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terça-feira, 27 de novembro de 2012

"Comunicação é direito humano que precisa ser assegurado com políticas públicas e participação social"...


"Comunicação é direito humano que precisa ser assegurado com políticas públicas e participação social"...

Leonardo Severo
Portal CUT
27/11/2012

...Afirmou Rosane Bertotti no II Seminário Comunicação em Pauta, realizado pelo governo do RS

A comunicação é um direito humano que precisa ser assegurado com políticas públicas e participação social para que não fique à mercê de meia dúzia de famílias e de seus patrocinadores. Se queremos fortalecer a democracia, é preciso ampliar o protagonismo da sociedade nas decisões. Para isso, assim como é essencial a nível nacional um novo marco regulatório para o setor, que garanta a efetiva liberdade de expressão, é decisiva a conformação de Conselhos Estaduais de Comunicação, como o que está sendo gestado no Rio Grande do Sul”.

A afirmação da secretária nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, foi feita nesta segunda-feira durante o Seminário Comunicação em Pauta, realizado pelo governo do Rio Grande do Sul.

A campanha “Para expressar a liberdade – uma nova lei para um novo tempo”, capitaneada pelo FNDC, ressaltou Rosane, procura ampliar e somar energias para elevar o tom em defesa da oxigenação do setor, que também passa “pela consolidação de um Conselho Nacional de Comunicação Social e a efetivação de um Plano Nacional de Banda Larga que atenda o interesse público e não das teles”.

O evento foi convocado pela diretoria de Políticas Públicas da Secretaria Estadual de Comunicação e Inclusão Digital, para debater junto a intelectuais, empresários e representantes de movimentos sociais e pela democratização a criação do Conselho de Comunicação do Rio Grande do Sul, há mais de um ano em discussão com diversos segmentos da sociedade gaúcha.

"Nós acreditamos que o projeto está bastante maduro e há a compreensão de que é necessário um lugar para o debate. A sociedade é envolvida pela comunicação diariamente, mas não conhece o seu mecanismo. Precisamos ler, ouvir e assistir com espírito critico", afirmou a secretária estadual de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro.

A secretária lembrou que a proposta de criação do conselho foi amplamente debatida e referendada pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) diante de uma tomada de consciência coletiva dos mais amplos segmentos sobre a relevância da medida para o avanço e consolidação da democracia. Spolidoro citou o caso da “Escola Base”, na capital paulista, onde uma sucessão de erros sensacionalistas da imprensa, que repercutiu versões completamente falsas sobre abusos sexuais de crianças, acabou com a escola em ruínas e com seus proprietários na rua, ameaçados de morte. Só muito tempo depois, com as suas vidas já destruídas, ficou comprovado que eram inocentes. Mas já era tarde.

Para o vice-governador Beto Grill, a criação do conselho, além de proporcionar um espaço para o intercâmbio de ideias, possibilitará que o Estado se coloque uma vez mais na vanguarda de ações democratizantes.

Debatedor no painel "A importância da Participação Social na Comunicação", Laurindo Leal Filho, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), descreveu a intensa luta política em torno da comunicação, que ganha cada vez mais peso e relevância a partir da enorme concentração de poder pelos donos da mídia, que passam a exercer o papel de partidos contra o interesse público. Lalo defende ações mais ativas e efetivas do estado, a exemplo do argentino, para capitanear medidas democratizantes que enfrentem os latifúndios midiáticos que manipulam, deformam e criminalizam em função do seu “negócio”, onde a informação é reduzida a mera mercadoria.

Marlupe Caldas, da Secretaria de Comunicação da Bahia, falou sobre a experiência do seu Estado, o primeiro no país a criar um conselho estadual de comunicação, e o significado para a luta de setores completamente marginalizados e invisibilizados pelos grandes meios. Entre as importantes atribuições, Marlupe destacou o estabelecimento de critérios para democratizar as verbas publicitárias com veículos alternativos, rádios e jornais populares e do interior, fugindo da lógica imposta pela mídia hegemônica.

O painel Democracia e Participação Social na Comunicação: As Experiências Internacionais de Conselhos de Comunicação, contou com a participação do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, e de João Brant, do Coletivo Intervozes e do FNDC, que reiterou a necessidade da democratização para ampliar a transparência da informação.

Programação desta terça-feira

9h - Painel: A participação dos empresários de comunicação no Conselho Estadual de Comunicação Social da Bahia. Participam Pedro Dourado (Sindicato das Empresas em Publicidade Exterior do Estado da BA/Sepex - Uranus 2), Alexandre Gabret (Agert) e João Batista de Melo Filho (ARI), coordenada pela titular da Secom, Vera Spolidoro.
12h - Encerramento

Reproduzido de Portal CUT
27 nov 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Latinfúndio midota: “A grande mídia imprime no inconsciente coletivo uma visão deformada do mundo”


“A grande mídia imprime no inconsciente coletivo uma visão deformada do mundo”

Livro Latifúndio midiota, do jornalista Leonardo Severo, foi lançado no Fórum Social Temático, em Porto Alegre (RS)

Vivian Fernandes , de São Paulo (SP)
15/02/2012

A crítica à manipulação da sociedade feita pelos grandes meios de comunicação e o papel democrático que cumpre o jornalismo alternativo. Com o debate sobre essa dupla face da mídia, o jornalista Leonardo Severo lançou seu novo livro. Sob o título Latifúndio midiota: crise$, crime$ e trapaça$, a obra traz artigos e matérias nacionais e internacionais sobre temas da luta dos trabalhadores e movimentos sociais.

Com extensa trajetória no jornalismo de resistência, Leonardo é redator do jornal Hora do Povo, assessor na área de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de colaborador do jornal Brasil de Fato. O livro inaugura o selo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

O lançamento ocorreu em 27 de janeiro durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre (RS). Outro lançamento está marcado para 7 de fevereiro, em São Paulo (SP), a partir das 18:30, na Livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509). O livro pode ser adquirido nas livrarias ou pela internet.

Como Leonardo salienta, sua obra é acima de tudo um livro militante, comprometido com a defesa do Brasil, de seu povo e da classe trabalhadora.

Leonardo, você poderia fazer uma breve apresentação do que os leitores irão encontrar no seu livro?

Leonardo Severo – Latifúndio midiota é um livro que faz uma reflexão sobre os descaminhos e a manipulação da mídia em nosso país. São conglomerados de comunicação que imprimem no inconsciente coletivo uma visão deformada do mundo. Na nossa visão, jogam para cultuar valores egocêntricos e individualistas, banalizando a violência, a mulher e as relações sociais, no sentido de manter a dominação de uma casta – que é o setor financeiro ao qual ela serve. Então, Latifúndio midiota reúne artigos publicados sobre Venezuela, Bolívia, Cuba, Paraguai e sobre o próprio Brasil no âmbito da construção de uma postura mais social e coletivista.

O que na sua experiência como jornalista o levou até a construção dessa obra?

A minha experiência indica que esses artigos que foram publicados na internet mereciam ser melhor trabalhados e debatidos. E que nesse momento de discussão do novo marco regulatório da comunicação era uma oportunidade para debater determinados temas. O livro dialoga com a necessidade de nós fortalecermos o papel protagônico do Estado – na indução ao desenvolvimento, no estímulo à empresa nacional, ao emprego e ao fortalecimento dos salários. Com isso, nós damos visibilidade a análises críticas que não aparecem nos meios de comunicação da grande mídia. O livro é uma forma que eu encontrei de sistematizar essa denúncia e de fazer uma conclamação. É um livro militante.

Qual dos artigos e matérias você destacaria como representativo do livro?

Um dos artigos que eu gosto muito é um no qual eu sistematizei uma visita que fi z à Palestina em 2001, onde me encontrei com [Yasser Arafat (1929-2004), então presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP)]. Na época a ministra de Educação superior palestina, Hanan Ashrawi, falava que as principais vítimas das balas de aço revestidas com borracha dos israelenses eram os olhos das crianças palestinas. O livro traz fotos dessas balas, do que elas faziam no cérebro das crianças. Era uma coisa bastante cínica, que era para cegar e não matar. Isso era o resultado da segunda Intifada do levante popular árabe-palestino. Essa é uma das reportagens que eu acho que dá bastante visibilidade a um tema que é totalmente manipulado pelos grandes meios de comunicação.

Você poderia relatar também alguma matéria brasileira presente no livro?

Uma matéria que nós fizemos sobre o Marcos Antonio Pedro, que foi um indígena de etnia Terena, na cidade de Sidrolândia, no interior do Mato Grosso do Sul, onde ele foi literalmente moído dentro de um frigorífi co avícola da multinacional Cargil. Esse trabalhador foi acusado de ter se suicidado. Ele caiu [em uma máquina] porque não havia as mínimas condições de segurança. A empresa, de uma hora para outra, modificou todo o local do crime. Quando ele caiu, nós temos relatos de que disseram “bom, vamos abrir por baixo [do equipamento] para tentar socorrê-lo”, mas o fiscal da empresa disse: “não, porque isso vai parar a produção”. A partir disso, nós nos dirigimos até a aldeia de onde ele era proveniente. Conseguimos reconstituir as últimas horas [de vida dele] e comprovar que na verdade Marcos tinha um grande apego pela vida. Conversei com a companheira dele, com as fi lhas. Eu tenho um orgulho muito grande do livro porque ele procura abrir espaço aos que não têm voz. (Radioagência NP)

SERVIÇO
Título: Latifúndio midiota: crime$, crise$ e trapaça$
Autor: Leonardo Wexell Severo
Nº de páginas: 136
Preço: R$ 20,00

Reproduzido de Brasil de Fato