domingo, 6 de novembro de 2011

Jesus ocupa Wall Street...


Filme “Jesus era comunista” faz sucesso em festivais, gera polêmica nos EUA e cita dom Helder Câmara

Embora o filme não tenha sido exibido comercialmente, o site do filme traz a seguinte mensagem: “Sua revolução implicava em uma mudança dramática na forma como as pessoas pensavam. O pensamento progressista e liberal de Jesus se espalhou por todo o Império dominante. Sem exército e sem armas, Ele levou as pessoas a uma nova direção e uma forma mais humana de pensar, com sua filosofia de amor e perdão. Estas são as ideias defendidas neste exato momento pelos protestos em Nova York e por milhares de norte-americano através dos Estados Unidos”.

Quando os tempos estão difíceis, parece que a religião volta a ficar popular. Enquanto o mundo está em turbulência, com os mercados econômicos parecendo entrar em colapso e o meio-ambiente degradado, Jesus volta a ser o centro da atenção.

O premiado ator Matthew Modine já participou de filmes de sucesso no cinema e de séries televisivas. No momento ele está envolvido nas gravações do novo filme sobre Batman. Entre uma filmagem e outra, ele produziu um curta-metragem de 15 minutos que mostra o Filho de Deus como um líder socialista, oferecendo um argumento convincente em favor dos pobres.

Modine escolheu um título polêmico: “Jesus era um comunista”. Seu filme  oferece uma discussão das mensagens do Novo Testamento no contexto da pobreza, da poluição e da agitação política.

Selecionado para participar de vários festivais de cinema em todo o mundo, a discussão que o veterano ator propõe já está chamando atenção. O movimento político direitista Tea Party tem usado a Bíblia como seu “cabo eleitoral e justificativa para mudanças na política”. Sites cristãos como o Truth Vanguard já fizeram pesadas críticas ao curta metragem.

O filme de Modine parece ter um endereço certo. Algumas semanas atrás, o movimento “Ocupar Wall Street” iniciou um debate sobre a relação entre os mais ricos e os mais pobres da sociedade. Rapidamente iniciativas similares se espalharam por vários lugares do mundo.

Vários meios de comunicação compraram a iniciativa com o início do Cristianismo, quando a igualdade entre todos os homens ajudou a desfazer a estrutura social do antigo Império Romano. Imediatamente líderes religiosos e teólogos começaram a debater o tema. Enquanto alguns apoiaram a ideia dizendo que Jesus estaria ao lado dos que ocuparam Wall Street, outros criticaram veementemente, afirmando que a revolução que Jesus queria nada tinha a ver com distribuição de renda.

Embora o filme não tenha sido exibido comercialmente, o site do filme traz a seguinte mensagem: “Sua revolução implicava em uma mudança dramática na forma como as pessoas pensavam. O pensamento progressista e liberal de Jesus se espalhou por todo o Império dominante. Sem exército e sem armas, Ele levou as pessoas a uma nova direção e uma forma mais humana de pensar, com sua filosofia de amor e perdão. Estas são as ideias defendidas neste exato momento pelos protestos em Nova York e por milhares de norte-americano através dos Estados Unidos”.

Falando sobre o curta, Modine explica: “Embora o título seja propositadamente provocativo, é importante às pessoas entenderem que o filme não é um ataque a Jesus ou à fé cristã e nem mesmo uma apologia ao comunismo. Trata-se de um filme com uma mensagem muito positiva, de responsabilidade e de esperança”.

Durante uma entrevista, no lançamento do filme semana passada, Modine foi mais longe: “O movimento Ocupar Wall Street não tem uma só voz, um líder. Essa é uma extraordinária demonstração de liberdade civil e de democracia. Mas acho que se houvesse um homem barbudo, de pés descalços falando sobre paz, liberdade, amor e virasse a mesa dos especuladores de Wall Street acabou ele seria crucificado pela mídia. O prefeito exigiria sua prisão. [Alguns meios de comunicação] iria incitar o ódio contra ele e declará-lo uma ameaça para o capitalismo”.

Vindo de uma família muito religiosa, o diretor explica porque os ensinamentos de Jesus o motivaram: “Estou preocupado com os eventos que ocorrem em todo o mundo. A população chegou aos 7 bilhões. Existe muita fome no mundo. Há escassez de água potável. A poluição ameaça o meio-ambiente. Vemos os dos resíduos nucleares. Mudanças climáticas em todo o mundo… Há tanta confusão, culpa e falta de responsabilidade no mundo de hoje. Muitas guerras e assassinatos usam como justificativa o nome de Deus. Não foi isso o que Jesus ensinou”.

Confira um trailer do filme que curiosamente inicia com a declaração do teólogo brasileiro Dom Elder Câmara “Se eu dou comida aos pobres, eles me chamam de santo. Se eu pergunto por que os pobres não têm comida, eles me chamam de comunista”.

Mais informações sobre o filme no site www.jesuswasacommiefilm.com (do Gospel Prime)

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