PT
E psdb: A DIFERENÇA ENTRE ELES É O PAÍS QUE CADA UM CONSTRUIU*
02/12/12
Pra mim, essa conversa
de que, depois que o PT assumiu o governo, teriam se diluído as diferenças
entre os partidos políticos não passa de uma tremenda balela daqueles que
morrem de medo da evidenciação das diferenças que, sim, existem e são muitas.
Vamos brincar de
“faz de conta”. Faz de conta que as diferenças ideológicas que marcavam a
distância do PT para os demais partidos tenham se esvaído. Não faz mal. Porque
ainda que isso fosse verdade, há uma enorme diferença de realizações concretas,
de obra construída, que é cada vez maior e mais sólida. A maiúscula
transformação social ocorrida no Brasil a partir do primeiro governo Lula é o
que marca a diferença entre PT e psdb, por exemplo. E fim de papo. Basta
conferir os indicadores em todas as áreas, a começar do combate efetivo e
sistemático à corrupção.
Quantas investigações de
casos de corrupção no governo fhc chegaram até um estágio conclusivo? Que
instrumentos foram propostos pelos tucanos para promover a transparência na
administração pública? O governo federal do PT criou o Portal da Transparência,
por meio do qual todo e qualquer cidadão pode acompanhar a execução
orçamentária da União, tendo acesso a um pormenorizado controle de gastos e
prestação de contas do uso do dinheiro público. Por sua vez, que ferramenta o
governo tucano em São Paulo disponibiliza para o cidadão paulista que quiser
ter esse mesmo acesso ao controle dos gastos públicos na esfera estadual?
Nenhuma! Da mesma forma, nos anos fch, os gastos públicos do governo federal
eram uma verdadeira caixa-preta. Além disso, fhc não respeitou a independência
institucional dos órgãos de fiscalização do Estado, a exemplo do Ministério
Público Federal e o Tribunal de Contas da União. Lula, ao contrário, sempre
reconheceu a autonomia funcional dos membros dessas instituições e ainda
investiu como nunca antes na profissionalização da Polícia Federal, dotando-a
de capacidade material, humana e logística para se dedicar ao combate à
corrupção e ao desvio das finalidades públicas dos atos de agentes do Estado.
Por isso existe a sensação de que os casos de corrupção aumentaram nos últimos
anos. Mas essa impressão é enganosa. O que aumentou foi o enfrentamento da
corrupção. O Estado deixou de passar a mão na cabeça dos corruptos e parou de
varrer a sujeira para debaixo do tapete. A sociedade tem que entender isso. As
pessoas têm que escolher em que país querem viver: neste onde os escândalos são
devidamente investigados, ou naquele onde os crimes não escandalizavam as
pessoas porque não eram tornados públicos.
Em matéria de oferta de
crédito e distribuição de oportunidades, a comparação também é reveladora. Em
2002, o crédito total disponibilizado para todos os brasileiros era de R$ 380
bilhões. Hoje, só o Banco do Brasil tem isso. Em 2011, a oferta total de
crédito foi de R$ 1,6 trilhão. Em 2002, a Caixa Econômica financiava 5 milhões
de reais. Em 2011, os financiamentos totais pela Caixa atingiram R$ 70 bilhões.
O Banco do Nordeste emprestou, em 2002, R$ 262 milhões e em 2011 emprestou
quase R$ 30 bilhões. É dinheiro nas mãos do povo. O dinheiro que sempre ficava
escondido, que só era usado pela meia dúzia que sempre se achou dona desse
país, hoje está aí circulando: está nas mãos das mães que recebem o Bolsa
Família para seus filhos e que movimentam a economia local das regiões onde
vivem; está no incentivo à agricultura familiar das pequenas propriedades rurais,
nos microempreendimentos daqueles que vêm querendo aproveitar o bom momento da
economia brasileira para alavancar seus próprios negócios; está nas milhares de
bolsas integrais ou parciais do ProUni, que vêm permitindo a milhões de
brasileiros estudarem e ampliarem suas oportunidades na vida; e por aí vai.
Esse é o espírito do “Brasil de TODOS”. Todo esse dinheiro que os governos do
PT estão colocando nas mãos do povo, fazendo circular na economia por meio dos
microcréditos rurais, os créditos habitacionais, os créditos estudantis, o
Bolsa Família, os reajustes do salário mínimo sempre acima da inflação, os
investimentos públicos em infraestrutura (PAC) e em programas setoriais (Luz
para Todos, Minha Casa Minha Vida, Programa Nacional da Agricultura Familiar)
enfim, toda essa dinheirama que foi socializada estava concentrada nas mãos
daqueles que sempre lucraram muito assaltando os cofres públicos. Empréstimo no
Brasil sempre foi muito caro porque sempre existiram aqueles que metiam suas
bundas em cima da grana para impedir que ela circulasse. A partir do governo
Lula, isso acabou. E ainda querem dizer que não existem diferenças?
O mais curioso, no
entanto, é a resistência desses segmentos mais reacionários da nossa sociedade
em admitir os avanços do país sob o comando do PT. Para essa gente alucinada,
os êxitos eleitorais do PT se justificariam exclusivamente por aquilo que eles
chamam de “políticas assistencialistas” como se programas de transferência de
renda como o Bolsa Família fossem meramente eleitoreiros. Essa é uma visão
absurdamente preconceituosa e que parece corresponder muito bem à preguiça
mental dessa gente que não gosta de raciocinar. Parece que a única coisa que o
PT fez desde que assumiu o governo do país foi implementar o Bolsa Família, e
mais nada. Já não teria sido pouca coisa, mas não foi só isso. Será que somente
os beneficiários do Bolsa Família consideram que o país melhorou nos últimos
dez anos?
O ódio que a elite brasileira sente do governo dos trabalhadores lhe cega de tal maneira que ela perde a capacidade de fazer uma análise devidamente coerente do que vem se passando no país desde o início da década passada. Até o observador menos atento já foi capaz de compreender que o sucesso popular dos governos do PT não se deve apenas às políticas sociais: “é a economia, estúpido!”.
O ódio que a elite brasileira sente do governo dos trabalhadores lhe cega de tal maneira que ela perde a capacidade de fazer uma análise devidamente coerente do que vem se passando no país desde o início da década passada. Até o observador menos atento já foi capaz de compreender que o sucesso popular dos governos do PT não se deve apenas às políticas sociais: “é a economia, estúpido!”.
Claro que os programas
de proteção ao extrato popular de baixíssima renda são muito significativos do
ponto de vista social, mas são mais significativos ainda quando considerados
sob o prisma de seus impactos na economia de um modo geral. Além desses
programas, é preciso levar em consideração também os efeitos positivos causados
por outras ações de governo que foram determinantes para que hoje o Brasil não
fosse uma Grécia falida e endividada. As medidas sociais de transferência de
renda e combate à miséria, combinadas com a valorização do salário mínimo e a
formalização do mercado de trabalho, foram fundamentais para o fortalecimento e
a ampliação do mercado consumidor interno. A ativação desse mercado interno,
por sua vez, estimulou a produção industrial, permitindo a elevação dos níveis
de crescimento econômico com geração de emprego, inclusão social e redução das
desigualdades regionais do país. Foi esse ambiente que permitiu ao país avançar
inclusive na redução progressiva das taxas de juros, que nos tempos de fhc
atingiram os maiores patamares em toda a história, desestimulando o capital
produtivo e favorecendo o capital especulativo que não produz nenhum bem ou
serviço sequer e não gera nenhum posto de trabalho sequer. O governo tucano
prestigiava quem queria o lucro fácil, exploratório e predatório do país, e
penalizava quem pretendesse investir no Brasil e colaborar com o seu
crescimento. Isso também mudou, e muito.
E é graças a essas
mudanças que, de 2003 a 2011, 40 milhões de pessoas em todo o Brasil saíram da
classe D e E e chegaram a classe C. “É quase a população da Espanha”. O
Nordeste é a região onde a classe C mais cresceu nos últimos anos (+50%). A
mesma faixa de renda cresceu mais no interior do país (+ 36,4%) do que nas
regiões não metropolitanas (+28,3%). A renda dos 50% mais pobres da população
subiu 580% mais rápido do que a dos 50% mais ricos.
Essa é a obra do PT no
governo. Alguma semelhança com a estagnação econômica, com a concentração de
renda, com as PRIVATARIAS dos tempos dos tucanos?
Acho que os dados reais
nos permitem afirmar sem medo de errar que as diferenças entre PT e psdb estão
mais evidentes do que nunca. E a base dessa diferença não será encontrada
apenas na assistência social, como querem os analistas de araque. Basta
perguntar para os que sempre quiseram estudar, mas não tinham maiores
oportunidades porque não podiam contar com o ENEM ou o ProUni. Perguntem a
eles! Perguntem também para quem sempre considerou a casa própria um sonho
inalcançável, mas conseguiu realizá-lo graças ao “Minha Casa, Minha Vida”.
Perguntem aos que queriam abrir uma microempresa e não conseguiam porque não
existia o “SuperSimples”. Perguntem aos estudantes que sempre sonharam em fazer
um intercâmbio em universidades estrangeiras e não tiveram essa oportunidade
porque não existia o “Ciência sem Fronteiras”. Perguntem a quem simplesmente
queria plantar e colher e não podia porque não havia disponibilidade de crédito
para micropodutores rurais e para a agricultura familiar. Perguntem para
aqueles que até o despontar do século XXI não tinham sequer luz elétrica em
casa e agora podem oferecer aos filhos um delicioso suco gelado retirado da
geladeira nova recém-adquirida. Perguntem a eles se não é verdade que a vida
deles melhorou nos últimos dez anos como “nunca antes na história desse país”.
Eles não perguntam porque já sabem das respostas.
Mas seria muito bom se
um dia os mervais pereiras, as doras kramers, as elianes cantanhedes e outros
“cheirosos” saíssem de suas torres de marfim. Faria bem a eles tomar um banho
de Brasil, abrir os olhos, encarar a realidade e constatar de maneira honesta a
brutal diferença que existe entre o PT e os demais partidos que já governaram
esse país em toda a sua história.
Reproduzido
de Facebook de RafaelPatto
02
dez 2012
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