Mostrando postagens com marcador Grande mídia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Grande mídia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de julho de 2011

Mídia comercial, preconceitos e estereótipos: favelas, páginas policiais e programas populares de rádio e TV


Mídia comercial só mostra a violência das favelas e ignora as reivindicações dos pobres, reclamam comunidades

Rio de Janeiro – A mídia comercial não deve restringir a cobertura do cotidiano das favelas às páginas policiais ou aos programas populares de rádio e TV. O apelo foi feito hoje (18) durante a abertura do 1º Encontro Nacional de Correspondentes Comunitários do Viva Favela, que se estenderá até a próxima sexta-feira (22), no Memorial Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Segundo os participantes do evento, a chamada grande imprensa vem reforçando, aos longos de décadas, preconceitos e estereótipos em relação às comunidades pobres.

Além de debater a forma como a mídia comercial cobre os temas que envolvem as populações mais carentes, o evento tem outros dois objetivos: avaliar os dez anos do site criado pela organização não governamental Viva Rio e incentivar o jornalismo comunitário a produzir reportagens para as redes sociais.

De acordo com jornalistas que trabalham em veículos comunitários, há uma grande resistência da mídia comercial (jornais, site, rádios e TVs) em mostrar conteúdos positivos sobre a vida em suas comunidades ou reivindicações que pressionem governos por serviços públicos.

Da comunidade da Maré, na zona norte da cidade do Rio, a jornalista Rosilene Miliotti criticou a presença de equipes de reportagens nas comunidades pobres apenas para cobrir ações policiais violentas. "Quando é uma coisa legal, eles não vão dizendo que o local não é violento, não tem UPP [Unidade de Polícia Pacificadora]. Mas quando tem tiroteio, eles estão lá."

A jornalista reclama também da pouca visibilidade ou da falta de acompanhamento por parte da imprensa de crimes ocorridos dentro das comunidades, como sequestros, assassinatos e roubos. Rosilene aproveitou para denunciar mais um arrombamento da sede do Movimento Enraizados, no Complexo do Alemão, na zona norte. Até agora, o crime não foi esclarecido.

Na periferia de Salvador, a situação é semelhante, conta o jornalista Ivan Luiz. Lá, relata, as equipes de reportagem acompanham ao vivo as operações policiais. "A imprensa invade a comunidade com a polícia, mas não faz reportagens sobre a nossa cultura ou nossos artistas. Temos uma classe média que cresce com a oferta de serviços e que ninguém descobriu."

Estar na grande imprensa é uma das formas de romper preconceitos, mas não é a única, segundo a jornalista Angelina Miranda, de Capão Redondo, em São Paulo. "Não estou certa de que as corporações por trás desse sistema querem mudá-lo. O melhor é que continuemos nós mesmos a produzir e republicar nosso conteúdo sem intermediários".

A veiculação das colaborações para o site Viva Favela já rendeu prêmio a ONG Viva Rio e hoje constitui um acervo importante de memória das comunidade e de denúncia social, de acordo com o coordenador Rubem Cesar Fernandes. Segundo ele, o projeto continuará com foco na produção de textos, imagens e áudios, com a possibilidade de expandir a rede para outros países.

"O Viva Favela é um veículo de comunicação nacional, colaborativo, que vem da favela para fora, para o mundo. O site ajudou a quebrar o grandes mitos. E temos espaço para expansão. Um Viva Favela falando inglês, francês, espanhol, com outras favelas mundo afora."

O evento inclui ainda oficinas, debates sobre políticas de comunicação e de cultura, além de shows.

Isabela Vieira
Agência Brasil
19/07/2011


Edição: João Carlos Rodrigues

Reproduzido do clipping FNDC

quarta-feira, 9 de março de 2011

Raphael Tsavkko: o papel fundamental da mídia hoje


Entrevista exclusiva com Raphael Tsavkko

Raphael Tsavkko Garcia é militante dos Direitos Humanos e da Rede Livre, membro do Grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo. Blogueiro, jornalista, formado em Relações Internacionais (PUCSP) e Mestrando em Comunicação (Cásper Líbero). Mantém o Blog do Tsavkko – The Angry Brazilian, escreve e traduz para o Global Voices Online e tem uma coluna semanal no Diário Liberdade chamada Defenderei a casa de meu pai.

Na entrevista a seguir, exclusiva ao Jornalismo B, Tsavkko fala de suas impressões sobre o momento da mídia alternativa, da blogosfera e da luta anticapitalista a partir da comunicação.

(...) Jornalismo B – Qual a avaliação do momento atual da mídia dominante?

Raphael Tsavkko – A mídia dominante, tradicional, é vergonhosa. Por aqui não conseguimos sequer chegar ao nível dos EUA e Europa, onde os jornais ao menos declaram sua posição política e/ou seu candidato nas eleições, a fim de evitar enganar e mentir para seu leitor/eleitor. Aqui no Brasil temos uma mídia de direita – em alguns casos de extrema-direita – absolutamente parcial, que defende única e exclusivamente os interesses dos grupos privados que a financia e, acima de tudo, jamais admitem o fato. Mais que esconder a verdade, a mídia tradicional fabrica sua verdade. As tentativas legítimas e democráticas de regulação da mídia – que existem em boa parte dos países ditos de primeiro mundo – são rechaçadas não por medo de censura, o que não existe ou é proposto, mas simplesmente pela forma tendenciosa e partidária que a mídia adota e que teria de ser revista, para desespero das famílias (poucas) que controlam os meios de comunicação e que tem agendas clara, porém distantes das do interesse popular.

Jornalismo B – De que forma o governo e a sociedade organizada podem atuar na defesa de uma comunicação mais democrática?

Raphael Tsavkko – Acima de tudo, defendendo uma política de regulação ampla da mídia. Obrigando através de pressão popular e institucional que a grande mídia respeite os direitos humanos e mantenha abertos espaços para múltiplas opiniões. O incentivo à blogosfera, seja através de editais para que seja possível o acesso à propaganda institucional, ou meramente através de campanhas de visibilidade, é um caminho a ser perseguido. Os veículos alternativos, como a Revista Fórum, o Jornal Brasil de Fato, a revista Caros Amigos e outros devem ter garantidos os meios necessários para sua sobrevivência.

Jornalismo B – Como uma mídia anticapitalista deve se estruturar para ampliar seus espaços?

Raphael Tsavkko – Levando em conta que estamos em meio ao capitalismo, deve-se ter em mente que a luta deve ser por dentro, e não alienada da realidade. Por mais que bloguemos e escrevamos por prazer, sem dinheiro temos limites claros, seja de visibilidade, tempo e afins. A formação de portais, a união de blogs e mesmo da blogosfera são caminhos a serem perseguidos.  Individualmente temos pouco poder de fogo contra a grande mídia e a direita, mas unidos podemos fazer barulho – e fazemos! É preciso apoiar a mídia alternativa, seja comprando aquela que sai nas bancas, fazendo doações, escrevendo e dando máxima publicidade.

Jornalismo B – Qual é o papel fundamental da mídia hoje?

Raphael Tsavkko – Da mídia alternativa é de ter uma posição de esquerda, ligada aos movimentos sociais. Eu não diria de “dizer a verdade”, mas de fazer contraponto à grande mídia, de defender interesses populares e dos movimentos sociais. Ma, além do contraponto, tem a obrigação de correr atrás de matéria,s fazer análises e buscar pautar a grande mídia. Já o papel da mídia tradicional, que deveria ser o de informar, acaba sendo o de fazer o papel da oposição inconsequente e, em muitos casos, mentirosa. Mas é inegável que, em geral, ainda tenha um papel junto à sociedade pelo seu alcance e capacidade de mobilização. Nem sempre suas intenções vão de encontro com os da sociedade,  na maioria das vezes o interesse dos donos do jornal é apenas o de seguir aquilo que ditam seus patrocinadores e mesmo o interesse das famílias que controlam esses meios, mas em outros casos ela ainda desempenha um relevante papel como unificador nacional.

Jornalismo B – Quais as perspectivas para o futuro do midia brasileira?

Raphael Tsavkko – Imagino que a mídia tradicional verá a diminuição de seu peso e relevância. O posicionamento golpista muitas vezes acaba (ou acabou) por afastar uma significativa parcela da população, que agora procura se informar nos blogs. A mídia alternativa tem muito espaço para crescer, mas deve ser inteligente e buscar se unir para conseguir não só visibilidade como credibilidade e acessos. É preciso buscar evitar os rachas que podem acontecer devido às desavenças sobre o governo Dilma e seus retrocessos, mas em geral o futuro da imprensa alternativa, ao menos em termos de qualidade e de penetração, tem tudo para ser brilhante. É um movimento sem volta.

Alexandre Haubrich . Jornalismo B

Leia a entrevista completa clicando aqui.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A mídia golpista treme ante a democracia da informação


"Em paralelo ao trabalho safado da grande mídia, sempre existiram veículos que procuravam fazer jornalismo de forma 
limpa
 não convencional. A maioria deles se apropriou de linguagens irreverentes, humorísticas e até anarquistas para contar histórias, divulgar fatos e denunciar.

Hoje, o movimento de jornalismo alternativo está cada vez mais forte na Internet através dos blogs. Evidentemente, essa quebra do monopólio na difusão da informação está calvejando POUCA gente – os donos do monopólio midiático.

(...) No início usado como diário pessoal, o blog hoje é uma verdadeira fonte de informação sobre uma enorme diversidade de assuntos. Seu poder de interação o promove como uma extraordinária ferramenta de mídia alternativa.


(...) Com o aparato da Internet, muitas visões surgem. É evidente que a velha mídia continuará existindo, porém agora tem concorrência. Essa diversidade, as inúmeras opções que a opinião pública poderá contar para se informar é o extraordinário. No entanto isso não parece agradar os grandes, acostumados ao monopólio".


Leia o texto completo de Douglas Freitas na página do VM TV clicando aqui.


Um pouco do mesmo: a mídia em 2011


"Embora se possa argumentar que boa parte do povo brasileiro já não dá ouvidos a uma imprensa venal, manipuladora e que se considera acima do bem e do mal, ainda assim ela continua a causar estragos e – o que é mais grave, até por ser uma vitória parcial desse nocivo conglomerado midiático – consegue propositadamente misturar alhos com bugalhos e lançar a dúvida, a descrença e a desesperança em muitos corações e mentes. Um povo ignorante de seus direitos ou sem discernimento sobre muitas das questões que lhe afetam no dia a dia é sempre mais fácil de manipular. A democracia que se vende não é exatamente aquela que se pratica.

E assim começa o novo ano, o novo governo. Renovam-se expectativas, esperanças e temores. A sociedade contemporânea com suas invenções e tecnologias, seu consumismo desenfreado, define o que devemos comprar, o que devemos vestir, o que devemos pensar, a quem devemos amar ou odiar, nesse vale-tudo ideológico e cultural, onde uma sinfonia de Beethoven ou um chorinho de Pixinguinha têm menos valor que uma cena degradante de um BBB; onde a televisão e a internet ensinam como o cidadão deve odiar e atirar numa deputada em Tucson, ou ainda como leiloar um jogador de futebol, atualmente mais famoso pelas suas noitadas do que pelos gols que marca.

Berlusconi é um exemplo de ética e moralidade pública. Obama, o prêmio Nobel da Paz aprova o maior orçamento militar da história dos EUA, os vazamentos wikis confirmam para o mundo como é que se faz política de dominação e a Cuba do ditador Fidel Castro envia 1200 médicos para ajudar a combater a cólera no Haiti.

Engraçado, acho que essa última frase ficou fora do contexto"…

Izaías Almada

Leia o texto completo no blog do Escrevinhador de Rodrigo Vianna clicando aqui.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para refletir: o jornalismo do medo na grande mídia


"Uma parte da grande mídia brasileira resolveu apostar no jornalismo do medo. É o jornalismo que tem pouca relação com os fatos e com a realidade, mas serve para expor uma visão de mundo que tem interesses econômicos e financeiros bem sólidos.

Apesar de estar presente em muitos meios de comunicação, esse jornalismo do medo é mais presente hoje na revista Veja, Rede Globo e Bandeirantes. Tudo parece muito assustador. Hugo Chavez, MST, internet, reforma agrária, democracia na mídia, congresso do PT, blogs, estatais, Estado forte etc.  Até a reunião que formou o bloco de países latinos e caribenhos assusta já que, segundo o Jornal Nacional, o bloco formado é uma organização “esquerdista”. Vai entender"…


Glauco Cortez


Leia mais na página do Educação Política clicando aqui