“Sim, eu uso o poder”, já dizia Roberto Marinho
Trechos de “A
história secreta a Rede Globo, de Daniel Herz.
"( ...)
Nos anos da ditadura, os jornais do dr. Roberto chamavam Médici de democrata,
negavam a tortura e expurgavam dom Paulo Arns e dom Helder Câmara. Nos tempos
da Nova República, o chefão, pessoalmente, desce ao Departamento Pessoal com a demissão
dos funcionários graduados que haviam aderido à greve geral do dia 12 de
dezembro (de 1986) - ante a oposição meio constrangida de outros
diretores"[1].
"Sim, eu
uso o poder"[2],
admitiu publicamente o presidente das Organizações Globo nos primeiros dias de
1987, ano em que ele – associado com o banqueiro Amador Aguiar, dono do maior
banco privado nacional pretende passar a controlar telecomunicações via satélite
no Brasil[3].
No cenário da Nova República, parece não haver, de parte do dono da Globo, mais
limites para a sede de poder e o apetite por vantagens e favores. A existência
da Globo parece seguir uma regra tão simples, quanto aterradora, coma observou
a revista alemã Der Spiegel: "engolir,
tudo o que é possível engolir"[4].
A origem deste desmesurado poder de Roberto Marinho, obtido através da sua Rede
Globo, é o
objeto deste
livro.
HERZ, Daniel. A
História Secreta da Rede Globo. Porto Alegre: editora Tchê!, 1986. P. Página 27 no PDF,clicando
aqui.
Leia também, “Uma história da Rede Globo: “Sim, eu sou o
poder” e “um modelo de sedução”, no Blog do Manuel Dutra - Jornalismo
Ciência Ambiente, clicando aqui.
[1] SENHOR. O atacado do Globo. São Paulo. N. 306. 27 jan. 1987. P.44-S.
[2] O ESTADO DE SÃO PAULO. "Globo"
e o poder, nos EUA. São Paulo. Op.cit. 1987. P.9.
[3] SENHOR. O atacado do Senhor Globo. Op. cit.
P.45. E CHACEL, Cristina. Jornal do Brasil. Engenheiro teme Embratel
privatizada. Rio, l8jan. 1987. P. 31.
[4] DER SPIEGEL, op. cit. p
259.
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