sexta-feira, 29 de julho de 2011

Murdoch e o espírito do capitalismo


Murdoch e o espírito do capitalismo

Para romper o véu ideológico que encobre as empresas de comunicação, as comparo com os donos dos velhos armazéns de secos e molhados, sempre de olho na possibilidade de comprar os estabelecimentos dos concorrentes, sonhando com a formação de grandes redes de lojas.

Laurindo Lalo Leal Filho
28 jul 2011

A falta de leitura dos clássicos nos cursos de comunicação – O Capital, entre eles – obriga-me, muitas vezes, a recorrer a comparações singelas para explicar em palestras para estudantes a formação dos monopólios na mídia.

Preciso, antes de tudo, dessacralizar as empresas de comunicação. Por ingenuidade ou má fé, elas são vistas ou apresentadas apenas como instituições sociais, obscurecendo a natureza capitalista de suas estruturas básicas.

Para romper esse véu ideológico, as comparo com os donos dos velhos armazéns de secos e molhados, sempre de olho na possibilidade de comprar os estabelecimentos dos concorrentes, sonhando com a formação de grandes redes de lojas.

Essa mesma lógica, da acumulação capitalista, tão bem descrita por Marx na sua principal obra, preside a formação dos conglomerados de comunicação. De um jornal isolado, empresários mais audazes e bem relacionados, formam redes que, de locais passam a regionais, nacionais e, hoje, são globais. Exemplo a News Corporation, de Rupert Murdoch.

Alguns países impõem limites internos ao processo de concentração. No entanto, as rápidas e recentes transformações tecnológicas têm facilitado a superação desses obstáculos por empresas globalizadas.

Sons e imagens, emitidos de qualquer parte do planeta, circulam quase sem nenhuma possibilidade de restrições. O que, em princípio, pode parecer um avanço na liberdade de informação e opinião, com o processo de acumulação capitalista, torna-se um retrocesso, na medida em que reduz globalmente os criadores e emissores desses produtos.

Se como no caso dos supermercados os monopólios liquidam com a concorrência nas duas pontas, impondo preços aos produtores e aos consumidores, no caso da mídia as conseqüências são ainda mais graves.

Os bens por ela oferecidos não se esgotam, como qualquer mercadoria, no ato do consumo. Ao venderem valores, hábitos e idéias seus produtos permanecem nos corações e mentes do público por muito tempo depois de consumidos, às vezes por toda a vida.

Se a concentração dá ao dono da rede de supermercados um poder brutal para o enriquecimento econômico, ao empresário da comunicação esse poder é somado e combinado com o que lhe dá a possibilidade de impor a sua visão de mundo ao mundo e nele interferir diretamente. É ainda muito mais brutal.

Exemplo dessa imposição é o da invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Mais de 200 editores das empresas de comunicação de Murdoch, espalhadas pelo mundo, foram obrigados a publicar matérias inverídicas justificando o ataque.

Poder político global combinado com uma acumulação de capital tão grande faz com que seus possuidores se sintam senhores do mundo. Não apenas para autorizar bisbilhotagens telefônicas mas para romper com qualquer obstáculo às suas pretensões de seguir ampliando os poderes conquistados.

A crise gerada pela revelação do uso de escutas ilegais pelos jornais de Murdoch permitiu a descoberta de outras práticas, usadas para ampliar ainda mais o seu império. O sonho do magnata australiano de possuir uma rede de televisão no Reino Unido estava prestes a se concretizar.

Num país onde as regras para a concessão de canais abertos são rigorosas e passam por um amplo debate público a empreitada de Murdoch não era fácil. Mas ele encontrou um atalho.

Depois de apoiar o Partido Conservador nas últimas eleições gerais (na anterior havia apoiado o Trabalhista, de Blair), Murdoch se achou no direito de lançar uma nova cartada.

Seus executivos iniciaram contatos diretos com o primeiro ministro David Cameron buscando autorização do governo para comprar por oito bilhões de libras (aproximadamente 20 bilhões de reais) a maior rede de TV por satélite do pais, a BSkyB, com cerca de 10 milhões de assinantes.

O negócio, ao que tudo indica, está suspenso. O que não quer dizer que esteja acabado. A lógica da acumulação é inexorável.

Se há 20 bilhões de reais para serem investidos eles serão, de uma forma ou de outra. Resta saber se Murdoch insistirá no sonho inglês ou buscará ocupação para o seu dinheiro em outras plagas.

As escutas telefônicas realizadas pelos jornais da News Corporation são, sem dúvida, um crime grave. Mas o pensamento único globalizado, produto da acumulação do capital, é um crime ainda mais grave, praticado contra a humanidade.

De positivo, a partir dessas revelações, temos a esperança de que a conversa fiada sobre liberdade de imprensa no capitalismo seja, pelo menos, um pouco mais relativizada.

Reproduzido de Carta Maior

Leia também "A necessidade de (alguma)  regulação para a imprensa", por Lilia Diniz no clippind do FNDC, e no Observatório da Imprensa, clicando aqui.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Secom/RS promove seminário sobre o que mudou e o que precisa mudar na Comunicação


Secom/RS promove seminário sobre o que mudou e o que precisa mudar na Comunicação

 

Secretaria Estadual de Comunicação do Rio Grande do Sul promove uma série de seminários regionais com o tema "Comunicação em Pauta - O que já mudou e o que ainda precisa mudar". Ao todo, serão realizados nove encontros regionais e, no final do ano, um seminário estadual em Porto Alegre. Para o primeiro encontro, que será realizado nesta quinta-feira (28), em Santa Maria, foram convidados especialistas em televisão pública, direito à comunicação e em inclusão digital.

 

O primeiro encontro ocorre nesta quinta-feira (28), em Santa Maria, a partir das 18h30min, no auditório da Câmara de Indústria e Comércio (Cacism), rua Venâncio Aires, 2035. Ao todo, serão realizados nove encontros regionais. Dois deles serão temáticos, com pautas voltadas à discussão sobre a mulher e a mídia e o negro e a mídia.

Além disso, será realizado um seminário estadual, previsto para o mês de dezembro, em Porto Alegre, que deverá finalizar a série de debates.

Organizados pela Diretoria de Políticas Públicas da Secretaria de Comunicação e Inclusão Digital (Secom), os seminários pretendem debater o marco regulatório das comunicações no país, os processos de convergência tecnológica e o fortalecimento do sistema público de comunicação.

Segundo Cláudia Cardoso, diretora de Políticas Públicas da Secom/RS, que irá mediar os debates, os seminários “Comunicação em Pauta” tem como objetivo reativar os movimentos sociais pró-conferência estadual de comunicação, conhecer a realidade e acolher as demandas de quem faz comunicação nas diversas regiões do Estado e promover a participação do poder público no debate sobre o direito à comunicação. Para o encontro inaugural de Santa Maria, foram convidados especialistas em televisão pública, em direito à comunicação e em inclusão digital. Também participarão dos debates a secretária estadual de Comunicação, Vera Spolidoro, e o diretor-geral da Secom, Luciana Ribas.

A programação do encontro em Santa Maria, dia 28 de julho de 2011:

Painel 1: Direito à Comunicação - Importância de um novo marco regulatório e dos conselhos de comunicação social
Painelista: Andréa de Freitas - Delegada à Confecom 2009, Secretária Adjunta da Secretaria de Comunicação de Canoas – RS

Painel 2: Inclusão Digital
Painelista: Cláudio Dutra - Vice-presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs)

Painel 3: TV Comunitária - Comunicação pública e a Telesur
Painelista: Carlos Alberto Almeida - Jornalista, presidente da TV Cidade Livre de Brasília

Josué Lopes, telefone (51)3210 4270, josue-lopes@secom.rs.gov.br ou Ramênia Cunha, (51)3210 4310, ramenia-cunha@secom.rs.gov.br

Secom/RS no Twitter

Marco da Internet e regulação da mídia no Congresso Nacional


Marco da internet vai logo ao Congresso; regulação da mídia, não

Práticas ilegais e anti-éticas do jornal News of The World reabrem debate sobre limites dos meios de comunicação. No Brasil, governo federal patrocina discussão em duas frentes: regulação de emissoras de TV e rádio e definição de direitos para internautas. Já finalizado pelo ministério da Justica, marco civil da internet só aguarda aval da presidenta Dilma Rousseff para ir ao Congresso. Já as regras para radiodifusão ainda não foram fechadas pelo ministério das Comunicações e não há prazo para ficarem prontas.

André Barrocal

BRASÍLIA – A descoberta de que um jornal britânico do bilionário Rupert Murdoch grampeava pessoas de forma cladestina reacendeu a discussão sobre os limites éticos e legais dos meios de comunicação. No Brasil, este tipo de debate vai esquentar sob patrocínio do governo federal, que prepara um novo marco regulatório para emissoras de TV e rádio, orientadas até hoje por uma legislação dos anos 60, e uma lei para a internet.

As duas propostas, contudo, estão em estágios diferentes. Enquanto a primeira ainda não tem data para ficar pronta - e pode até ser submetida a uma consulta pública pelo ministério das Comunicações, - a segunda só depende de um aval da presidenta Dilma Rousseff, para ser enviada ao Congresso na volta do recesso parlamentar, em agosto.

Preparado pelo ministério da Justiça, o chamado “marco civil da internet” vai garantir, segundo Carta Maior apurou, algo vital para quem gosta de usar a internet para fazer militância política ou contestar o noticiário de TVs e rádios: a neutralidade da rede. Será proibido que empresas provedoras de acesso à internet façam qualquer tipo de filtro do conteúdo dos usuários.

O texto começou a ser elaborado pelo governo em 2009, porque os parlamentares estavam prestes a aprovar uma lei - ainda hoje parada no Congresso - que classifica como crimes certas práticas de internautas. Batizado pelos inimigos de “AI-5 digital”, em referência ao ato institucional mais famoso e violento da ditadura militar, o projeto é criticado, entre outras razões, por tentar punir os usuários antes de direitos deles estarem bem definidos em lei.

O governo entrou na briga ao lado dos adversários do “AI-5 digital”, pedindo ao Congresso que não votasse a criminalização antes do “marco civil” chegar à Casa, o que ocorrerá em breve.

Regulação de TVs e rádios

No caso do marco regulatório da radiodifusão, não existe a mesma perspectiva.

A decisão de propor ao Congresso uma nova legislação para TVs e rádios havia sido tomada pelo ex-presidente Lula. Mas, por falta de tempo, o projeto não foi concluído no mandato dele e ficou para a gestão sucessora, que o lista como prioridade na área de comunicações, mas ainda não tem prazo para enviá-lo aos parlamentares.

Encarregado de fechar um texto para apresentar à presidenta, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, adotou uma postura cautelosa, por entender que a proposta, por si só, vai gerar muita polêmica no Congresso, dada a predisposição negativa das empresas de TV e rádio.

Ele recebeu no dia 8 de janeiro uma espécie de pré-projeto deixado pelo ministro da Comunicação Social de Lula, Franklin Martins, que comandara o debate em 2010. Desde então, a equipe de Bernardo submete a minuta ao que o ministro chama de “pente-fino”. E cogita colocá-la, ao menos em parte, em consulta pública. O objetivo, segundo ele, é evitar que o projeto tenha uma redação que dê aos inimigos da ideia argumentos para dizer que se trata, no fundo, de uma tentativa de amordaçar a mídia.

No segundo encontro nacional dos blogueiros progressistas, realizado em Brasília em meados de junho, Bernardo foi explícito sobre sua preocupação. “O governo acha [o marco regulatório] extremamente importante. Mas temos sido zelosos porque [o projeto] está marcado como censura”, afirmara na ocasião. “Parte da mídia faz críticas ácidas e hostis. Não gosta nem de ouvir falar [em regulação]. Quando mandarmos ao Congresso, vai ser uma briga danada.”

Os defensores do marco regulatório temem que “o pente-fino” de Bernardo, no fim, descaracterize o espírito original da proposta: submeter emissoras de TV e rádio, que são concessões públicas, a regras de regulação como acontece em outras áreas em que também há concessões, como energia elétrica ou telefonia.

O marco não tratará de jornais e revistas, que o governo considera que são empresas privadas como outras quaisquer.

Reproduzido de Carta Maior
22 jul 2011

Leia também "O AI-5 Digital", por Paula Thomaz, na página da Carta Capital clicando aqui.

Projeto T-Autor tem oficina em 23* de agosto de 2011 no Congresso da SET- Sociedade Brasileira de Televisão


Projeto de Inovação Tecnológica para criação de aplicação de interatividade no SBTVD

O primeiro projeto de inovação tecnológica do Curso de Comunicação da UFMA iniciou suas atividades através do LABCOM e recursos de financiamento da FAPEMA e FINEP.

O objetivo é a criação de uma aplicação de interatividade dentro do Sistema Brasileiro de Televisão Digital - SBTVD. A equipe tem caráter multidisciplinar e reune os professores Márcio Carneiro e Patrícia Azambuja do Departamento de Comunicação Social e o professor Carlos Salles do Departamento de Informática. Além deles a equipe ainda conta com o programador Rodrigo Costa Mesquita e o designer Luis Carlos Motta.

O projeto T-AUTOR é uma solução de autoria que permite que produtores de conteúdo como jornalistas, editores, designers e publicitários, SEM conhecimento de programação, possam criar aplicações de interatividade em TV DIGITAL.

Os trabalhos começaram no final do ano de 2010 e o primeiro protótipo foi apresentado no ITU-IPTV, um evento internacional, organizado pela ITU - a agência da ONU para tecnologias de informação e comunicação.

A próxima apresentação do T-Autor será num workshop durante o Congresso da SET- Sociedade Brasileira de Televisão , dia 23 de agosto de 2011*, em São Paulo. A participação de interessados em conhecer a ferramenta é gratuita e pode ser solicitada pelo e-mail: mcs@ufma.br

com Prof. Márcio Carneiro dos Santos 

Prof. Jornalismo em Redes Digitais e Coordenador do LABCOM/UFMA

Confira a Programação (alterada) do Congresso da SET- Sociedade Brasileira de Televisão -  clicando aqui.


SET 2011: Cenários Tecnológicos dos Meios de Comunicação e Entretenimento. Brasil. América Latina. Mundo.


*A oficina estava marcada anteriormente para o dia 22 de agosto e foi transferida para o dia seguinte no mesmo horário. Por comunicação dos "oficineiros" via e-mail fizemos a correção para 23 de agosto.



terça-feira, 26 de julho de 2011

Consumir ou ser consumido...


Consumir ou ser consumido: dilema cristão pós-moderno*

A diferença entre consumo e consumismo é que no primeiro as pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já no consumismo a pessoa gasta tudo aquilo que tem em produtos supérfluos. Podem não ser de boa qualidade nem os mais indicados, porém ela tem curiosidade de experimentar devido à propaganda e ao apelo dos produtos de marca.

No entanto, a definição de necessidade e de supérfluo é algo relativo, já que um produto considerado supérfluo para alguém pode ser essencial para outra pessoa, de acordo com as camadas sociais a que a população pertence. Isso pode gerar violência, pois as pessoas que cometem crimes na maioria das vezes não roubam ou furtam por necessidade, e sim por vontade de ter aquele produto e não possuir condições de adquiri-lo. Nesses casos, a necessidade de consumo se torna uma doença, uma compulsão, que deve ser tratada para evitar maiores danos à pessoa. Muitas vezes, o consumismo chega a ser uma patologia comportamental. Pessoas compram compulsivamente coisas que não irão usar ou que não têm utilidade, apenas para atender à vontade de comprar.

A explicação da compulsão pelo consumo talvez possa se amparar em bases históricas. O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. A industrialização agilizou o processo de fabricação, o que não era possível durante o período artesanal. Trouxe o desenvolvimento num modelo de economia liberal, que hoje leva ao consumismo alienado de produtos industrializados. Trouxe também várias consequências negativas por não se ter preocupado com o meio ambiente.

Maria Clara Lucchetti Bingemer
Teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio

Leia o texto completo em Adital, clicando aqui.

*Copyright 2011 – MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)

Reproduzido aqui no Filosomídia com a permissão da autora.

Uso de tablets em escolas no lugar de livros didáticos: o que muda?


Especialista faz ressalvas ao uso de tablets em escolas

O uso de tablets no lugar de livros didáticos pode até piorar o aprendizado dos alunos caso os professores não mudem a maneira como trabalham os conteúdos.

Essa é a opinião do professor da Escola de Educação e da Escola de Engenharia da Universidade Stanford (EUA), Paulo Blikstein, 39, que desenvolve projetos com foco em tecnologia de ponta para uso em escolas.

Em entrevista à Folha, ele defende a exclusão de conteúdos curriculares, especialmente nas áreas de matemática e ciências, e diz ser positivo o fim da obrigatoriedade do ensino da letra cursiva nos EUA.

Formado em engenharia pela Escola Politécnica da USP, mestre pelo MIT Media Lab e doutor pela Northwestern University (Chicago), Blikstein estará no Brasil nos dia 17 e 18 de agosto, quando participa da Sala Mundo Curitiba 2011 --encontro internacional de educação que reúne educadores do mundo todo.


Folha Online
25 jul 2011

Leia a entrevista completa na Folha/UOL clicando aqui.

Leia também “Impacto da tecnologia na educação ainda não pode ser medido, diz OCDE” clicando aqui.


Leia também "Gilberto Dimmenstein: a ponte de invenções de Paulo Blikstein" clicando aqui.

Conheça a página de Paulo Blikstein clicando aqui.

Manifesto em defesa do operador único de rede de TV


Manifesto em defesa do operador único de rede de TV

Nós, deputados federais, representantes das emissoras do campo público (educativas, culturais, universitárias, legislativas e comunitárias), militantes dos movimentos sociais, profissionais da cultura, cineastas, produtores independentes, comunicadores e acadêmicos, membros da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com participação popular, composta por 194 deputados e 99 entidades da sociedade civil, preocupados com a indefinição sobre o processo de criação e funcionamento do Operador Único de Rede de TV Pública Digital, manifestamos nossa defesa de um sistema que garanta o acesso pleno a todos os canais do campo público. O operador será responsável pela transmissão dos sinais de diversas emissoras do campo público, nacionais e locais, que deverão fazer parte do sistema.

Com o livre acesso ao Operador de Rede, canais comunitários, universitários, legislativos, estatais ou públicos poderão ser acessados pelos cidadãos no novo sistema digital, ampliando a diversidade de conteúdos, para além dos atuais canais comerciais da TV aberta. Sem ele, corremos o risco de tornar inacessível para a maior parte da população os canais do campo público.

Lembramos também que é fundamental garantir a presença do rádio digital no operador de rede, assim como a interatividade plena, já possível através de um midleware criado por pesquisadores brasileiros, o Ginga, já usado em 12 países. Sendo garantida sua inclusão em todos os equipamentos brasileiros, será possível o acesso a serviços eletrônicos do governo e a criação de uma rede de intercâmbio de conteúdos entre as TVs do campo público e mesmo produtores independentes.

Pleiteamos que esta questão de OPERADOR DE REDE seja uma prioridade do Governo Federal e seus entes, envolvendo todos os segmentos do governo relacionados ao tema, Ministério das Comunicações, Ministério da Cultura, Casa Civil, Telebrás, EBC, entre outros, sendo este decorrente de ações interministeriais que precisam ser decididas no menor espaço de tempo possível, como forma de viabilizar a criação de uma rede com todos os canais do campo público, de forma gratuita para todos, e que seja definida a multiprogramação em todas suas vertentes.

Frentecom

Frente Parlamentar pela Libedade de Expressão e o Direito à Comunicação com participação popular

18 jul 2011 . Frentecom


TV digital


Televisão digital ganhará impulso é no campo público, com operador único, diz especialista

Ana Rita Marini
FNDC
26/07/2011

A TV digital poderá dar sua maior contribuição à sociedade brasileira na medida em que forem priorizadas a diversidade de canais e a interatividade - e percebidas a sua facilidade de uso e utilidade. Neste processo, a criação de um Operador Nacional Único de Rede de TV Pública é fundamental. Para o engenheiro Alexandre Freire da Silva Osorio, diretor de tecnologia da Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público (Frenavatec), na TV digital o telespectador torna-se usuário e as TVs públicas têm papel central no cenário de digitalização da transmissão. A seguir, a entrevista que o pesquisador concedeu ao e-Fórum:

Por que a TV digital não "deslancha" no Brasil?

Alexandre Osorio: Entendo que estamos nos atendo à TV digital terrestre, de sinal aberto. Essa é uma questão que possui várias componentes. Para essa análise, prefiro adotar o ponto de vista do usuário (termo mais apropriado que 'telespectador', em se tratando de TV digital interativa). Segundo um modelo denominado TAM (sigla em inglês para Modelo de Aceitação de Tecnologias), os fatores que condicionam a aceitação de uma nova tecnologia por uma pessoa podem ser divididos em duas categorias básicas, a saber, a facilidade de uso percebida e a utilidade percebida.

Entre os fatores que influenciam na percepção da facilidade de uso, encontram-se aqueles que dizem respeito aos dispositivos eletrônicos integrantes dessa nova tecnologia - e aqui quero me ater aos terminais de acesso, termo que dou preferência ao invés de caixas conversoras, por remeter à interatividade e assim contribuir para que a TV digital finalmente deixe de ser compreendida como uma mera conversão de sinais (de analógico para digital, em alta definição ou não).

É importante que os terminais de acesso, quer seja embutidos em aparelhos de TV ou externos, sejam acessíveis. Essa é uma condição básica, necessária apesar de insuficiente. Um impulso importante seria dado com ações de fomento à indústria e à inovação, com intuito de valorizar a tecnologia nacional para esses dispositivos, como de resto, para toda a cadeia de equipamentos ligados à TV digital.

Leia a entrevista completa na página do FNDC clicando aqui.

Conheça o Manifesto em Defesa do Operador Único de Rede de TV, da FRENTECOM clicando aqui.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

OCDE: impacto da tecnologia na educação ainda não pode ser medido


Impacto da tecnologia na educação ainda não pode ser medido, diz OCDE

Redação
Folha Online
25/07/2011

Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), divulgado no final de junho, compara dados de acesso às tecnologias da informação e comunicação, em casa ou na escola, com alguns dos resultados do Pisa, de 2009 (íntegra em inglês aqui).

Dos 70 que participam do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), apenas alunos de 15 anos de 16 países foram analisados neste novo relatório.

Uma das principais conclusões a que se chegou é que ainda não se pode medir o impacto do acesso a computadores e internet em sala de aula a resultados acadêmicos mais positivos. Segundo afirma seus redatores, é preciso investigar a qualidade das atividades desenvolvidas durante o período escolar para poder chegar a alguma conclusão.

Por outro lado, de maneira surpreendente, o relatório afirma no entanto que o mesmo acesso em casa tem influência positiva nas habilidades de leitura em ambiente digital e nas competências de navegação. Como, nesse caso, as atividades estão em geral mais ligadas ao interesse particular dos alunos, é essa motivação diversa que, segundo os autores, deve se refletir de maneira diferente nos dados.

Inclusão digital

A média de acesso nos países que participam do Pisa aumentou nos últimos dez anos. Em 2000, a porcentagem de estudantes que tinha computadores em casa era de 72%; em 2009, 94%. Acesso à internet em casa saltou de 45% para 89% no mesmo período.

Mas a diferença de inclusão digital ainda persiste entre países. Enquanto os cidadãos da Holanda, Finlândia e Noruega têm acesso quase universal ao computador e à internet em casa, menos da metade dos estudantes mexicanos têm tal condição. Onze países membros têm acesso considerado baixo, sendo os piores o Quirguistão (14%) e Indonésia (8%).

O uso de tecnologias da informação nas escolas parece compensar a falta de acesso nas residências em países como Portugal, Itália, Polônia, Hungria, Grécia e Suiça.

Reproduzido da Folha
Via clipping FNDC


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Organizações indígenas criticam reportagens da Band


Organizações indígenas criticam reportagens da Band

Redação
Portal Imprensa
21/07/2011

Em nota divulgada, associações e organizações indígenas de Roraima manifestaram indignação devido a veiculação de uma série de reportagens pela emissora de televisão Band sobre o território Raposa Serra do Sol, exibida no início de julho deste ano, informa o site Correio do Brasil.

A emissora teria agido de forma tendenciosa, ao falar dos habitantes da região, por meio de imagens que, segundo as organizações indígenas, não condizem com a realidade. "As reportagens são mentirosas em todos os aspectos que tratam da questão indígena", diz a nota.

Os manifestantes fizeram críticas também ao governo: "Repudiamos as autoridades governamentais que tem se prestado a assumir a bandeira dos grupos anti-indígenas que tentam, por todos os meios, rever a regulamentação da terra indígena".

Há dois anos, a Raposa Serra do Sol, foi reconhecida legalmente, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como território indígena dos povos Makuxi, Wapixana, Ingaricó,Taurepang, Patamona e Sapar, mas os indígenas da região dizem que estão sofrendo perseguições políticas e de produtores de arroz.

Reproduzido do clipping FNDC

Saiba mais sobre o caso da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol na página de SocioAmbiental clicando aqui.

Murdoch é produto da mídia sem regulação


Murdoch é produto da mídia sem regulação

Virginia Toledo
19/07/2011

Episódio das escutas telefônicas ilegais na Inglaterra mostra necessidade de que sociedade disponha de mecanismos democráticos para coibir abusos da indústria da informação

Presidente-executivo da News Corp, Murdoch, é envolvido em escândalos de escutas telefônicas feitas por um de seus jornais (Foto: Paul Hackett/Reuters)

São Paulo – Os mais de 4 mil grampos ilegais relacionados ao tabloide inglês News of the World acenderam as chamas de muitas polêmicas acerca do poder ilimitado de um conglomerado, como o do empresário australiano Rupert Murdoch. E nem a onda de pedidos de demissão, depoimentos e prisões é capaz de apagá-las. Ao contrário.

O episódio fornece ainda mais combustível para os defensores de que as práticas jornalísticas sejam revistas, sobretudo a diferenciação entre a liberdade de imprensa e liberdade dos donos da imprensa, o que passa pela regulação da mídia, a eficiência de governos e o poder da sociedade em conter a formação e o reinado de oligopólios midiáticos – em que interesses econômicos e políticos sobrepõem-se ao interesse público.

O professor Venício Artur de Lima, em entrevista ao Terra Magazine, considera que apesar de haver códigos de ética nas redações dos jornais, o comportamento que violou direitos individuais era originado de uma atividade empresarial, pois tinha o conhecimento dos proprietários do jornal, e não somente de um ou outro jornalista.

Ele vê no episódio a comprovação de que comissões autorregulatórias, como as que existem na Inglaterra, não bastam para coibir abusos. Segundo ele, há inúmeras comprovações de que a autorregulação é necessária, mas de caráter complementar a uma regulação feita por mecanismos democráticos.

Venício considera inadiável a regulação da mídia no Brasil, mas por motivos claros, o debate não progride porque os grupos empresariais do setor não têm interesse.

"Nem mesmo o Conselho de Comunicação Social, como órgão auxiliar do Congresso Nacional, sem qualquer poder deliberativo, nem isso, que foi regulamentado em 1991, consegue funcionar", lamenta, lembrando que o órgão foi instalado pela primeira vez em 2002, funcionou não mais do que precariamente e por curtos períodos. "É uma vergonha", lamentou o professor.

Murdoch foi ouvido nesta terça-feira (19) pelo Comitê de Cultura, Mídia e Esportes da Câmara dos Comuns do Parlamento britânico para se defender das acusações de escutas telefônicas ilegais que envolveram seu grupo de mídia. O empresário lamentou não ter agido antes para evitar a proporção da crise. Mas negou alguma responsabilidade direta pelos escândalos.

Os grampos feitos pelos jornais do grupo foram de celebridades a políticos britânicos, como o ex-primeiro ministro, Gordon Brown, passando também por Alex Pereira, primo do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia londrina em 2006.

O jornalista Alberto Dines, em artigo no Observatório da Imprensa, considerou promíscua a relação da imprensa – neste caso, os veículos de Murdoch – com o poder econômico . "A promiscuidade da imprensa com o poder econômico é ruinosa para ambos. Murdoch vive desta promiscuidade, cresceu graças a ela", escreveu Dines.

Dines afirma que o australiano conseguiu acabar com a credibilidade da instituição jornalística porque os órgãos de controle nos EUA e no Reino Unido – encarregados de desativar oligopólios – não o impediram. "Se Murdoch atuasse no segmento da aviação comercial ou da indústria farmacêutica, mesmo que fosse mais inescrupuloso do que é, não teria chegado aonde chegou", observou.

Reproduzido do clipping FNDC

Leia "Murdoquinho e Murdocão: uma dupla que não convence" no Blog do Velho Mundo na Rede Brasil Atual clicando aqui, e também "Rupert Murdoch: um império na alça da mira" clicando aqui. Por Flávio Aguiar.


Leia também "News Corp. ficará mais forte após escândalo', diz Murdoch", por Parbul revista Veja, no FNDC, clicando aqui,