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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Guy Debord: Sociedade do espetáculo


"Espetáculo: essa continua sendo a face mais visível da sociedade

Vez ou outra é bom relembrar certas ideias e conceitos que ajudam a lançar luz sobre o tempo presente e delinear os contornos do futuro. Uma dessas ideias é a que trabalha com o conceito de Sociedade do Espetáculo, pensado pelo escritor francês Guy Debord. Poucas teorias talvez reflitam tão bem nossos tempos de uma “modernidade moderna”.


O espetáculo alimenta-se e é alimentado pela anulação crescente do ser humano diante de um mundo tão cheio de coisas, imagens e pessoas. Alimenta-se do fácil, do descartável, daquilo que te endurece no lugar de te fazer conhecer por você mesmo, no lugar de te libertar. O espetáculo é o sintoma da pressa, da falta de tempo, da aceleração em que se converteram os nossos dias insanos e neuróticos.

O excesso do espetáculo é a melhor imagem para a falta do ser humano. É tanta luz, é tanta voz, tanto som, que diante dele ficamos cegos, mudos, surdos, e é exatamente isso que essa sociedade espera de nós! Para Debord, apenas a realização da arte, da poesia, da utopia, seria capaz de nos libertar!

Guy Debord em seu antifilme Sociedade do Espetáculo (1973) demonstra que a Revolução pode sim trazer a liberdade. Os Situacionistas, ou seja, aqueles que criam situações que propiciam o avanço e a materialização dos conceitos libertários conseguiriam pela proliferação de sua prática neutralizar o controle e o efeito nocivo que a televisão, o cinema e os gandes meios de comunicação exercem sobre as massas. O fim dessa repressão psicológica e física sobre o povo representaria a realização da arte, da poesia, da utopia. (descrição do vídeo no You Tube)."

Reproduzido da página de Educação Política: mídia, economia e cultura - por Glauco Cortez

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sexta-feira, 11 de março de 2011

Sumak kawsay como projeto de mundo


"Virá que eu vi: Contornos de um projeto em construção


Paulo Suess
São Paulo, Brasil

“E aquilo
que nesse momento se revelará aos povos
surpreenderá a todos não por ser exótico,
mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
quando terá sido o óbvio”.
(Caetano Veloso)

Sumak kawsay como projeto

No imaginário da humanidade, nos rostos sofridos dos pobres e nos muros dos sistemas existem fendas, às vezes até rupturas, pelas quais passam raios de luz e instantes de felicidade. São espaços em que se articulam utopias com esperanças de um mundo com vida plena, sem fome e desprezo. De algumas dessas rachaduras sistêmicas irromperam as discussões constitucionais na Bolívia e no Equador em torno do paradigma planetário de origem quéchua: o sumak kawsay, que significa “bem viver”. Neste momento histórico, em que assistimos o esgotamento de um ciclo civilizatório, as discussões sobre a real possibilidade do bem viver prosseguem também em outros países.

O sumak kawsay, como horizonte utópico, é um paradigma crítico e autocrítico em construção que visa a uma plataforma pluricultural e multisetorial. Ele aponta para o êxodo de uma situação escravizante e propõe um caminho transformador. Nem todos querem um novo caminho que será árduo. Uns privilegiam a situação escravizante e outros se acomodam à escravidão sendo reconciliados com a precarização da vida por medidas de mitigação. Enquanto os programas de erradicação da pobreza de governos progressistas são financiados pela mais valia da exploração do trabalho e pela exportação de recursos naturais não renováveis, estes programas perpetuam a miséria que pretendem eliminar.

O paradigma do bem viver com seu horizonte utópico não é um receituário nem pode ser a descrição de um programa de governo em seus detalhes.Sumak kawsay é a visão de outro mundo possível. Nesse mundo, a humanidade faz parte da natureza, mas não se dilui nela. Pelas conquistas culturais, a humanidade não se emancipou da natureza, mas acrescentou elementos essenciais a essa natureza, como liberdade e igualdade, dignidade e autonomia, solidariedade e esperança, valores e sentido. Acrescentou, porém, na história de sua evolução cultural também uma pulsão destrutiva face à natureza e à própria espécie humana. Essa pulsão ultrapassa a mera destrutividade natural, porque, ainda como barbárie, é cultural. Portanto, os acréscimos culturais da humanidade podem ser utilizados para progresso e dominação, para civilização e barbárie. Com esse saber crucial, o paradigma planetário do sumak kawsay procura traçar pistas de um novo equilíbrio, que poderíamos chamar de reconciliação entre humanidade e natureza, ou aliança das vítimas da barbárie humana.

Por sua natureza reparadora e seu horizonte utópico, a proposta do sumak kawsay não foi impulsionado por superpotências do mundo globalizado. Irrompeu da memória histórica e cultural de países pequenos e setores explorados, da Bolívia e do Equador, países e setores marcadamente indígenas, considerados periféricos no que se refere à economia e ao prestígio internacionais. Na história humana, o radicalmente novo, revolucionário e messiânico é sempre gestado na periferia e nas fronteiras dos impérios".

Leia o texto completo na página do CIMI, Conselho Indigenista Missionário,  clicando aqui.

Leia outros textos do autor clicando aqui.


Vídeos 1, 2 e 3.