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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Reino Unido aprova regulação da mídia: Jornais não conseguem barrar medida em resposta a escândalo sobre escutas


Reino Unido aprova regulação da mídia

Jornais não conseguem barrar medida em resposta a escândalo sobre escutas

POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
30/10/2013 22:10 / ATUALIZADO 30/10/2013 22:32

LONDRES - Depois de países como Equador e Venezuela lançarem este ano medidas de controle da imprensa, foi a vez de o Reino Unido unir-se à polêmica. Dois dias após o premier David Cameron ameaçar censurar o “Guardian” pela publicação de documentos sigilosos sobre a espionagem no país, a rainha Elizabeth II sancionou nesta quarta-feira um sistema de regulação da mídia, que foi amplamente criticado por jornalistas locais. A iniciativa, apoiada pelos três principais partidos políticos britânicos, vem na esteira do escândalo de escutas telefônicas por jornalistas, e depois de os meios de comunicação verem seus esforços contra o controle rejeitados na Justiça.


A novidade deve sujeitar revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo com a função de coibir os abusos descobertos com o escândalo dos grampos - que revelou que repórteres do jornal “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, e de outros meios de comunicação, tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Também torna mais fácil para as pessoas que se sintam atacadas pela imprensa terem suas queixas ouvidas, além de permitir ao órgão federal cobrar multas aos meios de comunicação.

(A medida) vai proteger a liberdade de imprensa ao oferecer reparação quando erros forem cometidos”, defendeu o Ministério da Cultura, em comunicado.

Jornalistas locais argumentam que o órgão federal poderia ser usado por políticos para punir publicações das quais não gostam. Eles também reclamam que propostas sugeridas por eles foram ignoradas.

Ex-editores supervisionariam grampo

A guerra, porém, ainda não acabou. Várias publicações já ameaçaram boicotar o novo órgão. Outras consideram levar o tema ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Os meios de comunicação não são obrigados a se inscrever no novo marco regulatório, mas não está claro, até agora, como o impasse será resolvido.

- As chances de nos unirmos à interferência estatal é nula - disse Tony Gallagher, editor do jornal “Daily Telegraph”.

Já o grupo “Hacked Off”, que reúne pessoas que se sentiram atacadas pela mídia, elogiou a medida. “A imprensa deveria aproveitar para mostrar que não teme ser submetida a padrões éticos decentes, e que tem orgulho de agir com responsabilidade com as pessoas para quem e sobre quem escrevem”, disse num comunicado.


No mesmo dia, dois jornalistas foram acusados em Londres de supervisionar grampos telefônicos. Segundo a promotoria, Rebekah Brooks, ex-braço direito de Murdoch, e Andy Coulson, ex-chefe de imprensa do premier britânico, teriam supervisionado um sistema de escutas e de pagamentos ilegais a funcionários públicos quando eram chefes do “News of the World”. Ambos negam as acusações.

Ainda ontem, outros três jornalistas do extinto tabloide declararam-se culpados das denúncias relacionadas às escutas, nas primeiras confissões desde o início da investigação, em 2011.

Reproduzido de O Globo

31 out 2014


Leia também matérias sobre Rupert Murdoch relacionadas ao tema, clicando aqui.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Reino Unido: Pare Rupert Murdoch


Caros amigos, 

Em 24 horas, quase metade da mídia britânica poderá ser comprada por um dos piores magnatas da mídia global.

Rupert Murdoch explorou o seu vasto império midiático para forçar a guerra no Iraque, eleger George W. Bush, espalhar ressentimento contra muçulmanos e imigrantes, alimentar o ceticismo climático e enfraquecer a democracia ao atacar impiedosamente políticos que não obedecem suas ordens.

O controle sobre a mídia britânica irá expandir massivamente a influência do Murdoch em enfraquecer esforços globais pela paz, direitos humanos e o meio ambiente. O Reino Unido está em pé de guerra sobre as aquisições do Murdoch e até o governo aliado ao Murdoch está dividido ao meio, mesmo há horas de terem que tomar uma decisão. A solidariedade global impulsionou os protestos pró-democracia no Egito - agora ela pode ajudar a Grã-Bretanha. Vamos gerar um chamado global urgente contra o Rupert Murdoch. Assine a petição para os líderes do Reino Unido:


O Murdoch enfraquece governos democráticos ao redor do mundo ameaçando políticos eleitos com sua mídia manipulativa e perversa, caso elas não se aliem a ele. Ele manipulou a democracia nos EUA, Reino Unido e Austrália por anos, mas agora ele quer o controle total. Nos EUA a maioria dos candidatos presidenciais Republicanos são empregados remunerados do Murdoch! Quando a sua Fox News Network foi menosprezada pelo Barack Obama como propaganda ideológica, ele deu voz ao grupo ultra conservador “tea party”, noticiando constantemente, e geralmente de forma ofensiva, ataques contra o Obama, a reforma na saúde e agenda pela paz, Isso resultou em uma grande vitória para os Republicanos nas eleições do Congresso em 2010.

Nós podemos virar o jogo contra esta poderosa ameaça à democracia. Ano passado, o Murdoch se reuniu com o Primeiro Ministro canadense, que enviou o seu assessor chefe para lançar uma rede de televisão do “estilo Murdoch” no Canadá. Um chamado massivo de membros da Avaaz do Canadá preveniram que essa rede fosse financiada com dinheiro público. Na semana passada outra campanha da Avaaz pressionou o governo canadense a manter padrões jornalísticos, previnindo que esta nova rede dissemine mentiras para o público. Esta semana a batalha é no Reino Unido. A luta contra o Murdoch apenas começou, mas nós já começamos ganhando. Clique abaixo para manter a pressão:


O poder da Avaaz e deste momento da história global é o poder da união. Por todo mundo árabe e além, as pessoas estão se unindo por causas comuns além das fronteiras. O poder do Murdoch é a sua habilidade de dividir. Suas redes usam o medo e informações falsas para dividir a esquerda da direita, cidadãos de estrangeiros, muçulmanos de ocidentais, imigrantes dos não imigrantes, etc. O Murdoch sabe que a democracia precisa ser dividida para que ela possa ser conquistada. Esta semana, vamos mostrar que estamos unidos.

Com esperança,

Ricken, Alex, Emma, Sam, Milena, Alice, Iain, Morgan, Maria Paz e toda a equipe Avaaz.

Apoie a comunidade da Avaaz! Nós somos totalmente sustentados por doações de indivíduos, não aceitamos financiamento de governos ou empresas. Nossa equipe dedicada garante que até as menores doações sejam bem aproveitadas. Clique para doar.

sábado, 29 de janeiro de 2011

 

"Confrontada com a necessidade de fazer cortes drásticos em seu orçamento, o governo britânico reduziu em 20% os custos da BBC (British Broadcasting Corporation). A emissora, por sua vez, anunciou o fechamento de parte de seu serviço mundial, assim como a extinção de 200 sites do serviço online. As demissões, ao longo dos próximos três anos, podem chegar a 650, de um total de 2.400 funcionários no Serviço Mundial da BBC.

Os cortes ilustram a gravidade da crise econômica no Reino Unido. Refletem também a tentação, sempre presente no último século de reduzir a presença midiática da emissora fora do país, conforme afirmou ao Opera Mundi Laurindo Leal Filho, professor do Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP (Universidade de São Paulo). Autor dos livros BBC, a Melhor TV do Mundo e Vozes de Londres, dedicados ao serviço brasileiro da emissora, Leal Filho explicou que, para Londres, levar para o mundo os valores e a cultura britânica não é mais uma prioridade.

A filosofia de ser presente no mundo inteiro mudou frente às dificuldades?


Ao longo da história da BBC, duas correntes estiveram sempre presentes nas discussões sobre seu papel no mundo. Uma que entendia que o serviço mundial só justificava sua existência se falasse para localidades onde as liberdades democráticas estavam suprimidas e, quando restabelecidas, não haveria mais motivo para a emissora continuar. A outra, por sua vez, defendia a permanência do serviço em qualquer circunstância, como forma de levar ao mundo as formas de vida, os valores e a cultura britânica, além de prestar um serviço informativo o mais imparcial e independente possível. Esta segunda corrente vinha tendo sucesso, mas parece que, agora, começa a perder alguma força. Não toda, é verdade, tanto é que o Serviço Brasileiro permanece intacto.

O senhor acredita que o Reino Unido está perdendo um instrumento de “soft power” (utilização da estrutura do país para influenciar indiretamente o comportamento ou interesses de outras nações)?

Acredito que sim. Esses serviços funcionavam para mostrar, simbolicamente, o poder britânico para o mundo. Mesmo sofrendo forte concorrência de outras mídias, suponho que eles ainda tivessem um público fiel, que os acompanhava no rádio ou que, como acontece com o Brasil, na internet. É bom lembrar que o Serviço Mundial surgiu, no início do século passado, como Serviço Imperial. Era o centro do império falando para as colônias e para o mundo. Hoje, a situação é diferente e o serviço mundial – além das pressões econômicas internas – luta para se adaptar de um lado às novas tecnologias e de outro, ao papel atual que o Reino Unido desempenha no mundo".


Leia o texto completo com entrevista a Lalo Leal, por Lamia Oulalou da Redação do Opera Mundi, clicando aqui.