segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Furo jornalístico em tempo de blogueiros e redes sociais


Ser o primeiro ou ser o mais confiável? Um velho dilema em novo contexto

"A preocupação com o furo está mais na cabeça dos repórteres e dos executivos do que na do público, para quem um minuto a mais ou a menos na recepção de uma notícia não faz muita diferença, principalmente porque são raras as pessoas que ficam o dia inteiro ligadas no noticiário.

Esta discussão, quase tão antiga quanto a atividade jornalística, ganhou hoje uma dimensão ainda maior por conta da velocidade de circulação das notícias, depois da generalização do uso de ferramentas digitais como blogs, twitter, comunidades virtuais e listas de discussão.

A grande questão é a quantidade de erros registrados em coberturas jornalísticas de acidentes e tragédias, onde os profissionais enfrentam com mais intensidade o clássico dilema entre ser o primeiro ou o mais confiável.  Nos sites onde o tempo de edição de cada nota muitas vezes não supera os 60 segundos, este dilema chega a ser dramático.

O problema é que a ecologia informativa da sociedade contemporânea mudou e as redações ainda não conseguiram se dar conta das conseqüências disso na produção de notícias. A cultura da competitividade e a briga pelo ineditismo informativo ainda são demasiadamente fortes entre os profissionais, apesar das possibilidades de "furos" (jargão para notícia dada antes de todos os concorrentes) jornalísticos serem hoje cada vez menores. Não dá para concorrer com milhares de blogueiros espalhados por todos os cantos do mundo".

Carlos Castilho . Observatório da Imprensa
em 18/2/2011

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