na TV aberta,
repetida no canal fechado e disponibilizado pela Internet, a Rede Globo se antecipa
da maneira mais infeliz e mau humorada possível às reflexões do Dia da Consciência
Negra , data celebrada em memória da morte de Zumbi dos Palmares.
Segundo consta dos registros históricos, em 20 de Novembro de
1695, “Zumbi, então aos 40 anos, foi traído e denunciado por um antigo
companheiro (Antonio Soares), ele é localizado
pelo capitão Furtado
de Mendonça, preso, tem a cabeça cortada, salgada e
levada, com o pênis dentro da boca, ao governador Melo e Castro. Ainda
no mesmo ano, D.
Pedro II de Portugal premia com cinquenta mil réis o capitão Furtado de
Mendonça por ‘haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi".
Querendo se
passar por humor inteligente, num programa fantástico e numa rede com linha
editorial questionável, o quadro retrata muito bem o desrespeito da empresa e seus
empregados ao que essa data e questão representam, com as piadas em que se
misturam alfinetadas aos programas governamentais que atendem milhões de
famílias descendentes dos negros do tempos passados.
Demonstração
exemplar do que seja “stand up news” na farsa telejornalística coordenada por
Vocês-Sabem-Quem, o episódio certamente merecerá o maior repúdio das pessoas do
bem por esse Brasil.
A poderosa
rede da manipulação das consciências não resistirá por muito tempo como
hegemônica em seu ofício de promover a des-informação e a anti-comunicação.
Regulação dos
meios de comunicação, já: "nada além da Constituição!"
Um basta à
escravidão midiática!
Assistindo ao vídeo fico pasmo de como a Rede Globo tem o hábito infeliz de tratar questões de forma achincalhada, debochada, violenta e, em geral nos seus programas de entretenimento e de des-informação, travestindo com a máscara de humor um discurso que em nome da liberdade de expressão que arroga a si mesma veicula de forma sutil a ideologia que a move. É uma infelicidade também perceber a mediocridade e opção de cada um de seus "artistas" a defender a causa do patrão a que estão escravizados pela fama e projeção. Desde aquele "caso" da assalariada e vassala Regina Duarte (vídeo abaixo), namorando o Collor em nome de seus chefes, eu não via tamanha vidiotice a querer globobocalizar o povo! Inaceitável, e isso vai dar pano pra manga.
Assistindo ao vídeo fico pasmo de como a Rede Globo tem o hábito infeliz de tratar questões de forma achincalhada, debochada, violenta e, em geral nos seus programas de entretenimento e de des-informação, travestindo com a máscara de humor um discurso que em nome da liberdade de expressão que arroga a si mesma veicula de forma sutil a ideologia que a move. É uma infelicidade também perceber a mediocridade e opção de cada um de seus "artistas" a defender a causa do patrão a que estão escravizados pela fama e projeção. Desde aquele "caso" da assalariada e vassala Regina Duarte (vídeo abaixo), namorando o Collor em nome de seus chefes, eu não via tamanha vidiotice a querer globobocalizar o povo! Inaceitável, e isso vai dar pano pra manga.
Leo Nogueira Paqonawta
O infeliz mau humor na Rede Globo
“Neste
domingo 3 de novembro (2013) o programa Fantástico, em seu quadro
humorístico “O Baú do Baú do Fantástico”, exibiu um episódio cujo tema é
muito caro para a história da população negra no Brasil.
(...) O
quadro, assinado por Bruno Mazzeo, Elisa Palatnik e Rosana Ferrão, faz uma
sátira do momento histórico da abolição da escravidão no Brasil. Na
“brincadeira” o repórter entrevista Joaquim Nabuco, importante abolicionista,
apresentado como líder do movimento ‘NMS – Negros, mulatos e simpatizantes’!
Princesa
Isabel também entrevistada, diz que os ex-escravos serão amparados pelo governo
com programas como o ‘Bolsa Família Afrodescendente’, o ‘Bolsa Escola – o
Senzalão da Educação’ e com Palhoças Populares do programa ‘Minha Palhoça,
minha vida’!
‘Mas por
enquanto a hora é de comemorar! Por isso eles (os ex-escravos) fazem festa e
prometem dançar e cantar a noite inteira…’ registra o repórter, quando o
microfone é tomado por um homem negro que, festejando, passa a gritar: ‘É
carnaval! É carnaval!”
Texto
completo por Douglas Belchior na Carta Capital clicando aqui.
Abaixo a Regina Duarte com medo do Lula (eleição de 2002), e comentário de Gilberto Dimenstein se referindo ao caso e ao apoio a Serra noutra eleição, clicando aqui.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Lula convoca movimentos sociais para ir às ruas
Lula convoca movimentos sociais para
ir às ruas
Em encontro na sede do Instituto Lula,
no bairro do Ipiranga, em São Paulo, ex-presidente adotou discurso de líder de
massa: disse que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para
aprofundar as mudanças, enfrentar a direita e empurrar o governo para a
esquerda; foram convidados os grupos Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista (UJS), o Levante Popular da
Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve)
247 - O
ex-presidente Luiz Inácio Lula intensificou os encontros com os movimentos
sociais mais próximos do PT para tratar da onda de protestos. A mensagem
passada surpreendeu os jovens de grupos como o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista (UJS), o Levante
Popular da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve). Em vez de
pedir conciliação para acalmar a crise no governo Dilma Rousseff, Lula disse
que o momento é de “ir para a rua”.
Na última
terça-feira, o ex-presidente convidou cerca de quinze lideranças para um
encontro na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O
Movimento Passe Livre (MPL) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto não foram
convidados.
“O
(ex-)presidente queria entender essa onda de protestos e avaliou muito
positivamente o que está acontecendo nas ruas”, disse ao Globo o integrante da
UJS, que conta majoritariamente com militantes do PCdoB, André Pereira
Toranski.
Segundo um
outro líder, ele “colocou que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua
para aprofundar as mudanças. Enfrentar a direita e empurrar o governo para a
esquerda. Ele agiu muito mais como um líder de massa do que como governo. Não
usou essas palavras, mas disse algo com “se a direita quer luta de massas,
vamos fazer lutas de massas”.
Reproduzido
de Brasil 247
27 jun 2013
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
PT E psdb: A DIFERENÇA ENTRE ELES É O PAÍS QUE CADA UM CONSTRUIU
PT
E psdb: A DIFERENÇA ENTRE ELES É O PAÍS QUE CADA UM CONSTRUIU*
02/12/12
Pra mim, essa conversa
de que, depois que o PT assumiu o governo, teriam se diluído as diferenças
entre os partidos políticos não passa de uma tremenda balela daqueles que
morrem de medo da evidenciação das diferenças que, sim, existem e são muitas.
Vamos brincar de
“faz de conta”. Faz de conta que as diferenças ideológicas que marcavam a
distância do PT para os demais partidos tenham se esvaído. Não faz mal. Porque
ainda que isso fosse verdade, há uma enorme diferença de realizações concretas,
de obra construída, que é cada vez maior e mais sólida. A maiúscula
transformação social ocorrida no Brasil a partir do primeiro governo Lula é o
que marca a diferença entre PT e psdb, por exemplo. E fim de papo. Basta
conferir os indicadores em todas as áreas, a começar do combate efetivo e
sistemático à corrupção.
Quantas investigações de
casos de corrupção no governo fhc chegaram até um estágio conclusivo? Que
instrumentos foram propostos pelos tucanos para promover a transparência na
administração pública? O governo federal do PT criou o Portal da Transparência,
por meio do qual todo e qualquer cidadão pode acompanhar a execução
orçamentária da União, tendo acesso a um pormenorizado controle de gastos e
prestação de contas do uso do dinheiro público. Por sua vez, que ferramenta o
governo tucano em São Paulo disponibiliza para o cidadão paulista que quiser
ter esse mesmo acesso ao controle dos gastos públicos na esfera estadual?
Nenhuma! Da mesma forma, nos anos fch, os gastos públicos do governo federal
eram uma verdadeira caixa-preta. Além disso, fhc não respeitou a independência
institucional dos órgãos de fiscalização do Estado, a exemplo do Ministério
Público Federal e o Tribunal de Contas da União. Lula, ao contrário, sempre
reconheceu a autonomia funcional dos membros dessas instituições e ainda
investiu como nunca antes na profissionalização da Polícia Federal, dotando-a
de capacidade material, humana e logística para se dedicar ao combate à
corrupção e ao desvio das finalidades públicas dos atos de agentes do Estado.
Por isso existe a sensação de que os casos de corrupção aumentaram nos últimos
anos. Mas essa impressão é enganosa. O que aumentou foi o enfrentamento da
corrupção. O Estado deixou de passar a mão na cabeça dos corruptos e parou de
varrer a sujeira para debaixo do tapete. A sociedade tem que entender isso. As
pessoas têm que escolher em que país querem viver: neste onde os escândalos são
devidamente investigados, ou naquele onde os crimes não escandalizavam as
pessoas porque não eram tornados públicos.
Em matéria de oferta de
crédito e distribuição de oportunidades, a comparação também é reveladora. Em
2002, o crédito total disponibilizado para todos os brasileiros era de R$ 380
bilhões. Hoje, só o Banco do Brasil tem isso. Em 2011, a oferta total de
crédito foi de R$ 1,6 trilhão. Em 2002, a Caixa Econômica financiava 5 milhões
de reais. Em 2011, os financiamentos totais pela Caixa atingiram R$ 70 bilhões.
O Banco do Nordeste emprestou, em 2002, R$ 262 milhões e em 2011 emprestou
quase R$ 30 bilhões. É dinheiro nas mãos do povo. O dinheiro que sempre ficava
escondido, que só era usado pela meia dúzia que sempre se achou dona desse
país, hoje está aí circulando: está nas mãos das mães que recebem o Bolsa
Família para seus filhos e que movimentam a economia local das regiões onde
vivem; está no incentivo à agricultura familiar das pequenas propriedades rurais,
nos microempreendimentos daqueles que vêm querendo aproveitar o bom momento da
economia brasileira para alavancar seus próprios negócios; está nas milhares de
bolsas integrais ou parciais do ProUni, que vêm permitindo a milhões de
brasileiros estudarem e ampliarem suas oportunidades na vida; e por aí vai.
Esse é o espírito do “Brasil de TODOS”. Todo esse dinheiro que os governos do
PT estão colocando nas mãos do povo, fazendo circular na economia por meio dos
microcréditos rurais, os créditos habitacionais, os créditos estudantis, o
Bolsa Família, os reajustes do salário mínimo sempre acima da inflação, os
investimentos públicos em infraestrutura (PAC) e em programas setoriais (Luz
para Todos, Minha Casa Minha Vida, Programa Nacional da Agricultura Familiar)
enfim, toda essa dinheirama que foi socializada estava concentrada nas mãos
daqueles que sempre lucraram muito assaltando os cofres públicos. Empréstimo no
Brasil sempre foi muito caro porque sempre existiram aqueles que metiam suas
bundas em cima da grana para impedir que ela circulasse. A partir do governo
Lula, isso acabou. E ainda querem dizer que não existem diferenças?
O mais curioso, no
entanto, é a resistência desses segmentos mais reacionários da nossa sociedade
em admitir os avanços do país sob o comando do PT. Para essa gente alucinada,
os êxitos eleitorais do PT se justificariam exclusivamente por aquilo que eles
chamam de “políticas assistencialistas” como se programas de transferência de
renda como o Bolsa Família fossem meramente eleitoreiros. Essa é uma visão
absurdamente preconceituosa e que parece corresponder muito bem à preguiça
mental dessa gente que não gosta de raciocinar. Parece que a única coisa que o
PT fez desde que assumiu o governo do país foi implementar o Bolsa Família, e
mais nada. Já não teria sido pouca coisa, mas não foi só isso. Será que somente
os beneficiários do Bolsa Família consideram que o país melhorou nos últimos
dez anos?
O ódio que a elite brasileira sente do governo dos trabalhadores lhe cega de tal maneira que ela perde a capacidade de fazer uma análise devidamente coerente do que vem se passando no país desde o início da década passada. Até o observador menos atento já foi capaz de compreender que o sucesso popular dos governos do PT não se deve apenas às políticas sociais: “é a economia, estúpido!”.
O ódio que a elite brasileira sente do governo dos trabalhadores lhe cega de tal maneira que ela perde a capacidade de fazer uma análise devidamente coerente do que vem se passando no país desde o início da década passada. Até o observador menos atento já foi capaz de compreender que o sucesso popular dos governos do PT não se deve apenas às políticas sociais: “é a economia, estúpido!”.
Claro que os programas
de proteção ao extrato popular de baixíssima renda são muito significativos do
ponto de vista social, mas são mais significativos ainda quando considerados
sob o prisma de seus impactos na economia de um modo geral. Além desses
programas, é preciso levar em consideração também os efeitos positivos causados
por outras ações de governo que foram determinantes para que hoje o Brasil não
fosse uma Grécia falida e endividada. As medidas sociais de transferência de
renda e combate à miséria, combinadas com a valorização do salário mínimo e a
formalização do mercado de trabalho, foram fundamentais para o fortalecimento e
a ampliação do mercado consumidor interno. A ativação desse mercado interno,
por sua vez, estimulou a produção industrial, permitindo a elevação dos níveis
de crescimento econômico com geração de emprego, inclusão social e redução das
desigualdades regionais do país. Foi esse ambiente que permitiu ao país avançar
inclusive na redução progressiva das taxas de juros, que nos tempos de fhc
atingiram os maiores patamares em toda a história, desestimulando o capital
produtivo e favorecendo o capital especulativo que não produz nenhum bem ou
serviço sequer e não gera nenhum posto de trabalho sequer. O governo tucano
prestigiava quem queria o lucro fácil, exploratório e predatório do país, e
penalizava quem pretendesse investir no Brasil e colaborar com o seu
crescimento. Isso também mudou, e muito.
E é graças a essas
mudanças que, de 2003 a 2011, 40 milhões de pessoas em todo o Brasil saíram da
classe D e E e chegaram a classe C. “É quase a população da Espanha”. O
Nordeste é a região onde a classe C mais cresceu nos últimos anos (+50%). A
mesma faixa de renda cresceu mais no interior do país (+ 36,4%) do que nas
regiões não metropolitanas (+28,3%). A renda dos 50% mais pobres da população
subiu 580% mais rápido do que a dos 50% mais ricos.
Essa é a obra do PT no
governo. Alguma semelhança com a estagnação econômica, com a concentração de
renda, com as PRIVATARIAS dos tempos dos tucanos?
Acho que os dados reais
nos permitem afirmar sem medo de errar que as diferenças entre PT e psdb estão
mais evidentes do que nunca. E a base dessa diferença não será encontrada
apenas na assistência social, como querem os analistas de araque. Basta
perguntar para os que sempre quiseram estudar, mas não tinham maiores
oportunidades porque não podiam contar com o ENEM ou o ProUni. Perguntem a
eles! Perguntem também para quem sempre considerou a casa própria um sonho
inalcançável, mas conseguiu realizá-lo graças ao “Minha Casa, Minha Vida”.
Perguntem aos que queriam abrir uma microempresa e não conseguiam porque não
existia o “SuperSimples”. Perguntem aos estudantes que sempre sonharam em fazer
um intercâmbio em universidades estrangeiras e não tiveram essa oportunidade
porque não existia o “Ciência sem Fronteiras”. Perguntem a quem simplesmente
queria plantar e colher e não podia porque não havia disponibilidade de crédito
para micropodutores rurais e para a agricultura familiar. Perguntem para
aqueles que até o despontar do século XXI não tinham sequer luz elétrica em
casa e agora podem oferecer aos filhos um delicioso suco gelado retirado da
geladeira nova recém-adquirida. Perguntem a eles se não é verdade que a vida
deles melhorou nos últimos dez anos como “nunca antes na história desse país”.
Eles não perguntam porque já sabem das respostas.
Mas seria muito bom se
um dia os mervais pereiras, as doras kramers, as elianes cantanhedes e outros
“cheirosos” saíssem de suas torres de marfim. Faria bem a eles tomar um banho
de Brasil, abrir os olhos, encarar a realidade e constatar de maneira honesta a
brutal diferença que existe entre o PT e os demais partidos que já governaram
esse país em toda a sua história.
Reproduzido
de Facebook de RafaelPatto
02
dez 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Precisamos regulamentar imprensa no Brasil, afirma Lula
Precisamos
regulamentar imprensa no Brasil, afirma Lula
Vanessa
Silva/ Portal Vermelho
Portal
CUT
18/10/2012
Ex-presidente
se soma à mobilização “por um novo marco regulatório da comunicação”
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva está na Argentina, onde cumpre intensa agenda política:
almoçou com a presidenta Cristina Kirchner, na quarta (17) e participa, nesta
quinta (18) de um congresso empresarial. Em entrevista ao jornal La Nación, ecoando
o amplo debate a respeito da entrada em vigor da lei dos meios naquele país,
Lula foi taxativo ao avaliar a situação do Brasil: “aqui precisamos instalar
uma discussão política sobre um novo marco regulatório da comunicação”.
Lula também falou sobre
o menor crescimento econômico do Brasil neste ano e destacou a necessidade de
uma reformulação no FMI e nos organismos internacionais como a ONU. Com relação
ao polêmico julgamento do mensalão e a possibilidade de ele também ser julgado,
é categórico: “eu já fui julgado. A eleição de Dilma foi um julgamento
extraordinário. Um presidente com oito anos de mandato sair com 87% de
aprovação é um tremendo julgamento”.
Meios
de comunicação
Eu penso que poucos
líderes políticos do mundo foram e são tão criticados pela imprensa como eu. No
entanto, não reclamo. Eu nunca tive a imprensa a meu favor, e não é por isso
que deixei de ser presidente com a maior aprovação de meu país. Me parece que
devemos acreditar na sabedoria dos leitores, dos ouvintes de rádio e dos telespectadores.
Eles saberão julgar os valores do comportamento de um político, e também do
comportamento da imprensa.
Acredito que no Brasil
precisamos instalar uma discussão política sobre um novo marco regulatório da
comunicação. A última regulação é de 1962, não há nenhuma explicação para que
no século 21 tenhamos a mesma regulação que em 1962, quando não havia telefones
celulares, nem internet. A evolução que teve nas telecomunicações não está
regulada. Essa briga existe na Argentina, na Venezuela, no México, onde Ricardo
Salinas e Slim estão em guerra todo santo dia. E no Brasil preparamos uma
conferência nacional – na qual participaram partidos, meios de comunicação,
telefonia – e elaboramos uma proposta de regulação, que precisa ser discutida
com a sociedade. Não há modelo definitivo, não há o modelo de O Globo, da
Folha, de Lula ou de Dilma, isso não existe. Então vamos começar uma discussão
com a sociedade para saber o que é o mais importante para que os meios de
comunicação sejam cada vez mais retransmissores de conhecimento, de informação,
cada vez mais livres e sem ingerência do governo.
Relações
internacionais
O fato de querermos
fazer uma reforma nas instituições multilaterais não depende da crise. A crise
apenas agravou este debate. O Brasil, há pelo menos 15 anos luta para que a ONU
seja reformada, e que tenha uma representação do mundo geográfico
correspondente a 2012 e ao século 21 e não que represente o mundo de 1948. Não
há explicação para que apenas cinco países tenham o controle dos assuntos mais
importantes do mundo, sem que haja um representante da América Latina, da
África, sem um país de 1 bilhão de habitantes como a Índia ou mesmo a Alemanha.
Queremos que a ONU e o
Conselho de Segurança sejam representativos da realidade de hoje, e não do
passado.
O FMI também tem que ser
reformado para que possa funcionar como um banco que possa ajudar os países em
crise e não como um banco para fazer pressão nas economias dos países pobres.
Na crise atual dos Estados Unidos e Europa, o FMI não sabe o que fazer. Ninguém
sequer quer escutar o FMI! É como se não servisse para nada! Dá a impressão de
que foi criado para Argentina, Brasil, Bolívia ou México e não para a Alemanha
nem Grécia. É por isso que nós queremos fazer um debate.
Integração
Sonho com a integração
da América Latina. A integração não é um discurso, deve transformar-se em um
ato cotidiano de cada cidadão e de cada governante. E ainda nos resta muito por
fazer.
Irã
Vejamos o caso do Irã.
Todos os dias vejo notícias que dizem que o Irã quer construir uma bomba
atômica. Eu não acredito nisso. Eu desejo para o Irã o mesmo que desejo para o
Brasil: utilizar a energia nuclear para fins pacíficos. E com esta ideia eu fui
ao Irã. Os membros do Conselho de Segurança nunca tinham conversado com [Mahmoud]
Ahmadinejad. A política foi terceirizada, colocam assessores para conversar e
os presidentes nunca conversam. E quando eu disse que ia conversar com
Ahmadinejad para que ele se comprometesse a aceitar as regras que eram impostas
pela AIEA, disseram que era ingênuo. Fomos ao Irã, estivemos dois dias juntos
com a Turquia, e conseguimos que o Irã se comprometesse com o que os
norte-americanos e a União Europeia queriam. Para a minha surpresa, quando
Ahmadinejad aceitou e nós apresentamos um documento assinado, o que aconteceu?
Sancionaram o Irã. Por quê? Porque não era aceitável que um país do terceiro
mundo tivesse conseguido o que eles não conseguiram.
Chávez
É necessário analisar a
Venezuela não em comparação com o Brasil ou Argentina, nem com a Europa. Tem
que analisar a Venezuela de Chávez em comparação com a Venezuela antes de
Chávez. E melhorou muito a Venezuela. O povo pobre ganhou dignidade. A América
do Sul ganhou muito com o Chávez. Porque antes até os vasos sanitários eram
importados dos Estados Unidos. Hoje importa de outros países: Brasil,
Argentina… A Venezuela começou a olhar a América Latina e por isso defendi a
entrada da Venezuela no Mercosul. Pela importância estratégica da Venezuela, é
uma das maiores reservas de petróleo do mundo e de gás, tem um potencial
energético extraordinário. Nós precisamos, enquanto Unasul, discutir como nos
tornar sócios dessa riqueza que temos. Por isso penso que Chávez foi importante
para a Venezuela. (…) Com a minha chegada ao poder, a de Kirchner, de Chávez, de
Evo Morales, foi que as pessoas começaram a perceber que gostamos de nossos
países, que começamos a ver nossos países a partir de nossa própria realidade.
Isso mudou. Quando cheguei ao governo, a relação comercial entre Brasil e
Argentina era de 7 bilhões. No ano passado, foi 40 bilhões de dólares.
Mercosul
Penso que o que fizemos
na América do Sul já é muito. O problema é que éramos países com uma cultura
colonizada, com uma mente colonizada. Fomos doutrinados para que nos víssemos
como adversários, como inimigos e os amigos estavam no norte. Quando na
verdade, não tem que ter inimigos nem no Norte, nem aqui, temos que construir o
que for bom para Argentina e Brasil. Lembro que há muito tempo realizamos
reuniões onde muitos países diziam que o Mercosul já não interessava, que o
Mercosul tinha acabado, e que havia que implementar a Alca. Hoje, nem o governo
norte-americano fala da Alca. Sequer eles.
Mensalão
Não me manifesto sobre
esse processo, primeiro porque naquela época eu era presidente da república e
creio que um ex-presidente não pode opinar sobre a Suprema Corte.
Principalmente quando o processo está em desenvolvimento. Vamos esperar que
termine o processo e então com certeza poderei emitir minha opinião.
Eu já fui julgado. A
eleição de Dilma foi um julgamento extraordinário. Um presidente com oito anos
de mandato sair com 87% de aprovação é um tremendo julgamento e não me preocupo
com nada. Cada poder: Executivo, Legislativo ou Judicial, tem suas próprias
responsabilidades e cada um deve cumprir com a mesma.
Economia
Sejamos sinceros. Há uma
desaceleração econômica promovida pelo próprio governo. Obviamente há problemas
com a crise econômica, mas acontece que em 2010 nós crescemos muito, o consumo
era exageradamente alto e era necessário diminuir um pouco esse ímpeto da
economia. Essa redução do governo também foi afetada pela crise internacional.
Houve uma diminuição das exportações. As exportações da Argentina caíram quase
20%, houve uma diminuição importante, e no nível mundial a diminuição foi
somente 6%. Era necessário controlar a inflação. As informações que tenho da
presidência e do ministro da Fazenda é que a inflação está controlada e para o
próximo ano, Brasil voltará a crescer mais ou menos 4,5%.
Volta
à presidência
Um político não pode
nunca descartar [esta hipótese]. O problema é que cada vez que fazem esta
pergunta... se eu digo que não o descarto, a imprensa diz: “Lula admite que
será candidato”. Se eu digo o contrário, dizem “Lula nunca mais será
presidente”. Eu sou um político, e creio que já cumpri minha parte. Toda a
minha vida tive vontade de provar que era capaz de fazer o que eu reivindicava,
e creio que conseguimos fazer muito mais. Hoje, o principal legado que deixamos
para a sociedade brasileira, além dos 40 milhões de brasileiros que ascenderam à
classe média, além do aumento do salário mínimo, dos 17 milhões de empregos
formais criados, o principal legado é a relação entre o Estado e a sociedade.
Realizamos 73 conferências nacionais. As principais políticas de meu governo
foram decididas em plenários, onde havia debates no âmbito municipal, estatal e
nacional. Eram políticas de todas as áreas, tudo foi discutido. Queria provar a
mim mesmo que um governante nunca, em hipótese alguma, deve ter medo de
conversar com a sociedade. Não podemos ver em cada pessoa que nos cerca na rua
um inimigo. Porque muitas vezes temos que nos perguntar por que é inimigo agora
se votou em mim.
Reproduzido
de clipping FNDC
18
out 2012
Foto: Foto: Juani Roncoroni/Estadão . Via Portal Vermelho
O ex-presidente Lula visita a presidente argentina, Cristina Kirchner, no Palácio do Governo, em Buenos Aires, nesta quarta-feira (17)
Leia também:
"PT retomará debate sobre a mídia?", por Altamiro Borges (20/10/12) do Blog do Miro, via clipping FNDC clicando aqui.
"Chávez e a derrota dos barões da imprensa", por Roberto Amaral (22/10/12) no Brasil de Fato, via clipping do FNDC clicando aqui.
"Venezuela: ministro quer construção coletiva da comunicação", por Prensa Latina no Portal Vermelho (22/10/12) via clipping do FNDC clicando aqui.
sábado, 21 de julho de 2012
Resenha do livro de Venício Lima: Políticas de Comunicações - um balanço dos governos Lula (2003-2010)
Lula não enfrentou os barões da mídia
Resenha de Altamiro Borges
Teoria e Debate
20/07/2012
O professor Venício A. de Lima é um dos maiores especialistas em comunicação do Brasil. Já produziu centenas de artigos e vários livros sobre o tema. Intelectual rigoroso e refinado, também é um ativo militante da luta pela democratização da mídia. Nessa longa jornada, porém, mostra-se pessimista quanto aos avanços alcançados nessa área estratégica. No seu mais recente livro, Política de Comunicações: um Balanço dos Governos Lula (2003-2010), conclui que o setor continua altamente monopolizado e com enorme poder de manipulação sobre a agenda política do país.
Para ele, o ex-presidente operou mudanças progressistas em vários setores da sociedade, mas não conseguiu enfrentar o poder dos barões da mídia. “Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao fim de seus dois mandatos presidenciais exibindo recordes mundiais de aprovação popular… Não há dúvida de que foi um governo bem-sucedido.” Mas, quando se analisam os dados sobre o campo das comunicações, o autor conclui que o resultado foi frustrante. “A maioria das propostas de políticas públicas que segmentos populares da sociedade civil organizada consideram avanços – embora haja importantes exceções – não logrou sucesso nos oito anos dos governos Lula. Ao contrário, muitas propostas foram abandonadas ou substituídas por outras que negam as intenções originais.”
O livro reúne 89 artigos que foram publicados originalmente nos sítios do Observatório da Imprensa e da Carta Maior no período de agosto de 2004 a dezembro de 2010. Faz um balanço minucioso dos embates travados entre os governos Lula e os impérios midiáticos em várias frentes da comunicação, com seus avanços e recuos. Um destaque é para o tema estratégico da regulação da mídia. Conforme aponta Venício, o ex-presidente até tentou pautar o debate sobre o novo marco regulatório. Montou três comissões interministeriais sobre o tema, apresentou os projetos de criação do Conselho Federal de Jornalismo e da Ancinav, incluiu itens sobre o direito à comunicação no III Programa Nacional de Direitos Humanos, entre outras iniciativas.
No geral, porém, o governo não teve forças para promover as necessárias mudanças nesse setor. Os barões da mídia, que contam com expressiva bancada no Congresso Nacional e seduzem e atemorizam a sociedade com sua capacidade de incidir sobre a agenda política e de influenciar a subjetividade social, conseguiram barrar até mesmo a regulamentação dos artigos já inscritos na Constituição de 1988. Maior prova desse fiasco é que quase nada foi feito para inibir a concentração da propriedade, a formação de monopólios e a aberração da propriedade cruzada – que é vetada até mesmo nos EUA. Enquanto em vários países da América do Sul o debate sobre a democratização da comunicação deu passos significativos, no Brasil ele ficou empacado.
Venício até aponta algumas mudanças que ocorreram no setor nesses oito anos. Cita o positivo processo de descentralização da publicidade oficial, elevando de 499 para 7.047 o número de veículos beneficiados; a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que envolveu milhares de pessoas nesse debate pedagógico, apesar do boicote autoritário dos principais impérios midiáticos; a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), um primeiro passo rumo à construção de um sistema público, conforme o que está inscrito na Constituição Federal; e o lançamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que visa garantir o acesso à internet aos “excluídos digitais” brasileiros.
Mas, para o intelectual e militante, esses avanços foram tímidos. Não mexeram no principal, que é a concentração da propriedade nas mãos de meia dúzia de famílias – autênticos feudos. Para ele, não é possível democratizar os atuais impérios midiáticos, que hoje exercem o papel de partidos políticos – como confessou a própria presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito. É urgente promover políticas públicas e mudanças totalizantes na legislação que estimulem a diversidade e a pluralidade informativas. Nesse sentido, Venício enfatiza que o papel do Estado é estratégico. No caso do rádio e da televisão, essa função é ainda mais decisiva. “A radiodifusão privada é uma concessão pública” e não pode ficar sob o domínio exclusivo do “mercado”.
Com sua larga e rica experiência, o professor Venício A. de Lima sabe que avanços mais profundos no setor dependem de intensa pressão da sociedade. Os latifundiários da mídia exercem forte influência política e não toleram nenhuma mudança – no máximo, uma autorregulamentação cosmética. Antidemocráticos, não aceitam sequer pautar esse debate na sociedade. Tudo o que se relaciona ao tema é rotulado de “censura”, de “atentado à liberdade”. Confundem, propositalmente, liberdade de expressão com liberdade de monopólios. A resistência é tão brutal que a legislação do setor – o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) – completará cinquenta anos em agosto próximo e nunca sofreu alterações mais consistentes. “É velha e desatualizada.”
“O exemplo mais conhecido do poder dos radiodifusores talvez seja a derrubada, pelo Congresso Nacional, de todos os 52 vetos que o então presidente João Goulart impôs ao projeto de lei que viria a se transformar no CBT (Lei nº 4.117). A ampla articulação de empresários da radiodifusão e parlamentares que permitiu tamanha façanha foi liderada pelo então diretor-geral dos Diários e Emissoras Associados, João Calmon (já falecido), e dela resultou a criação da Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão”, relembra Venício. Essa mesma entidade patronal e várias outras do setor também impediram que os preceitos fixados na Constituição Cidadã de 1988 fossem regulamentados. Sabotaram ainda as 672 propostas aprovadas na 1ª Confecom.
No último capítulo do livro, “Contexto e estratégias”, o autor reafirma seu pessimismo no diagnóstico. “Uma das dificuldades de quem acompanha e observa criticamente o setor de mídia no Brasil é, contraditoriamente, sua previsibilidade. Por mais que se tente renovar o ‘otimismo da vontade’, as lições da história e as evidências do presente se encarregam de mostrar como os patrões se repetem. Nada de realmente substantivo se altera no setor.” Em contrapartida, na sua inabalável militância ele também aponta o surgimento de fatores novos – como o maior engajamento dos movimentos sociais e o florescimento de uma militância crítica na internet, que serve de contraponto às manipulações e põe em xeque o modelo de negócios dos impérios midiáticos.
Parafraseando novamente o intelectual italiano Antonio Gramsci, ele conclui que “o velho está morrendo e o novo apenas acaba de nascer” e aposta suas energias numa intensa e unitária luta pela “conquista do direito à comunicação pela cidadania”.
Miro Borges é jornalista, presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé e autor do livro A Ditadura da Mídia
Leia mais textos do Prof. Venício Lima em postagens de Filosomídia clicando aqui.
Leia também no Portal de Emiliano José (02/06/2012):
Venício Artur de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB e autor, dentre outros livros, de “Diálogos da perplexidade” (Editora Fundação Perseu); “Mídia – Teoria e Política” (Editora Fundação Perseu Abramo); "Mídia: crise política e poder no Brasil" (Editora Perseu Abramo), "A mídia nas eleições de 2006" (Editora Perseu Abramo).
Livro: Política de Comunicações: Um balanço dos governos Lula (2003-2010
Livro: Liberdade de expressão x Liberdade da imprensa (edição revista e ampliada)
Leia também no Portal de Emiliano José (02/06/2012):
Política de Comunicações no Brasil é tema do livro de Venício Lima
"Política de Comunicações: Um balanço dos governos Lula (2003-2010)". Este é o título do mais novo livro do escritor e professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB, Venício Lima. A obra, publicada pela editora Publischer Brasil, e que reúne 89 artigos, faz um acompanhamento crítico das iniciativas do governo Lula em relação às políticas públicas de comunicação. Venício discute ainda as razões pelas quais no Brasil, ao contrário do que ocorre hoje, por exemplo, em outros países vizinhos, encontra-se tanta resistência para que se avance em uma área vital para a consolidação da democracia.
No livro, o autor contextualiza a cronologia das ações dos principais atores interessados na formulação dessas políticas, além de tratar de cinco importantes temas centrais à comunicação no país: o debate sobre o marco regulatório, os recuos, os avanços, os balanços das ações de cada ano e, por fim, o contexto e as estratégias. Para Venício, ao contrário do que ocorre em áreas como saúde, salário mínimo, emprego, educação ou habitação, o direito à comunicação ainda não é algo tão difundido na sociedade, o que faz com que a agenda pública nesse setor fique entregue aos grupos privados de comunicação.
Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa
Venício Lima aproveita ainda para lançar uma nova edição deLiberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa, revisada e ampliada, também publicada pela Publischer Brasil. Referência no Brasil na área da Comunicação e da Ciência Política, o autor chama atenção para o equívoco de se pensar que expressões como liberdade de imprensa e liberdade de expressão são sinônimos. "Defende-se o direito de informar qualquer coisa como se esse assegurasse o direito à liberdade de expressão da sociedade como um todo. Mas, mesmo no marco do pensamento liberal, essa tese não se sustenta", destaca o autor.
A segunda edição de Liberdade de Expressão X Liberdade da Imprensaoferece aos leitores 16 novos artigos, introduzindo novas discussões surgidas após a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. O livro conta ainda com anexos como a Declaração de Virginia, a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o capítulo da Comunicação da Constituição de 1988, a Declaração de Chapultepec, bem como a Declaração de princípios sobre liberdade de expressão.
Sobre o autor
Sobre o autor
Venício Artur de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB e autor, dentre outros livros, de “Diálogos da perplexidade” (Editora Fundação Perseu); “Mídia – Teoria e Política” (Editora Fundação Perseu Abramo); "Mídia: crise política e poder no Brasil" (Editora Perseu Abramo), "A mídia nas eleições de 2006" (Editora Perseu Abramo).
Natural de Sabará, Minas Gerais, nasceu em 1945, filho de professores. Formado em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1991 já possuía dois pós-doutorados, um pelo Institute of Communications Research da University of Illinois e o segundo pela Miami University.
Ficha técnica
Livro: Política de Comunicações: Um balanço dos governos Lula (2003-2010
Autor: Venício A. de Lima
Editora Publischer Brasil
Preço: R$ 40,00
ISBN: 978-85-85938-63-4
N° de páginas: 328
Contato: (11) 3813-1836
Livro: Liberdade de expressão x Liberdade da imprensa (edição revista e ampliada)
Autor: Venício A. de Lima
Prefácio: Fábio Konder Comparato
Editora: Publisher Brasil
Preço: R$ 35,00
ISBN: 978-85-85938-70-3
N° de páginas: 248 páginas
Contato: (11) 3813-1836
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