quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mídia: manipulação, concentração, relações com o poder


Mídia: manipulação, concentração, relações com o poder

Muito antes da preparação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, o papel dos meios de comunicação já havia entrado na pauta das redes sociais e também nos debates da sociedade civil. O tema também foi pauta do 1º Encontro de Blogueiros Progressistas ocorrido nos dias 21 e 22 de agosto, em São Paulo.

Não é de hoje que a sociedade se debruça sobre as denúncias de manipulação da informação, seja por profissionais, pelos detentores do poder e/ou pelos proprietários dos meios. Tudo isso tem sido tratado em filmes que mostram o dia-a-dia das redações e suas relações com o poder e com a sociedade.

Listamos alguns desses filmes para os leitores. Caso tenha sugestões, colabore. Os comentários estão abertos:

A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Hole, 1951), dirigido por Billy Wilder. Na história da cobertura de um acidente, uma reflexão sobre a ética jornalística e a manipulação da informação.

A Primeira página (The Front Page, EUA, 1974), de Billy Wilder. O jornalismo sensacionalista é o tema desta comédia, dirigida pelo mesmo diretor de A montanha dos Sete Abutres

Ausência de malícia (Absence of Malice, EUA, 1981), dirigido por Sidney Pollack. Narra a manipulação da imprensa pelas autoridades.

Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, and Good Luck, 2005, EUA), dirigido por George Clooney. Mostra o esforço de um jornalista para apresentar os dois lados em cobertura jornalística.

Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941, EUA), dirigido por Orson Welles. A história romanceada de um magnata de um império dos meios de comunicação

Desaparecido (Missing, 1982, EUA), dirigido por Costa Gavras. Sobre a participação dos Estados Unidos no golpe que depôs Salvador Allende.

Frost/Nixon (Frost/Nixon, 2008), dirigido por Ron Howard. Dramatiza as entrevistas dadas pelo então presidente dos Estados Unidos ao jornalista britânico David Frost.

Intrigas de Estado (State of Play, 2009), dirigido por Kevin Macdonald. Revela os bastidores das grandes corporações e de uma grande rede de TV. Debate a ética e a corrupção.

O informante (The insider, 1999), dirigido por Michael Mann. No roteiro, a discussão sobre a liberdade da imprensa e as pressões econômicas sobre os meios de comunicação.

O Preço de uma Verdade (Shattered Glass, 2004, EUA), dirigido por Billy Ray. A ética jornalística e as práticas da imprensa são assunto do filme, baseado num escândalo editorial real.

O Quarto Poder (Mad City, 1997, EUA), dirigido por Costa-Gravas. Mostra a manipulação dos fatos pela imprensa numa situação de risco.

Rede de intrigas (Network, EUA, 1975), dirigido por Sidney Lumet. A televisão como fábrica de notícias e manipulação de consciências é o tema do filme.

Salvador - O martírio de um povo (Salvador, EUA, 1986), dirigido por Oliver Stone. A guerra civil de El Salvador é o ponto de partida para a relação entre as coberturas jornalisticas e as arbitrariedades do poder.

Todos os Homens do Presidente (All the President's Men, 1976, EUA), dirigido por Alan J. Pakula. Narrativa sobre a atuação de dois jornalistas no caso Watergate, que culminou na renúncia do presidente Richard Nixon.

RevistaTeoria e Debate . Fundação Perseu Abramo
Publicado em 03/09/2010

Outra dica

Além do cidadão Kane (Beyond citizen Kane, 1993, BBC), documentário produzido pela BBC de Londres - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro. - Os cortes e manipulações efetuados na edição do último debate entre Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor de Mello, que influenciaram a eleição de 1989. - Apoio a ditadura militar e censura a artistas, como Chico Buarque que por anos foi proibido de ter seu nome divulgado na emissora. - Criação de mitos culturalmente questionáveis, veiculação de notícias frívolas e alienação humana. - Depoimentos de Leonel Brizola, Chico Buarque, Washington Olivetto, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira. "Todo brasileiro deveria ver Além do Cidadão Kane".

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